Majestade do Samba

PORTELA é FATO E FOCO



quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

Paulo da PORTELA (Busto)

NÃO CAIU NO ESQUECIMENTO (Mar/08)


Quando brigou com a Portela em 1941, escola que ajudou a fundar e foi o primeiro presidente, Paulo da Portela compôs o memorável samba “O meu nome já caiu no esquecimento”, em que diz “O meu nome não interessa a mais ninguém / E o tempo foi passando / E a velhice vem chegando / Já me olham com desdém”.


Mal sabia ele que, quase 70 anos depois, seu nome não apenas ainda seria lembrando, mas também sua imagem. No último sábado, o busto de Paulo da Portela foi reinaugurado, desta vez dentro da quadra da azul-e-branco, em Madureira, ao lado do busto de Natal. 

Paulo Benjamin de Oliveira (Rio, 18 de junho de 1901 — 31 de janeiro de 1949) foi um dos que mais lutaram para acabar com a imagem preconceituosa que se tinha a respeito dos sambista - de ignorantes e vagabundos. Ele queria que o sambista fosse reconhecido como artista. 

A briga ocorreu no carnaval de 1941, depois de uma viagem a São Paulo com Cartola e Heitor dos Prazeres. Eles chegaram ao Rio e foram direto para a Praça Onze, vestidos de preto-e-branco (roupa do Conjunto Carioca, no qual eram integrantes). Combinaram desfilar um na escola do outro. Quando chegaram à concentração da Portela, foram barrados. 

O mestre-sala Manuel Bambã foi a pedra no caminho. Ele havia brigado com Heitor dos Prazeres em 1929, para defender seu amigo Rufino, quando chegou a desferir navalhadas. Bambã se valeu de uma determinação do próprio Paulo para barrar o trio: “Só sai pela escola quem veste azul-e-branco”, afirmou. 

Claro que o mestre-sala livrou, ao mesmo tempo, Paulo dessa determinação, afinal era a figura mais importante da escola. Tanto que, quando a escola foi fundada, o nome “Portela” ficou conhecido inicialmente a partir do próprio Paulo. Mais tarde, pela “Estrada do Portela”. 

Nesse ano, a Portela foi campeã com seu samba “Dez anos de glória” sem a presença de Paulo da Portela, que saiu pela Mangueira, onde foi muito bem recebido pelos amigos de Cartola. Paulo nunca mais desfilou pela Portela. Decidiu levar seu carisma para a pequena Lira do Amor. 

Paulo da Portela faleceu em 31 de janeiro de 1949, vítima de um ataque cardíaco. Seu cortejo fúnebre foi acompanhado por cerca de 15 mil pessoas. No sábado, dia 1 de março, nomes como Paulinho da Viola, Zeca Pagodinho, Nei Lopes, Zé Katimba estiveram presentes na reinauguração de seu busto. 

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