Majestade do Samba

PORTELA é FATO E FOCO



quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

Paulo da PORTELA (Busto)

NÃO CAIU NO ESQUECIMENTO (Mar/08)


Quando brigou com a Portela em 1941, escola que ajudou a fundar e foi o primeiro presidente, Paulo da Portela compôs o memorável samba “O meu nome já caiu no esquecimento”, em que diz “O meu nome não interessa a mais ninguém / E o tempo foi passando / E a velhice vem chegando / Já me olham com desdém”.


Mal sabia ele que, quase 70 anos depois, seu nome não apenas ainda seria lembrando, mas também sua imagem. No último sábado, o busto de Paulo da Portela foi reinaugurado, desta vez dentro da quadra da azul-e-branco, em Madureira, ao lado do busto de Natal. 

Paulo Benjamin de Oliveira (Rio, 18 de junho de 1901 — 31 de janeiro de 1949) foi um dos que mais lutaram para acabar com a imagem preconceituosa que se tinha a respeito dos sambista - de ignorantes e vagabundos. Ele queria que o sambista fosse reconhecido como artista. 

A briga ocorreu no carnaval de 1941, depois de uma viagem a São Paulo com Cartola e Heitor dos Prazeres. Eles chegaram ao Rio e foram direto para a Praça Onze, vestidos de preto-e-branco (roupa do Conjunto Carioca, no qual eram integrantes). Combinaram desfilar um na escola do outro. Quando chegaram à concentração da Portela, foram barrados. 

O mestre-sala Manuel Bambã foi a pedra no caminho. Ele havia brigado com Heitor dos Prazeres em 1929, para defender seu amigo Rufino, quando chegou a desferir navalhadas. Bambã se valeu de uma determinação do próprio Paulo para barrar o trio: “Só sai pela escola quem veste azul-e-branco”, afirmou. 

Claro que o mestre-sala livrou, ao mesmo tempo, Paulo dessa determinação, afinal era a figura mais importante da escola. Tanto que, quando a escola foi fundada, o nome “Portela” ficou conhecido inicialmente a partir do próprio Paulo. Mais tarde, pela “Estrada do Portela”. 

Nesse ano, a Portela foi campeã com seu samba “Dez anos de glória” sem a presença de Paulo da Portela, que saiu pela Mangueira, onde foi muito bem recebido pelos amigos de Cartola. Paulo nunca mais desfilou pela Portela. Decidiu levar seu carisma para a pequena Lira do Amor. 

Paulo da Portela faleceu em 31 de janeiro de 1949, vítima de um ataque cardíaco. Seu cortejo fúnebre foi acompanhado por cerca de 15 mil pessoas. No sábado, dia 1 de março, nomes como Paulinho da Viola, Zeca Pagodinho, Nei Lopes, Zé Katimba estiveram presentes na reinauguração de seu busto. 

segunda-feira, 26 de dezembro de 2016

PORTELA (Feijoada Original do Mundo do Samba - Mar/08)

PORTELA HOMENAGEIA BAMBAS EM MADUREIRA (samba é meu dom – 03/08)

A quadra da Portela lotou neste sábado (1/3) para ver Almir Guineto, o rei do pagode, se apresentar ao lado da Velha Guarda Show da escola, na tradicional feijoada da azul-e-branco de Madureira. O partideiro recebeu no dia a Medalha Paulo da Portela, criada para homenagear grandes nomes do samba. 

Além dele, também foram agraciados Zeca Pagodinho, Paulinho da Viola, Martinho da Vila, Lecy Brandão, Dona Ivone Lara, Noca da Portela, Nelson Sargento, Arlindo Cruz, Neguinho da Beija-Flor, Monarco, entre outros. 

Depois da entrega das medalhas, foi comemorado o aniversário do compositor Waldir 59, que completou 80 anos. Ele fez sambas-enredos como “Festa junina em fevereiro”, “Riqueza do Brasil”, “Legado de D.João VI”, “Brasil, panteão de glória” e “Histórias e tradições do Rio quatrocentão”, todos com Candeia.

quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

PORTELA 2009 (Planejamento)

AMIZADE E SEM VAIDADE (ocarnavalesco – 03/03/09)


Lane Santana e Jorge Caribé foram anunciados na tarde deste sábado como os novos carnavalescos da Portela durante a tradicional feijoada da família portelense. Em êxtase com a oportunidade que receberam os artistas falaram sobre alguns assuntos que certamente os portelenses estão ansiosos para saber. O presidente Nilo Figueiredo disse que as contratações são uma aposta na capacidade da dupla.

- É uma felicidade muito grande ser um dos carnavalescos da Portela. É uma escola que tem peso e tradição. Está sendo um momento muito feliz para a gente. Sabemos que a responsabilidade é grande, mas vamos fazer um grande carnaval – prometeu Lane, que já passou pela Unidos da Tijuca em 2007 e Caprichosos em 2008.

Jorge Caribé definiu como “um conto de fadas” a sua contratação pela azul-e-branco. Ele é carnavalesco desde 2000. De lá pra cá, assinou enredos, muitos deles afros, na Lins Imperial, Arranco, Em Cima da Hora e Inocentes de Belford Roxo. Será a estréia dele no Grupo Especial. As negociações entre Caribé e a Acadêmicos do Cubango, do Grupo B, estavam bem encaminhadas. No entanto, com o convite da Portela tudo mudou.

- Quando me ligaram, perguntei para se ele tinha certeza que estava falando com a pessoa certa. Quase desmaiei... Eu ia para a Cubango, mas depois de um convite desses... Vou me dedicar exclusivamente para Portela – garantiu.

A ida da dupla para a escola de Madureira foi facilitada por conta da amizade entre Lane e Caribé. 

- Éramos amigos de outros carnavais. O presidente Nilo Figueiredo disse que nós parecemos irmãos. Vamos juntar as idéias e trabalhar em conjunto, pois não temos vaidade. Somos muito tranqüilos. Só voltei a trabalhar em uma comissão de carnaval porque sei que aqui as pessoas são calmas – afirmou Lane, que antes do último carnaval chegou a dizer que não voltaria a trabalhar em comissões porque ficou decepcionado com a experiência que teve na Unidos da Tijuca.

Reciclagem

Conhecido por ser um carnavalesco de talento em reciclar esculturas, Jorge Caribé fez bons desfiles em escolas do Grupo de Acesso, nas quais a criatividade e o reaproveitamento são fatores importantes para tornar o carnaval possível. Segundo ele, estas habilidades serão usadas na Portela.

- Talvez tenha sido por isso que me chamaram. Vou lidar ainda mais com a criatividade. Faremos de tudo para ser um belo carnaval nesta parte da reciclagem – garantiu Caribé.

Cobrança

O quarto lugar da Portela em 2008, o primeiro depois de dez anos sem voltar ao sábado das campeãs, encheu de orgulho o torcedor da agremiação. Ao ser perguntado sobre a responsabilidade de conseguir resultados satisfatórios, Lane respondeu que o objetivo é melhorar a colocação.

- Pensamos daí pra cima (sobre o quarto lugar deste ano). Ao assumirmos a Portela, temos consciência da cobrança dos portelenses por bons resultados.

Enredo

Uma coisa já é certa. O enredo não será autoral da dupla de carnavalescos. Mais uma vez, a diretoria da escola deverá contar com o trabalho de uma outra pessoa, assim como o tema de 2008, que contou com a ajuda de Marta Queiroz e do jornalista Cláudio Vieira.

- O enredo será decidido pela escola. Se por acaso for o da França (sugerido e patrocinado pela prefeitura do Rio de Janeiro) vamos desenvolver com prazer. Os nossos trabalhos no barracão começarão na próxima segunda-feira (hoje) – adiantou Lane.

Águia

Outra questão conversada com os carnavalescos foi o símbolo da agremiação: a águia. Tradicional no abre-alas, a escultura a cada ano ganha uma versão. Movimentos nas asas e cabeça. Mais estilizada, a deste ano teve neon.

- Tem que ser grandiosa. Vamos ter que superar a deste ano, que foi maravilhosa – disse o empolgado Caribé.

Presidente diz que gosta de investir nos novos talentos

Nilo Figueiredo, presidente da Portela, afirmou que gosta de investir no talento de carnavalescos que tiveram poucas oportunidades no Grupo Especial. Amarildo de Mello e Cahe Rodrigues são os maiores exemplos disso.

- É uma equipe de criação da qual eles irão participar. Acompanhei o trabalho deles nas outras escolas e gostei do que vi. Estou apostando no novo, assim com fiz com o Cahe. Não tenho medo de apostar no novo, tenho medo de não apostar – disse o dirigente.

Enredo para 2009

- Todos vão participar da criação do enredo. Cuidarei da supervisão disso. Às vezes uma idéia dá certo no papel, pois o papel aceita tudo, mas na prática não é possível de ser realizado - afirmou Nilo Figueiredo.

Diretor de harmonia

- Não acredito em apenas um diretor de harmonia. Como um homem vai comandar aquilo tudo sozinho? Se fosse assim eu faria - explicou Nilo.

Casal de mestre-sala e porta-bandeira

- Ouço todas as sugestões sobre quem deve ser o novo casal de mestre-sala e porta-bandeira da Portela, mas eu tenho a minha opinião (não revelou) e a escolha é minha.

terça-feira, 20 de dezembro de 2016

PORTELA 2009 (Carnavalesco)

LANE E CARIBÉ SÃO OS CARNAVALESCOS DA PORTELA (ocarnavalesco - 01.03.08)



Durante a Feijoada da Portela, o presidente da escola, Nilo Figueiredo, anunciou que Lane Santana e Jorge Caribé são os novos carnavalescos da agremiação de Oswaldo Cruz e Madureira. Eles vão substituir Cahe Rodrigues, que foi para Grande Rio. A dupla será responsável pela comissão de carnaval da Portela.

No Carnaval 2008, Lane estava na Caprichosos de Pilares. Jorge Caribé foi o responsável pelo desfile da Inocentes de Belford Roxo, que foi a grande campeã do Grupo de Acesso B, na terça-feira de carnaval. 

sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

Majestade do Samba (Ventura - 45ª Edição)


Lane Santana (Apresentação)

PRESIDENTE DA PORTELA GARANTE CONTRATAÇÃO DE LANE SANTANA (ocarnavalesco - 29.02.08)



Segundo o jornalista Miro Ribeiro, da Rádio Manchete, o presidente da Portela, Nilo Figueiredo, garantiu a contratação do carnavalesco Lane Santana, que no Carnaval 2008 deu expediente na Caprichosos de Pilares, no Grupo de Acesso A. A ideia do dirigente portelense é criar uma comissão de carnaval e com Lane sendo o cabeça do grupo. 

Neste sábado, a escola realiza sua tradicional feijoada mensal e que servirá para inauguração do busto de Paulo da Portela. Na festa, o presidente Nilo Figueiredo promete uma grande novidade para os portelenses, que pode ser a contratação do casal de mestre-sala e porta-bandeira, Fabrício e Danielle Nascimento.

quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

PORTELA (Demissão)

MESTRE-SALA DA PORTELA PEDE DEMISSÃO (O DIA – 27/02/08)

Resultado de imagem para Diego Falcão portela

Três semanas depois da porta-bandeira Alessandra Bessa pedir demissão da Portela, foi a vez do mestre-sala Diego Falcão deixar a azul-e-branco alegando 'problemas internos'. 

Por três anos, Diego foi o primeiro mestre-sala da Portela. A escola ainda não anunciou os nomes do novo casal. Aguarda-se ainda para esta quarta-feira o anúncio do novo carnavalesco da agremiação.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2016

Paulo da PORTELA (Busto)

VELHÍSSIMA GUARDA (Coluna Gente Boa – 26/02/08)


Um busto do compositor Paulo da Portela será inaugurado no Portelão, em Madureira, dia 1º. 

Ficará na entrada da quadra, ao lado da estátua de Natalício José do Nascimento, o Natal, um dos últimos bicheiros românticos do Rio. 

A festa, claro, acaba em feijoada, com a presença de sambistas ilustres como Zeca Pagodinho, Paulinho da Viola e Martinho da Vila.

PORTELA 2009 (Carnavalesco)

PORTELA: LANE SANTANA DEVERÁ SER O NOVO CARNAVALESCO (O DIA – 23/02/08)



Lane Santana é o carnavalesco mais cotado para assumir o posto que era de Caê Rodrigues na Portela. A contratação do artista que, em 2008, foi responsável pelo desfile da Caprichosos, deverá ser concretizada na próxima terça-feira. Procurado, o presidente da Portela, Nilo Figueiredo, confirmou que vem conversando o carnavalesco.

"Tenho falado como Lane (Santana), mas também tenho conversado com diversos outros carnavalescos. Só vamos decidir na terça-feira, quando a equipe de criação se reunirá para tratar disso", disse. Já Lane Santana confirmou que fez um contato com a diretoria da Portela, mas afirmou que é cedo para "ter alguma definição".

Embora Lane seja o mais cotado, a Portela analisa ainda os nomes de Mário Borrielo e Amarildo de Mello. Cid Carvalho também chegou a estar na mira da diretoria, mas acabou renovando com a Estácio, no Grupo A, e abandonou as negociações.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

Wilson Moreira (Disco)

WILSON MOREIRA BATALHA PARA LANÇAR NOVO DISCO (sambanet – 02/08)



Quando Wilson Moreira teve problemas de saúde em 1997, o mundo do samba se reuniu em um show para ajudar no tratamento. Paulinho da Viola, Zeca Pagodinho, Zé Ketti e Nelson Sargento foram à homenagem. A mídia pouco divulgou o evento, o que não impediu a presença de mil pessoas no Teatro João Caetano, no Rio. Meses depois, Wilson afirmou: “Vencemos a mídia.”


Agora, a batalha do compositor, autor de clássicos como “Goiabada Cascão”, “Judia de mim”, “Deixa Clarear” e “Senhora liberdade”, é voltar a gravar. As grandes gravadoras têm seus medalhões e as independentes exigem investimento do próprio bolso dos artistas. Wilson se diz decepcionado e explica que tem dois projetos engavetados por conta da desistência de patrocinadores:

“O samba sempre foi assim, passando por essa dificuldade. Depois que você grava, ainda tem que depender das rádios”, lamenta Wilson, acrescentando que, apesar das dificuldades, ele não parou de compor. “O compositor não pode parar. Continuo compondo muito. Até hoje me procuram pedindo música.”

Sem gravadora, ele apresenta suas novas composições nas rodas de samba para as quais é convidado. Será o caso do dia 19 de fevereiro, terça-feira, no Bar da Ladeira, quando fará uma participação especial na roda de samba promovida pela equipe do blog “O samba é meu dom”, que lançará no dia a segunda edição de seu jornal.

Os sambas de Wilson são marcados por uma forte exaltação à cultura negra, como nos discos “Entidades”, “Okolofé” e “Arte negra de Wilson Moreira e Nei Lopes”. Ele admite que sua música favorita é “Senhora Liberdade”, feita em parceria com Nei Lopes. Esse samba foi um sucesso na voz de Zezé Motta. 

Aposentado como Inspetor de Segurança Penitenciária, depois de também trabalhar como engraxate e guia de cego, Wilson recebeu uma proposta do parceiro e advogado Nei Lopes para fazer uma música na “área” deles. “Eu cantarolei pelo telefone a melodia. Geralmente eu faço a melodia. No dia seguinte, o Nei tinha feito ‘abre as asas sobre mim, oh senhora liberdade’. E depois, veio o resto”, lembra.

“Senhora Liberdade”, que a princípio se chamaria “Violenta emoção”, proporcionou momentos memoráveis ao Alicate, apelido que Wilson ganhou de Xangô da Mangueira por causa do forte aperto de mão. Ele lembra, por exemplo, de uma história que aconteceu durante um show no teatro Rival, no Rio.

“As pessoas estavam cantando em coro. Eu, que não levantava o braço por causa do AVC, fiquei parado igual a um Cristo no palco.” Ao ser avisado sobre a ansiedade da rapaziada do Samba da Amendoeira, grupo com o qual dividirá o palco no show do dia 19 de fevereiro, Wilson Moreira interrompe a conversa para mandar um recado:

“Avisa a eles que nós vamos fazer um samba de qualidade na terça-feira. Preparem as cadeiras, meninas, que eu vou cantar muito jongo e afoxé. Alô rapaziada, vamos chegar juntos no dia 19 de fevereiro lá no Bar da Ladeira”. O recado está dado.

segunda-feira, 28 de novembro de 2016

PORTELA (Pressão)

LINHA DURA (Jornal de Bairros – O Globo – 17/02/08) 

Muita gente não entendeu por que a Portela assistiu a uma debandada (porta-bandeira, carnavalesco e puxador, entre outros) no ano em que voltou ao Desfile das Campeãs, o que não acontecia desde 1998. 

Subordinados ao presidente Nilo Figueiredo dizem que ele jogou duro demais com todos, e uma parte não suportou mais a pressão. 


Mauro Duarte (Homenagem)

GERAÇÕES DE BAMBAS LOUVAM BOLACHA (O Globo – 16/02/08) 

Autor de sambas como ‘Portela na avenida’, Mauro Duarte ganha tributo idealizado por Alfredo Del-Penho. 

Quem foi Mauro Duarte, mineiro que é nome de praça em Botafogo, lembrado com saudade quase 20 anos depois de sua morte (em 1989, aos 59 anos), figura de destaque de uma notável geração de sambistas do bairro, favorito de nove entre dez cultores da melhor música carioca, melodista raro e compositor de “Canto das três raças”, “Portela na Avenida”, “Menino-Deus”, “Lama” e de vários outros sucessos que se incluem entre os mais cantados nas rodas de samba, não só do Rio, mas de todo o país? 

Se os amigos e parceiros pudessem responder em coro, talvez dissessem: “Mauro Duarte, o Bolacha, foi um sambista genial, muito menos conhecido do que sua obra”. Paulo César Pinheiro, velho amigo e o mais constante parceiro, fala com autoridade: 

- Criador de obra poderosa, invejável, atemporal, Mauro levou para seus sambas em tom menor, no que era um craque, toda a sua vivência das ruas, dos blocos, da boemia. Se era triste? Não o homem. Acredito que tenha passado para a música, para o lamento de seus sambas, toda a vida sofrida que teve. 

Disco será lançado dia 3 de março, no CCC 

Quem ainda não conhece a obra deste mestre do tom menor — e mesmo aqueles que se orgulham de conhecê-la — deve se preparar para “O samba informal de Mauro Duarte”, CD duplo que a Deckdisc vai lançar na noite de 3 de março, no Centro Cultural Carioca. São 30 faixas, 19 inéditas e 11 com músicas já gravadas, mas pouco conhecidas. O resultado é definido por Pinheiro como “o mais importante trabalho dedicado ao samba nos últimos dez anos”. 

Dez anos? Se se considerar o tipo de inventário que foi feito, visando a tornar mais conhecido um compositor da grandeza de Mauro Duarte, é possível suspeitar que não há trabalho semelhante sobre samba em toda a discografia brasileira, recente ou não. 

Muitos são os envolvidos no projeto, mas, a citar um, idealizador e realizador, ele é o compositor, cantor, violonista e obstinado pesquisador Alfredo Del-Penho. 

- Não conheci Mauro Duarte - diz. - Tinha 8 anos quando ele morreu. Mas, graças ao pesquisador Paulo César Andrade, a quem esse projeto deve muito, fiquei sabendo de seus sambas, os mais conhecidos, gravados por gente como Clara Nunes, Roberto Ribeiro, Paulinho da Viola. 

Del-Penho já estava definitivamente envolvido com a música. Com o bandolinista Pedro Amorim, outro antenado com o samba, o choro e outras riquezas, passou a tocar em bares, um deles o Partitura, já pensando na formação de um grupo compacto, onde todos cantassem, tocassem e tivessem repertório. Isso resultou na criação no quarteto Samba de Fato: Del-Penho e Amorim, mais os cantores e ritmistas Pedro Miranda, um dos mais brilhantes egressos da geração Lapa, e Paulino Dias, diretor musical da Companhia Folclórica da UFRJ. Passaram a ensaiar e tocar em almoços de domingo, na casa um do outro, com o anfitrião sendo o cozinheiro, no que, segundo opinião unânime, Amorim era o mais competente. 

Pois é o Samba de Fato que está nas 30 faixas do CD duplo, produção de Del-Penho. Há, claro, artistas convidados, um deles Pinheiro. Outra, Cristina Buarque, amiga de Bolacha e profunda conhecedora de sua obra, inclusive a inédita (Cristina, na verdade, é das maiores colecionadoras de fitas cassete com raridades do samba, de todas as épocas e lugares, devendo-se à sua generosidade muitas das descobertas e agora gravadas). 

Antigos fragmentos viraram músicas completas. 

As 30 faixas foram colhidas em várias fontes. “Acerto de contas”, “Mineiro pau”, “O samba que eu lhe fiz”, “Engano”, “Compaixão”, “Falou demais”, “Começo errado”, “Lamento negro”, “Samba de botequim” e “Sublime primavera” tiveram melodia ou letra trabalhadas por Pinheiro a partir de primeiras partes, fragmentos, frases soltas, idéias deixadas com ele pelo amigo. “A água rolou”, “Caprichosos de Pilares” e “Reza, meu bem”, também são inéditas, mas já estavam inteiramente prontas em 1989. 

- Mauro costumava chegar em casa tarde, já com uma idéia na cabeça, e a passava para o papel ou para o gravador — conta Pinheiro. — Depois, esquecia. Mas os filhos tiveram o cuidado de guardar alguns desses esboços, como eu guardei os nossos no meu arquivo (uma coleção preciosa, que reúne as cerca de mil músicas gravadas de Pinheiro, as quase 500 inéditas e as 150 que ele, letrista consagrado, também musicou). 

Das demais faixas, já foram gravadas “Lenha na fogueira” (por Walter Alfaiate, com a letra alterada), “Desde que me abandonou” (pelo próprio Mauro, no Projeto Brahma Extra de 1988), “Sofro tanto” (Cláudia Savaget), “A água rolou” (pelo sambista Portella, de São Paulo), “Não sei” (Sônia Santos, em 1975), “Mais consideração” ( Mart’nália, em seu LP de estréia), “Sonho de criança” (Noca da Portela, co-autor), “Tempo de amigo” (Ataulfo Alves Jr.) e “Morro”, única parceria com Ivone Lara (Elza Soares). 

Outras descobertas devem-se a Élton Medeiros, de cujo baú saíram sambas feitos com Mauro: “A mulher do pedreiro” e “Malandro não tem medo” (as vozes e a batucada dos dois autores, gravadas numa fita, são usadas como vinhetas no início de cada faixa); a Walter Alfaiate, que se lembrava de música e letra de “Eu não quero sofrer”; a Cristina e aos filhos de Mauro, que costumam cantar, nas noites do bar Bip Bip, em Copacabana o samba “Carnaval”, parceria com o falecido Adélcio de Carvalho, também de Botafogo. É ainda com Adélcio a inédita “Samba do eleitor”. “Sonho e realidade” é a única parceria com o baiano Edil Pacheco. 

- A turma que está chegando precisa conhecer os sambas do Mauro, para saber como é que se faz — afirma Pinheiro — São sambas ancestrais, de outro tempo, um tempo em que as linhas melódicas tinham de ser, necessariamente, bonitas. Quem faz samba assim, hoje, vive em guetos, está escondido, não aparece. Talvez por isso Mauro seja um dos parceiros de quem sinto mais falta. 

Os arranjos dos CDs foram feito coletivamente pelos quatro componentes do Samba de Fato, que se apresentam toda quarta-feira no Trapiche Gamboa. A fidelidade ao estilo de Bolacha, aquela ancestralidade ressaltada por Pinheiro, foi a palavra de ordem. Depois disso, quem sabe não chega a vez dos sambas mais conhecidos? 

segunda-feira, 21 de novembro de 2016

PORTELA (França)

AZUL-E-BRANCO ESTÁ COM O PÉ NA FRANÇA (JB online – 13/02/08) 
 
O carnaval mal acabou, mas as escolas de samba já pensam na festa do ano que vem. Na corrida pelo patrocínio, a Portela largou na frente e está com o pé na França. Uma reunião entre o presidente da escola, Nilo Figueiredo, e o cônsul francês Hugues Goiseault já está agendada para discutir o samba-enredo de 2009, ano da França no Brasil. 
 
Surgiu uma oportunidade e o cônsul francês foi apresentado ao presidente Nilo. Eles marcaram uma conversa, o cônsul quer conversar - declarou Agnaldo Dias, vice-presidente financeiro da Portela. 
 
A assessoria de imprensa do consulado revelou que a escola mostrou interesse pelo enredo. A primeira aproximação entre a Portela e o consulado francês aconteceu essa semana, quando as mulatas da azul-e-branco de Madureira foram a atração de um coquetel promovido no navio de guerra da marinha francesa Joana D´Arc. 
 
Vantagem nas cores 
 
Se o apoio for mesmo confirmado, a Portela tem uma vantagem para a elaboração das alegorias e adereços, as cores da escola. Bastaria acrescentar o vermelho para homenagear o país europeu. Essa facilidade da escola agrada os representantes franceses no Brasil, que já mostraram preferência por uma escola de tradição. 
 
Na semana passada, o prefeito Cesar Maia divulgou o patrocínio de R$ 2 milhões para as agremiações que escolherem a França como enredo. De 21 de abril a 15 de novembro, o Brasil comemora o ano da França no país, com atrações artísticas e acordos políticos, acadêmicos e econômicos. 

Gilsinho (Renovação)

GILSINHO PERMANECE NA PORTELA. NILO SÉRGIO AGUARDA DECISÃO DA PRESIDÊNCIA (site ocarnavalesco – 12/02/08)

O intérprete Gilsinho, da Portela, renovou na noite de terça o seu contrato com a escola de Madureira. Segundo o cantor, o presidente Nilo Figueiredo aceitou um acordo financeiro pedido por ele.
 
Já o diretor de bateria, Nilo Sérgio, aguarda uma decisão da presidência da Azul e Branca para decidir o seu futuro no carnaval. Ele tem proposta da Porto da Pedra, que substituirá Mestre Louro, por problema de saúde.

PORTELA 2009 (Mudanças)

CARNAVALESCO DA PORTELA DEIXA A ESCOLA (O DIA – 10/02/08)

Quarta colocada, a Portela vibrou com sua apresentação. Afinal de contas, foram precisos dez anos para que a escola conseguisse voltar no sábado das campeãs. A festa, no entanto, não foi tão especial para alguns. Depois da saída da porta-bandeira Alessandra Bessa foi a vez do carnavalesco Cahê Rodrigues dar adeus à Portela. Neste sábado, ele afirmou que não continuará na azul-e-branco.

Decidi que não quero mais ficar. Ainda não comuniquei ao presidente, mas já me decidi. Amo a Portela e aprendi a amar o portelense, mas acho que já completei meu ciclo na escola. Sem explicar os motivos de sua saída, o carnavalesco disse também que ainda não recebeu convite de nenhuma outra agremiação.

Outro que também pode deixar a escola é o intérprete Gilsinho. Segundo o cantor, uma reunião com o presidente da escola, Nilo Figueiredo, decidirá o seu futuro. A insatisfação com a diretoria é grande. A premiada bateria da Portela também deverá ter um novo comandante. Nos bastidores, cogita-se a ida de Mestre Nilo Sérgio para a Porto da Pedra, para assumir o posto de Mestre Louro, que terá que se afastar por problemas de saúde.

terça-feira, 15 de novembro de 2016

PORTELA (Porta-Bandeira)

PORTA-BANDEIRA DA PORTELA PEDE DEMISSÃO E NÃO ESTARÁ NO DESFILE DAS CAMPEÃS (O DIA – 08/02/02)


Baixa na Portela. A porta-bandeira Alessandra Bessa pediu demissão nesta quarta-feira e já não estará no desfile das campeãs. Segundo Alessandra, sua saída se deu por "problemas internos na escola". "Fiquei feliz com o quarto lugar da escola e acho até que ela merecia uma posição melhor. Mas resolvi pedir demissão por causa de uns problemas internos que estavam acontecendo na Portela", explicou. 

Procurado, o presidente da azul-e-branco, Nilo Figueiredo, confirmou que a porta-bandeira lhe telefonou para pedir demissão. "Ela pediu para sair e não seria eu que iria prendê-la", disse. O dirigente, no entanto, negou que o motivo da saída fossem "problemas internos". "Ela simplesmente não entendeu a importância de ser porta-bandeira da Portela aos 20 anos, sendo que foi chamada quando tinha 19. O próprio mestre-sala (Diego) me disse que não concordou com a decisão dela". No desfile das campeãs, neste sábado, Diego dançará com a segunda porta-bandeira, Kátia Paz.

terça-feira, 8 de novembro de 2016

PORTELA 2008 (Desfile das Campeãs)

PORTELA DESFILARÁ ENTRE AS CAMPEÃS APÓS 10 ANOS (Terra – 02/08)


A Águia, enfim, mostrou as garras na Avenida. Depois de 10 anos, a Portela - que apresentou o enredo Reconstruindo a natureza, recriando a vida: o sonho vira realidade - vai se apresentar entre as campeãs. O quarto lugar levou uma multidão à quadra, em Madureira, como há muito tempo não se via. "Foi uma luta muito grande. Se Deus quiser, vamos melhorar ano que vem", desabafou o presidente Nilo Figueiredo, saudado como herói.

A última vez que a agremiação desfilou no sábado foi com o enredo Os olhos da noite, de Ilvamar Magalhães, em 1998. Depois, foi só bordoada. O máximo que conseguira fora o sétimo lugar em 2004 e 2006. Chegou a flertar com o Grupo de Acesso A, depois da pífia apresentação em 2005, quando a Velha Guarda foi barrada para não estourar o tempo de desfile. Mesmo assim, ficou em 13º lugar. 

Mais de mil pessoas compareceram à quadra - considerada a melhor em levantamento de O Dia - para acompanhar a apuração. As boas notas eram comemoradas entusiasmadamente. A vibração era grande também com as notas baixas dadas à Imperatriz.

Quando a escola figurou em terceiro lugar no decorrer da apuração, a bateria subiu ao palco e iniciou apresentação. Mas bastou uma nota baixa para os ritmistas pararem de tocar para aguardar o resultado final. "Seremos recebidos como heróis na quadra", previu Marcelo Jacob, um dos três diretores da Comissão de Harmonia, ao deixar o Sambódromo.

"A Portela saiu com garra. O empenho do portelense foi muito importante", avaliou o mestre-sala Diego Falcão. "Queria o primeiro lugar, é claro, mas estou satisfeita. Pelo menos estaremos no Desfile das Campeãs", festeja a passista Vanessa Martins da Silva, 27 anos. Para a coordenadora de ala, Nilce Fran, 40 anos, que desfila desde os 10, voltar no Sábado das Campeãs fortalece a escola: "Vir brigando pau a pau foi lindo". O ginasta Diego Hipólito também estava na quadra: "O desfile foi muito bonito. Deu para sentir que desfilamos muito bem".

Os portelenses reconheceram os méritos do título da Beija-Flor, mas reclamaram o vice-campeonato. "A Portela poderia ter ficado com o segundo lugar. Não digo que foi uma injustiça, mas há notas discutíveis", observou Nilo Figueiredo. 

Modernização e busca por patrocinadores

A Águia quer voar mais alto no próximo Carnaval. O presidente Nilo Figueiredo promete continuar o plano de modernização e já acena para patrocinadores. "Ser parceiro da Portela é bom negócio. A escola é rica", convida. "É impossível fazer Carnaval sem nenhuma ajuda. Gasta-se R$ 6 milhões num desfile", completa. 

Novidades estão a caminho. "Vamos analisar ponto a ponto e, aí sim, vou decidir mudanças. O coração já está calejado. Vamos melhorar, corrigir tudo", promete. A escola testou o GPS na Harmonia. "Foi positivo. Fizemos experiência e vamos aperfeiçoar", disse Marcelo Jacob, diretor de Harmonia. 

O carnavalesco Cahe Rodrigues vê novos tempos. "O público viu uma nova Portela: carros maiores, mais efeitos especiais e fantasias volumosas e modernas. A escola rejuvenesceu sem perder a tradição", explicou ele. 

Classificação Final 2008

 

quarta-feira, 2 de novembro de 2016

PORTELA 2008 (Leitores)

PORTELA É CONSIDERADA A MELHOR DO CARNAVAL PELOS LEITORES DO GLOBO ONLINE




Comissão de Frente da Portela

A Portela mostrou a força da sua torcida e foi considerada a melhor escola do carnaval segundo o Eu-Jurado, a inédita apuração participativa, promovida pelo Globo Online, em que os internautas puderam dar notas para as agremiações do Grupo Especial em todos os quesitos, da mesma forma que fazem os jurados oficiais na avenida.

A Azul-e-Branco de Oswaldo Cruz teve um total de 93,16 pontos, considerando a média de todas as notas dadas pelos 2.539 leitores que participaram do julgamento.

Em segundo lugar veio a Viradouro (nota média de 93,02), do carnavalesco Paulo Barros, que segue encantando e surpreendendo o público, mas ainda não conseguiu ser campeão.

Em terceiro, os leitores escolheram o Salgueiro (92,96), que levou para a Avenida um enredo sobre a cidade do Rio. A Mocidade (92,75), escola que conquistou a maior quantidade de prêmios no Estandarte de Ouro, ficou em quarto, seguida da Unidos da Tijuca (91,93), que levou o Estandarte de melhor escola.

quinta-feira, 27 de outubro de 2016

PORTELA 2008 (Desempenho)

PORTELA FAZ DESFILE DIDÁTICO E MORNO (O DIA – 02/08)






Quarta a desfilar na Avenida na madrugada desta segunda-feira, a Portela fez um desfile didático e sem empolgação. A escola chegou na Avenida, no setor 1, em silêncio, e foi muito vaiada pelo público. 

Os foliões das arquibancadas não se contentaram com o silêncio e pediram em coro o tradicional "esquenta". Gritos de "Bateria! Bateria! Bateria!" foram ouvidos de longe. O presidente da escola, Nilo Figueiredo, entrou discutindo com integrantes da Liesa. 

A comissão de frente da Portela, chamada de "O Balé das Águas Vivas" fez referência à vida marinha, assim como o carro abre-alas. O primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, Diego e Alessandra, não conseguiu evoluir bem no desfile. Devido ao peso da fanstasia, Alessandra ficou sem mobilidade. As fantasias em geral eram de fácil leitura, mas simples.

A tradicional Águia da escola impressionou pelo tamanho, 22m de comprimento e 9m de altura, e pelo neon. Diego Hipólito foi destaque no carro acoplado do Abre-Alas. Destaque também para o oitavo carro, que mostrou o contraste social, trazendo um bebê desnutrido e outro saudável. Liderada pela rainha Adriana Bombom, a bateria de Mestre Nilo deu show e empolgou as arquibancadas. 

O ator Antonio Fagundes participou do desfile, gravando para a novela "Duas Caras", onde é presidente da escola de samba Portelinha. Fagundes veio ao lado de Zeca Pagodinho. Depois da gravação, o ator se juntou aos diretores e continuou a desfilar. Os cantores Paulinho da Viola, Zeca Pagodinho, Wagner Victer, presidente da Cedae, e o deputado federal Leonardo Picciani, presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara também desfilaram na ala da diretoria. 

O mestre Paulinho da Viola quer a vitória da escola. "Este ano temos que quebrar o jejum de 25 anos sem ganhar. O enredo é muito pertinente e até a chuva que cai, ajuda", disse. Sobre o assalto, onde teve seu carro roubado, Paulinho foi enfático. "Não vou deixar de desfilar e muito menos me mudar do Rio por causa disso. Picciani confirmou seu apoio à Solange Amaral, na prefeitura do Rio.

Um dos carros entrou no desfile sem um de seus destaques. Enquanto o "Carvalhão", guindaste que leva as pessoas até o alto dos carros alegóricos, estava subindo com uma mulher que seria um dos destaques, o carro continuou andando e não parou mais. Com isso, formou-se um buraco em frente ao setor 1 e o carro desfilou sem esse destaque, que ficou no guindaste.

A integrante Neide Chaves, de 55 anos, passou mal ao ser levada pelo guindaste para o alto de um carro e deixou o desfile. O guindaste não tinha a altura suficiente para deixá-la lá em cima e quando desceu, Neide passou mal. Ela foi levada para o pronto atendimento em uma maca.

Majestade do Samba (Catoni - 44ª Edição)


terça-feira, 25 de outubro de 2016

PORTELA 2008 (Bateria)

BATERIA DA PORTELA É A MAIOR DO GRUPO ESPECIAL (Globo online – 30/01/08)

A bateria da Portela, comandada por mestre Nilo Sérgio, é a maior no número de ritmistas para o carnaval 2008. São 311 componentes. A Mocidade desfila com 310 integrantes, que são comandados por mestre Jonas. A Viradouro, de mestre Ciça, é composta de 300 ritmistas. 

Com um ritmo tradicional, a bateria da Portela fará duas paradinhas no desfile oficial. A fantasia recebeu o nome de energia das ondas. Mestre Nilo Sérgio dividiu seus componentes pelos instrumentos: 13 na 1ª marcação, 14 na 2ª marcação, 16 na 3ª marcação, 1 no ganzá, 100 na caixa de guerra, 40 no tamborim, 40 no repinique, 1 prato, 30 no agogô, 24 na cuíca e 32 chocalhos. 

Os ritmistas da Mocidade vão representar Dom Sebastião. Mestre Jonas terá o apoio do maestro Rildo Hora. A bateria de Padre Miguel está dividida em: 12 na 1ª marcação, 14 na 2ª marcação, 16 na 3ª marcação, 10 no reco-reco, 112 na caixa, 40 no tamborim, 43 no repinique, 2 no prato, 16 na cuíca, 1 pandeiro e 44 no chocalho.

sexta-feira, 21 de outubro de 2016

PORTELA 2008 (Ensaio Técnico)

PORTELA DÁ SHOW DE BATERIA E  ENSAIA BEM (site ocarnavalesco – 01/08)

As 25 mil pessoas que compareceram na Sapucaí nesse sábado puderam conferir o animado ensaio técnico para o carnaval 2008. A Portela melhorou seu desempenho em relação ao último treino e animou o público. O grande destaque da avenida foi a imensa torcida portelense, que recebeu calorosamente a sua escola. 

Às 22h30, o rio azul e branco invadiu a Avenida. A Portela cantou e evoluiu muito bem o samba “Reconstruindo a natureza, recriando a vida: o sonho vira realidade”. As alas cantavam forte e arrepiavam ao baterem no peito durante o verso “Sou Portela”.


Adriana Bombom

A Escola levou todos os seus setores pra avenida e pareceu estar pronta pra desfilar, apagando a performance mediana do último ensaio.

- Houve um grande progresso em relação ao nosso último ensaio aqui. Nós temos um estilo de evolução diferente das outras escolas, no qual os componentes desfilam com liberdade - afirmou Júnior, diretor geral de harmonia.

Diretor diz que alas da Portela estão com liberdade

Há quem considere falho esse estilo mais “livre” da Portela desfilar, pois as alas não ficam compactadas em blocos. Mas para o componente parece ideal, pois ele tem espaço para evoluir. Fica a critério do jurado no dia do desfile considerar se é um estilo ou não ao dar a nota à escola.

O grande destaque da escola de Oswaldo Cruz foi a bateria comandada pelo mestre Nilo Sérgio. Sustentando muito bem o samba, os ritmistas estavam bastante entrosados e deram um show com as paradinhas. A “Tabajara do Samba”, como era conhecida antigamente a bateria da Portela, está voltando aos bons tempos e desponta como uma das favoritas a ganhar os disputados prêmios do carnaval.

Tradição e modernidade andaram juntas: Tia Surica e Tia Dodô brilharam, assim como, a musa Ana Paula Evangelista e a rainha da bateria Adriana Bombom.

domingo, 2 de outubro de 2016

PORTELA 2008 (Barracão)

ALEGORIA QUE SE TRANSFORMA DURANTE O DESFILE É UMA DAS OUSADIAS QUE A PORTELA QUER MOSTRAR ESTE ANO (Jornal Extra – 29/01/08)
 
Desde 1998 sem voltar para o Desfile das Campeãs, mas disposta a entrar de vez no século 21 e quebrar essa escrita, a Portela aposta numa receita: unir a tradição dos baluartes à modernidade dos jovens. Se os tradicionais nomes da escola já são mais que conhecidos, a nova geração você vê na foto ao lado. O carnavalesco Cahê Rodrigues e o trio à frente da harmonia (Júnior Escafura, Marcelo Jacob e Alex Fab) estão fazendo a Azul-e-Branco de Oswaldo Cruz respirar novos ares.

 

" Esse vai ser o carnaval mais moderno da Portela " 

- Por ser uma escola muito tradicional, é natural que haja resistência a novidades. Mas todos estão confiando no nosso trabalho. Esse vai ser o carnaval mais moderno da Portela - diz Escafura, que também é autor do samba. 

O quinto carro - "Viva a vida!" - será um dos que vão mostrar essa modernidade. Ele representará a natureza morta, num cenário desolador, com um bebê sufocado. Mas, em determinados momentos, a alegoria se transforma e 110 componentes fazem florescer uma nova, cheia de flores. O bebê, é claro, se transforma num garoto cheio de saúde. 

- Estamos ensaiando o canto e as teatralizações, para ficarmos afiados. O astral está ótimo - diz Marcelo. 

O abre-alas também promete impressionar: trará a águia toda iluminada em néon, além de três mil litros de águas "dançantes" e 50 componentes coreografados. A ave vai gritar na Avenida, assim como o gorila do sexto carro e a onça do sétimo.

Abertura com balé de águas-vivas 

O desfile da Portela, que trará o enredo "Reconstruindo a natureza, recriando a vida: o sonho vira realidade", sobre a necessidade de preservação do planeta, promete impacto desde o início. A escola criou várias estratégias em seus primeiros momentos para conquistar o público. 

O primeiro item desse bloco é a comissão de frente. Coreografada por Jorge Texeira (do Conservatório Brasileiro de Dança, muito elogiado no carnaval passado), a comissão vai mostrar o balé das águas-vivas. Os 15 integrantes, que têm sido aplaudidos nos ensaios técnicos, vão representar os diversos movimentos das águas do mar, dos momentos tranqüilos aos revoltos. 

" Nossos homens-peixes vão fazer sucesso " 

- Estamos ensaiando de segunda a sexta, cerca de três horas por dia. Nossos homens-peixes vão fazer sucesso - diz Henrique Talma, também coreógrafo da comissão. 

Depois deles, virão o mestre-sala e a porta-bandeira e, em seguida, outra surpresa: uma ala vai simular o balanço das ondas, numa coreografia que interage com o abre-alas.

sábado, 24 de setembro de 2016

PORTELA 2008 (Revista)

REVISTA DA PORTELA 2008 (site da Escola – 25/01/08)

 
Ginasta Diego Hipólito e uma prima


A Escola lançará sua revista para o carnaval 2008.

Com 50 mil exemplares e 64 páginas, a revista abordará sua história, seu enredo, e o desfile (desenhos das alegorias e fantasias). 

Além da entrevista com Paulinho da Viola, que contará a criação do samba "Amor à natureza" (1975), sua tradicional FEIJOADA e seus PROJETOS SOCAIS.

PORTELA 2008

Espaço Bora Bora - Barra da Tijuca
Avenida Abelardo Bueno, 2510, em frente ao Parque Aquático Maria Lenk
Dia: 26/01/08 - 14h. 

Obs: Festa de lançamento, com feijoada para 500 pessoas e show da Tabajara do Samba.

sexta-feira, 23 de setembro de 2016

PORTELA 2008 (Empolgação)

LEITORES EMPOLGADOS NO BARRACÃO DA PORTELA (O DIA – 23/01/08)


Quarta escola de samba a desfilar no Domingo de Carnaval, a Portela abriu ontem seu barracão para leitores de O DIA. Eles responderam corretamente a todas as perguntas sobre a agremiação em O DIA Online e, por isso, puderam ver um pouco dos carros alegóricos e saber mais sobre o que a Azul-e-Branca de Madureira vai levar para a Sapucaí.

Guiados por Nilton Jr., assistente do carnavalesco Cahe Rodrigues, os visitantes ganharam camisetas e conheceram mais sobre o enredo, que fala da natureza. O gorila gigante e carro da natureza morta causaram espanto e admiração. 

“Sou portelense, moro em Madureira e freqüento a quadra da escola, mas esta foi a primeira vez em que piso no barracão”, contou o funcionário público aposentado Antonio Mario Eloi Santos, 56 anos, a caminho da Cidade do Samba, na Gamboa. “Achei as alegorias lindas. Está um espetáculo”, entusiasmou-se a técnica em turismo Ana Maria de Oliveira, 37 anos.

A visita de ontem foi a última da promoção cultural de O DIA que levou leitores a barracões de oito das doze escolas de samba do Grupo Especial.

terça-feira, 20 de setembro de 2016

PORTELA 2008 (Ensaio Técnico)

PORTELA CANTA, MAS NÃO VIBRA EM SEU ÚLTIMO ENSAIO (20/01/08)

Segunda escola a entrar na Passarela do Samba, a Portela fez um bom ensaio. Com mais acertos do que erros. Os pontos fortes do treino foram a bateria, o canto e a comissão de frente. Os equívocos aconteceram na evolução de algumas alas e a falta de vibração de alguns componentes.


Comissão de Frente 2008


Momentos antes do início do ensaio a Portela distribuiu chapéus para o público. A torcida Guerreiros da Águia coloriu de azul e branco um dos setores da Avenida. Nas demais arquibancadas, muita gente para acompanhar a escola, apesar da ameaça de chuva, que ia e voltava.

O esquenta teve sambas de sucesso da escola, como "Contos de Areia" e "Foi um rio que passou em minha vida". No começo do treino, a agremiação dava a impressão que faria uma apresentação impecável, mas a displicência de algumas alas prejudicou a harmonia. O resultado: contraste. Boa parte dos componentes cantando com garra, enquanto outros se limitavam a cantar, sem demonstrar animação. Ao longo do ensaio espaços entre e dentro de algumas alas mostravam que ainda há o que corrigir. 

Na comissão de frente, os bailarinos parecem estar prontos para o desfile oficial. Movimentos bem sincronizados e com coreografia de fácil entendimento. O grupo representará "Água, a fonte da vida", no enredo "Reconstruindo a natureza, recriando a vida: O sonho vira realidade", do carnavalesco Cahe Rodrigues. 

- Hoje foi excelente se comparado com a semana passada. Tivemos a participação dos guardiões do mestre-sala e da porta-bandeira, que facilitaram a evolução da comissão de frente com o casal - comemorou o coreógrafo Jorge Texeira. 

Mesmo com a pista molhada, Diego Falcão e Alessandra, o casal de mestre-sala e porta-bandeira oficial da escola de Madureira, mostraram segurança. A jovem dupla tem a responsabilidade de conseguir boas notas para a agremiação. Após o treino, eles pareciam tranqüilos com relação a isso. Este ano será o segundo carnaval deles dois dançando juntos na Portela. 

Ainda na frente da escola, o presidente Nilo Figueiredo estava atento a todos detalhes, principalmente com a evolução da comissão de frente, do casal de mestre-sala e porta-bandeira e das alas de coreografadas. Como o primeiro setor da agremiação simboliza o mar e a água como fonte de vida, o carnavalesco terá algumas alas de passo marcado para representar os cardumes e as bolhas do oceano. 

As paradinhas e a coreografia da bateria foram um show à parte. Os ritmistas portelenses se destacaram graças ao balanço e a cadência da marcação. Comandada pelo Mestre Nilo Sérgio, a bateria, de acordo com o próprio diretor da ala, está pronta para ir em busca dos 40 pontos. 

- Não tem mais o que fazer. Agora é pra valer. Sabemos que não tem nada ganho e vamos entrar na Sapucaí com muita humildade e segurança. Sempre trabalho para conquistar as notas máximas. As bossas estão bem ensaiadas. Está tudo pronto - afirmou Nilo Sérgio, que apresentará duas bossas para a Avenida. 

A Portela será a quarta escola a desfilar no domingo de folia. 

sexta-feira, 16 de setembro de 2016

Filhos da Águia (Racha)

ÁGUIA FERIDA EM MADUREIRA (Jornal Extra - 20/01/2008) 

Briga por verbas causa racha nos mirins da Portela. 

Enquanto antigo presidente questiona pleito e atual cobra subvenção, agremiação corre contra o relógio. 

A 13 dias da abertura oficial da folia na cidade, uma das escolas mirins que participarão do desfile de abertura na Sapucaí corre o quanto pode para pôr seu carnaval na Avenida. Às voltas com um desentendimento entre a antiga e a nova diretoria por causa da subvenção, a Filhos da Águia, agremiação nascida dentro da Portela, tem que preparar até lá duas alegorias e concluir a confecção de mil fantasias para não ser punida. 

O atual presidente, Cláudio Cruz, eleito em outubro, acusa o antecessor, Osni José do Nascimento, o Nil, de não ter repassado à nova diretoria as verbas recebidas para fazer o carnaval. Nil, por sua vez, alega ter investido os R$32 mil (R$26 mil da Prefeitura do Rio e R$6 mil da Riotur) dados à escola em fantasias. 

Nil questiona na 1ª Vara Cível de Madureira a eleição do sucessor, alegando que seu mandato só terminaria em 2010. Cláudio fez um registro na 29ª DP )(Madureira) contra Nil por apropriação indébita. 

- Até agora, não temos nenhum carro alegórico. Para conseguir fazer todas as fantasias, estamos contando com a ajuda da primeira-dama da Portela, Val Carvalho, que tem nos doado os cortes de tecido que sobram das fantasias da escola — afirma Cláudio Cruz, que também alega não ter encontrado os instrumentos da agremiação mirim. 

- A escola tinha 126 instrumentos e não encontrei nenhuma peça. 

Sumiço depois do Pan 

Osni afirma que a escola mirim só tinha 22 instrumentos e que todos sumiram depois dos Jogos Pan-Americanos, quando algumas crianças da agremiação participaram como voluntárias da festa no Maracanã. 

Enquanto aguarda a decisão da Justiça, ele segue confeccionando as fantasias: 

- Não me apropriei indevidamente de nada. Quando recebi a subvenção, eu era o presidente da escola. Usei o dinheiro para fazer fantasias. É só eles descerem do pedestal e virem aqui buscá-las. 

PORTELA (Samba no pé)

COM O SAMBA DA PORTELA NO PÉ (Jornal Extra - 20/01/2008 )

Com o samba da Portela no pé e na ponta na língua 

Por trás desses halteres do professor de educação física Júnior Scafura está um dos compositores do samba de 2008 da Portela. Também coordenador de harmonia do desfile, ele tem a missão de evitar os buracos entre as alas e colocar todo mundo para cantar o próprio samba. “Tenho que incentivar a galera. 

Fico de lá pra cá, durante todo o desfile”, conta ele. Uma coisa é certa: a preparação física está garantida. “Dou aulas e malho todos os dias. A academia me ajuda a agüentar o ritmo. E os meus alunos foram torcer para o meu samba durante os concursos”, conta ele, orgulhoso.

domingo, 11 de setembro de 2016

Filhos da Águia 2008 (Enredo)

ESTRÉIA COM ENREDO SOBRE NATAL (Jornal Extra - 20/01/2008) 

A Filhos da Águia foi criada em 2001, mas só registrada em cartório três anos depois. Em 2005, foi apadrinhada pelos cantores portelenses Paulinho da Viola e Marisa Monte. A estréia na Passarela do Samba, como escola convidada, aconteceu em fevereiro daquele mesmo ano, com o enredo “Um sonho de Natal”, homenagem ao centenário de Natalino José do Nascimento, pai de Osni. Este ano, o enredo será o mesmo de 1957 da Portela: “Legados de Dom João VI”. 

A escola foi criada em 2001, mas só foi registrada em 2004. Pelo Código Civil, a primeira diretoria pode ficar no cargo por seis anos. Então, meu mandato só acabaria em 2010 — diz Nil. 

Novo regulamento 

A preocupação da atual diretoria da Filhos da Águia é cumprir o novo regulamento da Associação de Escolas Mirins do Rio de Janeiro (Aesm Rio), que exige um mínimo de mil crianças fantasiadas, além de dois carros alegóricos. A punição para quem descumpre as regras vai de multa, estabelecida em plenário, à suspensão, em caso de reincidência. 

- Temos que fazer algumas exigências para não comprometer a qualidade — explica Edson Marinho, presidente da AESM Rio. 

PORTELA 2008 (Cria)

CRIA DA PORTELA VAI PARA A SERRINHA (Jornal Extra - 17/01/2008) 

Danielle será porta-bandeira do Império 

Quem um dia poderia imaginar que uma neta do folclórico Natalino José do Nascimento, o Natal da Portela, poderia assumir o pavilhão do arqui-rival Império Serrano? Pois o improvável se transformou em realidade ontem, quando Danielle Nascimento, filha de Wilma Nascimento, foi apresentada como porta-bandeira da escola da Serrinha para 2008.

- Sei que meu avô ia querer outra coisa. Mas a essa hora ele deve estar feliz por ver a neta dele dar a volta por cima — disse. 

Ela se confessou surpresa com o convite do Império Serrano, que dispensou a ex-titular Janaína no fim da semana passada. Danielle, no entanto, revelou que tem intimidade suficiente com a Verde-e-branco para seguir brilhando na Sapucaí, após 14 anos na Tradição.

- Fui criada na Rua Compositor Silas de Oliveira, no pé da Serrinha. Meus amigos de infância, minha melhor amiga e meus vizinhos são todos imperianos. Então, não vai ter mistério — disse a porta-bandeira, apresentada ontem num show da escola de samba no Teatro Rival. 

Maior porta-bandeira da história do carnaval carioca e ídolo da Portela, Wilma Nascimento também desfilará no Império Serrano. Mas nada com muito destaque. 

- Quem vai apresentar o casal do Império é o Fabrício, que era o mestre-sala dela na Tradição. Eu só vou estar ali como apoio — afirmou Wilma, que chegou a ser cogitada para a vaga. 

Novo desafio 

A ex-porta-bandeira, aliás, era contra o acerto de sua filha com o Império Serrano. Nada contra a escola, mas ela achava que Danielle teria pouco tempo para se entrosar com o mestre-sala Charles. 

- Tive de convencer a minha mãe. Ela não queria de jeito nenhum. Mas fiz ela ver que às vezes a gente tem de encarar o desafio.