Monarco da Portela será enredo do Jacarezinho, escola da qual foi compositor e presidente. (Jornal Extra - 27/01/05)
Na terça-feira de carnaval, a primeira escola a desfilar na Sapucaí, pelo Grupo B, vai trazer em seu abre-alas dois símbolos: o jacaré malandro e a águia. Essa união simboliza a homenagem que a Unidos do Jacarezinho está fazendo a Monarco da Portela em seu desfile. E se a história de Monarco como cantor e compositor já renderia um enredo, a ligação do portelense com a escola do Jacarezinho justifica ainda mais a homenagem.
Nunca tinha sido enredo de uma escola de samba e estou animado. O samba é bonito e a escola está preparada — diz Monarco.
Bronca de Natal
E o poeta pode falar como ninguém da escola. Afinal, ele estava presente no dia em que as escolas do Morro do Jacarezinho se fundiram e criaram a agremiação, em 1967. Levado por um amigo, acabou recebendo a sinopse do samba e ganhou a disputa. A escola foi campeã do terceiro grupo e, nos dois anos seguintes, Monarco novamente fez o samba da escola. Resultado: em 1970, o Jacarezinho já estava no primeiro grupo.
Isso gerou uma ciumeira danada, porque Natal (presidente da Portela na época) dizia que eu só fazia samba bom para o Jacarezinho. Disse a ele que as escolas não competiam e que iria preparar alguma coisa bonita para a Portela. Mas ele me esculhambou — lembra.
Quando a escola chegou lá em cima, Monarco se afastou, mas na década de 80, numa fase ruim, chegou até a sugerir enredos: em 1981, sobre Paulo da Portela; e em 1982, sobre Geraldo Pereira.
— Em 82, eu bati o córner e corri para cabecear, porque sugeri o enredo e ainda fiz o samba — conta.
Depois, já na década de 90, uma nova experiência na vida de Monarco: virou presidente da escola, em 1993 e 1994.
— Não tinha ninguém para assumir e pediram que eu ajudasse. Mas minha vida não é essa. Minha rotina pessoal ficou em segundo plano, quase não fazia show nem compunha. Aí, tive que largar.
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