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quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

PORTELA

PORTELA NA HORA DE SE LIVRAR DE PRAGA DE 30 ANOS (O Globo - 14/01/05)

Maldição rogada por entidade espírita expirou ano passado .

Xô, coisa ruim! É assim, de alma lavada, sem o peso da praga rogada por uma entidade espírita em 1974 - que vaticinava 30 anos sem vitórias - que a Portela vai entrar na avenida, na segunda-feira de carnaval. Livre da maldição que expirou ano passado, a escola de Madureira aposta no enredo sobe as oito metas da ONU para o milênio para afastar o mau-olhado e conquistar o campeonato.

Reza a lenda que em 1974, o presidente Natal, muito supersticioso, teria chamado um pai-de-santo para abençoar a escola, que já estava a três anos sem vencer um campeonato. Ao incorporar uma entidade, o pai-de-santo disse que tinham enterrado uma caveira no barracão para que a escola não mais fosse campeã. Para anular o feitiço, o historiador Hiram Araújo, que era o carnavalesco na época, teria que beber um litro de cachaça e borrifar a bebida nos carros.

- Tentei negociar. Disse que beberia uísque, cerveja, qualquer coisa, menos cachaça. A entidade não aceitou. Naquele ano perdemos o carnaval par o Salgueiro, por um ponto. Justamente no quesito enredo, assinado por mim - relembra o portelense Hiram, que não vê a hora da escola conquistar um campeonato e tirar essa responsabilidade de suas costas.

QUADRA "BOMBANDO" E BARRACÃO SEM DINHEIRO

Agora, de alto astral, os portelenses recobram a auto-estima. Aos poucos, estão redescobrindo o prazer de integrar a agremiação mais premiada de todos os carnavais, com 21 títulos. Títulos esses que vieram compartilhados - em 1980, com Imperatriz Leopoldinense e Beija-Flor, e em 1984, com a Mangueira - e que, para grande maioria dos orgulhosos portelenses, não contam. A quadra da escola tem lotado nos ensaios técnicos (às quartas-feiras) e gerais (sextas e domingos). E recebeu até a visita do presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva.

Mas se o movimento na quadra está em alta, o mesmo não se pode dizer do trabalho no barracão. Os carnavalescos Amarildo de Mello e Nelson Ricardo, que não abrem mão do projeto original orçado em R$ 4,2 milhões, estão correndo contra o tempo para aprontar o carnaval da Portela. O patrocínio que viria das empresas parceiras da ONU não vingou e a dupla está se virando como pode, substituindo materiais.

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