Majestade do Samba

PORTELA é FATO E FOCO



sábado, 30 de setembro de 2017

PORTELA 2009 (Chaves)

QUATORZE SAMBAS CORTADOS NA PORTELA (ocarnavalesco – 21/09/08)


Das 34 composições inscritas no concurso de sambas-enredo da Portela, quatorze foram eliminadas após a apresentação deste sábado. 

As composições classificadas serão apresentadas em duas chaves. A eliminatória da Chave azul acontecerá nesta quarta-feira, a partir das 20h, e a eliminatória da chave branca será na sexta-feira, a partir das 22h.

Parcerias classificadas:


Chave Azul

Jurandy de Santanna, Sérgio da Boina, Alexandre Veloso e Ricardo Pinto
Jabolo, Minininho de Osvaldo Cruz, Oscar da Penha e Mazinho do Merck
Ary do Cavaco
Ronaldo Torres, Paulinho da Zinha e Irdes Albert
Eliane Faria, Alexandre Baia e Jair PQD
J.Rocha, Otto Guilherme, Edson Magrinho e Darcy Maravilha
Mauro Diniz, Cláudio Oliveira e Mauro Dias
Edu da Penha,Pereira Bombeiro, Junior Dom, Neto, Pimente
Ciraninho, Wanderley Monteiro, Diogo Nogueira, L.C Máximo e Júnior Escafura
Caixa D" Água, Franco Cava, Arnaldo Rippel, Naval e Juvenil


Chave Branca

Ney do Cavaco, Flávio Viana, Sidnei Good, Gilson B. Inspiração e Nelson
Gerson PM, Paulinho Teixeira, Beto da Portela, Jorge Pixinguinha e Marcos Glorioso
Jandyra Gonçalves, Celsinho de Andrade e Claudinho Oliveira
Cristiane Mazarim, Marcelo Poesia, Marquinhos Social, Ari Jorge e Fernado Magaça
Carminha da Portela, Luiz de Petrópolis, Marquinho Imperador e Edson Batista
Espanhol, Sylvio Paulo e Chico Português
J.Salles, Paulinho Razão e Rosalva Razão
Toninho Gerais, Toninho Nascimento, Bittar, Noquinha e Eli Penteado
Serginho Procópio, Bandeira Brasil, Celso Lopes, Alexandre Fernades e Charlles André
Flávio Bororó, Ronaldinho FDQ, Cristiano Moreno, Edmar Oliveira e Luiz Fróes

quinta-feira, 28 de setembro de 2017

PORTELA 2009 (Concorrentes)

SAMBAS CONCORRENTES NA PORTELA PARA 2009
Enredo:  E por falar em amor, onde anda você?


Compositores: J.Sales, Paulinho Razão e Rosalva Razão

E por falar em amor, quero tocar seu coração
Será que o mundo mudou, não vamos deixar mudar... 
Nossos valores, nossas crenças, tradições, nossos ritos e canções
Vamos ter que resgatar...

Voando no azul da passarela,
Abram alas à Portela
Hoje é pura Emoção! 
E vem lembrar que é no primeiro be-a-bá
Que se aprende a conjugar o verbo amar... 

Histórias de amor 
Heróis que por amor juraram proteger 
Reis que usaram todo o seu poder
Pra defender seus ideais, 
Num toque de magia a noite vira dia 
E o sol se põe mudando a cor
De um palácio de amor! 

Canta Brasil! Liberdade conquistada, 
Cresce Brasil! Natureza abençoada
Grita Brasil: Ó Minha Pátria Amada!
Segue com fé na sua caminhada 

A tecnologia que avança dia a dia
Faz a gente esquecer, como é importante a família
Chaplin já disse e vale a pena lembrar
Ninguém morre quando deixa de viver...
A gente morre quando deixa de amar! 

Inesquecíveis carnavais, dourados tempos
De serpentinas, arlequins e colombinas
Vem recordar e cair dentro da folia
Azul e branco são as cores da alegria! 

Levanta! Vem, vamos cantar!
É o amor que está no ar 
Representado na Avenida, 
Pela Portela o grande amor da minha vida!
E por falar em amor... 


Compositores: Gerson PM, Paulinho Teixeira, Beto da Portela, Jorge Pixinguinha e Marcos Glorioso

Amor abra o seu coração
Se entregue a este encanto venha ser meu par
Num mar azul e branco em aquarela
A poesia se faz mais bela
Na era medieval, o bem já vencia o mal
Só o amor faz a noite amar o dia
Sua lágrima abre uma flor...
Ergue castelo com sua magia

Amar é ter brilho no olhar
É a mistura das raças livre pra sonhar
É preservar a natureza em união
A humanidade se abraçar como irmãos

O amor é essência da vida
Não tem idade, está em todo lugar
Na arte e nas riquezas culturais
Desperta paixões virtuais
O amor não tem explicação...
Na mão que ensina... no beijo de mãe...
E na batalha de confete e serpentina
Do pierrô e arlequim pelo amor da colombina
Tire a máscara da face
Deixe a águia te levar, deixa!
Esse nosso amor se revelar

Bate no peito, é grande a saudade...
Com a portela cheia de felicidade
Ecoa no ar o amor
Na passarela um canto de esplendor 


Compositores: Ney do Cavaco, Flavio Viana, Sidnei Good, Gilson B. Inspiração e Nelson

Sublime amor...
A mais divina inspiração do criador
Vem da portela... acende a chama da minha paixão
O amor... desabrochou na humanidade
Na idade média o rei num ato de coragem
Deu ao seu povo... a lealdade
Na índia... o imperador se apaixonou
Fez um palácio a sua amada...
Uma prova de amor

Liberdade... amor!
À nossa pátria mãe gentil
Riqueza no solo... medalha de ouro
A natureza é meu maior tesouro

Amar nos traz felicidade...
"o vento levou"... o amor aos corações
Ilusão... o homem nessa era virtual
Se desviou do sentimento universal
O bonde passou... oh! que saudade...
Dos antigos carnavais
Dos pierros e colombinas... confetes e serpetinas 
Tempos que não voltam mais
Portela... é a razão da minha vida
Em Madureira, Oswaldo Cruz ou na avenida
Faz o povo delirar
Seu manto... azul e branco me fascina
Meus olhos brilham de alegria
Eternamente vou te amar

O meu coração... é só emoção!
Meu amor... minha portela
Voa águia tão bela
Apaixonado essa passarela


Compositores: Laerte, Barão, Aranha e Alcedir

Vem do Criador
A luz que emana nos meus versos
Brilham a imagem na tela
A minha águia e nossa terra
Amor, alimento da vida
Alma gêmea dos valores da razão
Na Europa, belo exemplo então surgia
Pro rei lealdade e honraria
Lendas de valentia e heroísmo
Fazem parte da era medieval
Ao viajar nesta magia
Vejo o sol clareando um novo dia

Taj-Mahal, o palácio na folia
De um rosto terno uma lágrima rolou
Nasceu na Índia a expressão da poesia
Através do tempo a saudade que marcou

Brasil sua bandeira é liberdade
Brota do chão várias riquezas pra nação
Oh, meu Rio, bela visão
Do meu país na evolução
No crescimento o sentimento
Irmanados em ação
Venho buscar felicidade
Com a Portela o coração neste lugar

Amor, amor, amor
Seu acalanto se mistura à emoção, oh, mãe!
Amor, amor, amor,
Máscara negra, o carnaval uma paixão


Compositores: Aílton, Amílton Damião, Gaúcha, Toninho Shita e Ricardo Mendonça

Você que me faz sonhar, acreditar, ser feliz
Transformar segredos e amgia
No despertar do dia
Aconteceu em reinos de poder e devoção
No fio da espada a emoção
Na alma o palácio da ilusão
Vem que o meu país, brasil, tem a mistura
Perserve o verde, a nossa cultura
O aroma da flor

Mesmo se o vento me levar
Pro outro lado da vida
Eu sempre te amarei
Minha águia tão linda

És fonte de inspiração
Energizando essa nação
Caminho que ensinou, o col que embalou
As salas virtuais e tela de tv
Às vezes nos faz esquecer
Amor, cadê você, amor?
Quero seu cheiro, sentir seu calor
Vem ser a minha colombina que eu serei o seu pierrô
Na nostalgia de confetes e serpentina
No bloco da esquina o cúpido me flexou

O coração de madureira e oswaldo cruz
Por toda a cidade irradia uma luz
É o amor a brotar na passarela
Da minha querida portela


Compositores: Carminha da Portela, Luiz de Petrópolis, Marquinho Imperador e Edson Batista

Voa águia guerreira
Leva essa linda mensagem de amor
Caligrafia divina
Obra do nosso criador
Cavaleiros, reis e aventureiros
Amaram com tanto fervor
E hoje 
A Portela acende a luz da razão
Vem de Oswaldo Cruz e Madureira
Encanto de pura emoção
Vou amar, eternizar (eternizar)
Minha paixão
Mesmo do outro lado da vida
Será teu meu coração

Por falar de amor
Onde anda você?
Abra o teu coração
Deixa o amor renascer

História de amor e liberdade
Heroísmo e coragem
Preservação à natureza
Brasil é arte e cultura
Religião, ensinamento e beleza
O amor floresceu no nosso dia-a-dia
Conectado é viver com energia
O bonde passou, deixou nostalgia
Quanto riso, tanto amor, quanta alegria

Sou fruto do amor, amor, amor
Sou árvore da vida
Sou paixão, sou alegria, luz e cor
Sou Portela na Avenida


Compositores: Jandyra Gonçalves, Celsinho de Andrade e Claudinho

Uma luta mortal do bem contra o mal
No reino da bruxaria
Pra noite não encontrar o dia

Histórias de amantes namorados
De reis e reinads bravos cavaleiros
Corações apaixonados do imperador
Da bela e o guerreiro

Aquele amor à natureza
A fauna a flora o azul do amor
Nessa terra das palmeiras ô iaiá! onde canta o sabiá?
Hoje está tudo mudado é chip, é site é só visual
O bate papo na internet é tão normal o amor é virtual

Os grandes bailes nos salões ô, ô, ô
Os mascarados foliões
Quatro dias de zoeira
Pra tudo se acabar na quarta-feira 

E por falar em saudade
A bem da verdade o tempo passou
Por onde anda aquele velho e eterno amor
Será, será que o vento levou!
Aquele beijo no escurinho no cinema
O vagalume tinha que apagar a luz

Mais o amor a liberdade de cantar que me seduz
Ainda mora em oswaldo cruz
Aí meu amor!

Amor, amor, amor! ô, ô, ô, ô
É energia além da vida
Meu amor
Minha portela querida!
Aí meu amor!


Compositores: Eliane Faria, Alexandre Baia e Jair PQD

Brilha minha águia guerreira
Vem cantar
Vem mostrar o amor nessa avenida
Eterna magia que nos faz sonhar
Histórias, mitos e paixões
Lendas que atravessam gerações
Juras de lealdade, cavaleiros lutam
Pela majestade
Vai a noite vem o dia
Feitiço... magia
Na Índia, o Imperador fez um belo castelo
Imortalizando o seu amor

O negro valente chorou de saudade
Lutou com amor pela liberdade
Força da raça... miscigenação
Que engrandece esta nação

Oh meu Brasil és minha pátria mãe gentil
Terra de encantos, rara beleza
A esperança vem da natureza
Quem dera a ciência fazer despertar
Em cada ser o amor brotar
Manter a essência no dia a dia
Com o avanço da tecnologia
Saudade de pierrôs e colombinas
Blocos, confetes e serpentinas
Mil palhaços no salão
Romance e alegria um luxo sem igual
Nos bailes do Municipal

Meu coração tem mania de amor
Sem a Portela não sei o que sou
Vinte uma vezes me fez delirar
És o meu rio, meu céu e o mar


Compositores: Caixa D´Água, Franco Cava, Arnaldo Rippel, Naval e Juvenil

O samba
História de amor pra toda vida
Uniu, o azul e o branco na avenida
E juntou, em Oswaldo Cruz e Madureira
Portela e a águia guerreira
Amar é natural
Viver! Sonhar! Lutar contra o mal
Amor é a palavra! Que o tempo escreveu
Em seu poema imortal

A espada é de prata
A honra de ouro
Tesouro, castelos, de desilusão
Paixão quando marca! No peito é sufoco!
É feitiçaria no coração

No horizonte do mar da saudade
O amor em fontes! Desagua liberdade
Na pátria, a fá, o respeito e a igualdade
No seio da mãe natureza
Abrigo de afeto, esperança e riqueza
Brasil! Orgulho da raça
Tem romance na tela e namoro na praça
O laço da família é o abraço
Que a mão do progresso desfaz
No bonde da ilusão, encontros, despedidas
Viajam Pierrots e Colombinas

Por falar em amor! Cadê você?
Minha razão! Meu bem querer
Esse sentimento de magia
Renasce na Portela em poesia


Compositores: Cristiane Mazarim, Marcelo Poesia, Marcus Social, Ari Jorge e Fernando Magaça

Voa... Minha águia altaneira
Vai... Semeando a doutrina do criador
Amar é a essência do bem
É um dom de viver
A luz de um novo amanhecer
O amor vence batalhas
E faz história na humanidade
Lendas e aventuras
Comprovando a lealdade
Magia que irradia paz
É dia e noite e não desfaz
Lágrimas, sinceras de saudade
Construindo a felicidade

"Terra amada" meu Brasil
A paixão mais verdadeira
Orgulho dessa "pátria mãe gentil"
Salve a raça brasileira

Reciclar a consciência
E a natureza preservar
Sentimento de vitória
A vida na tela, a arte de amar
Tocando a alma e o coração
O amor de mãe esquece a razão
Energia, inspiração e poesia
Virtude dos homens e dos animais
Então sai desse clima virtual
Vem me abraçar e me beijar
Eu quero é mais amor no carnaval

Eu fiz juras de amor... Portela
Te guardei no meu coração
Eu te vejo brilhar na Passarela
E não controlo a minha emoção 


Compositores: Flávio Bororó, Ronaldinho FDQ, Cristiano Moreno, Edmar Oliveira e Luiz Fróes

A águia vai levar
Num céu da magia, um canto de amor
Ao longo da história, palavras e glórias...
Palácio erguido, lembranças e dor
Buscando a liberdade
A identidade de um grande país
De gente guerreira que ama bandeira
E tira do sonho uma pátria feliz
De tanta beleza, jorrando riquezas
Mostrando pro mundo o que sempre quis

Traz brilho ao olhar, é inspiração!
Divino mistério supera razão
E sempre seduz entrando em cena
Mas não se resume num simples poema

E hoje, escravo do tempo
O homem deleta a sua emoção
Esquece de tal sentimento
Que não mais aquece o seu coração
Saudade dos antigos carnavais
Dos romances imortais
Da pureza que se perdeu
Quem sabe eu encontre você na avenida
Trazendo de volta a essência da vida
Você Colombina e eu seu eterno pierrô
Vestindo a esperança como fantasia
Desejo de ver despertar novo dia
No branco da paz e azul que é a cor do amor

No meu coração paixão verdadeira
Por Oswaldo Cruz e Madureira
A majestade do samba
Amor dessa passarela, sou Portela


Compositores: Serginho Procópio, Bandeira Brasil, Celso Lopes, Alexandre Fernandes e Charlles André

Amor é poesia, é energia, é inspiração
Início, meio e fim, não tem idade
Caminho que leva a felicidade
Lição tão bonita que o rei ensinou
E por toda corte se multiplicou
Maior que feitiço, é pura magia
A entrega da noite nos braços do dia
Chorando saudades o Imperador
Ergueu um palácio em nome do amor

Eu trouxe rosas pra te dar, são emoções
Detalhes feitos pra tocar os corações
Quem ama a Portela hoje vem pra cantar
O amor assim, da cor do céu, da cor do mar

Histórias pra contar... lições de liberdade
Oh pátria mãe gentil, riquezas mil
Vamos amar a natureza de verdade
Fortalecer pra não perder
Os laços de amor a família
E desfrutar com sabedoria
A evolução da nova tecnologia
Ainda me lembro as cenas que o vento levou
Me emocionei com a sétima arte
A seleção, aquele time campeão
Blocos de sujos arrastando a multidão
Quanta paixão, quanta alegria
A gente era mais feliz e não sabia

Sou portelense (Eu sou)
Com muito amor
Um laço forte que não dá pra desatar
Na minha vida foi um rio que passou
E o meu coração se deixou levar


Compositores: Espanhol, Silvio Paulo e Chico Português

Hoje 
Trago toda a poesia
Visto a minha fantasia
De sonho e magia,
De felicidade...
Venho desde tempos tao distantes,
Marco a historia, faço amantes,
Entre a arte a liberdade...
Mostra a beleza da flor,
A igualdade da cor,
Toda fé de um pais...
Rezo no credo que for
R assumo clamor
Por um mundo feliz...

Sou a chama,a paião que queima
Sou a gota no olhar, que teima
E tranborda quando a emoção
Arrebata um coração! 

E se alguem me esqueceu
Nesse tempo tão virtual,
Só o tempo se perdeu,
Se o seu sonho é o meu, no final
Por onde andei, quem sou?...
O meu perfil revela:
Eu tenho a cor azul 
Sigo a águia da portela

Sou o amor que se alastrou
E feito um rio cruzou a cidade
Sou o amor que enfeitiçou
Desaguando na saudade!...


Compositores: Ciraninho, Wanderley Monteiro, Diogo Nogueira, L.C. Máximo e Júnior Escafura

Brilha Portela! Das trevas renasce o amor...
Doze cavaleiros se uniram
Um rei a lealdade conquistou
Lendas do povo europeu
Feitiços, mistérios, magia
A lua vem beijar o astro rei
A noite se encontra com o dia
Lágrimas, nos olhos do Imperador
Na Índia, o palácio da saudade
Mãe Árica negra! O amor cruza o mar!
Liberdade!

Meu coração guerreiro
É raça, é filho desse chão
Meu canto tem raiz, é brasileiro
É natureza e miscigenação

Cenas de cinema, lindos temas de amor
A união da família, momentos que o vento levou
O homem tem que usar a consciência,
As maravilhas da ciência
Para viver em harmonia
Vem recordar... Ranchos, blocos e cordões
Os mascarados nos salões
As fantasias do Municipal
Embarque nesse bonde é Carnaval!
São vinte e uma estrelas que brilham no meu olhar
Se eu for falar da Portela não vou terminar
Lá vem minha águia no céu da paixão!
O azul que faz pulsar meu coração!

Oh! Majestade do Samba
Meu orgulho maior é tua bandeira
Chegou minha Portela! Meu eterno amor
A luz de Oswaldo Cruz e Madureira

sexta-feira, 22 de setembro de 2017

Surica (UFF)

SHOW: TIA SURICA E VELHA GUARDA DA PORTELA NA UFF (Jornal de Bairros - 20/09/2008)


Quem gosta de samba já tem um motivo a mais para comemorar: sob o comando de Tia Surica, a Velha Guarda da Portela faz show no Teatro da UFF terça-feira, às 20h. 

A Escola de Oswaldo Cruz promete relembrar antigos sambistas e sucessos como “Portela desde que eu nasci” (Monarco), “Vai, saudade” (Candeia e Davi do Pandeiro) e “Corri pra ver” (Chico Santana, Monarco e Casquinha). 

O ingresso custa R$30, e estudantes, servidores da UFF e maiores de 60 anos pagam meia-entrada. O endereço do teatro é Rua Miguel de Frias 9, Icaraí (2629-5020). A classificação etária é de 12 anos.

quarta-feira, 20 de setembro de 2017

Monarco (Show)

MONARCO, SÍMBOLO DA VELHA GUARDA DA PORTELA SE RECUPERA DE DOENÇA E FAZ SHOW NESTA QUINTA-FEIRA (O DIA – 18/09/08)


"Eu sou Portela/ Desde os tempos de criança/ Ainda guardo na lembrança/ Algo e vou revelar...’ O mundo do samba respira aliviado: o dono desses versos — responsável pelo resgate de sambas que permaneciam obscuros, graças à sua memória prodigiosa — está de volta à ativa.

Recuperado da Síndrome de Guillain-Barré, uma inflamação aguda dos nervos periféricos, Monarco retoma a agenda de shows e se apresenta hoje, no Circo Voador, ao lado dos companheiros da Velha Guarda da Portela e do filho, Mauro Diniz.

Quando a rara doença foi diagnosticada, o sambista, de 74 anos, não conseguia mais andar. “Em julho comecei a sentir um cansaço nas pernas que foi piorando, cheguei a levar um tombo dentro de casa. Fiz vários exames até descobrirem o que eu tinha”. Monarco passou 12 dias internado e recebeu 32 doses de imunoglobulina.

“Passei por momentos difíceis, mas graças a Deus está tudo bem. Em outubro participo de um tributo a Cartola, no Centro Cultural Light, depois vou para Brasília e Salvador. Tenho fé que estarei na Avenida com minha Portela querida”, diz o símbolo portelense, personagem do filme ‘O Mistério do Samba’.

Monarco enfim assistiu ao documentário e ficou feliz com o resultado. “Está muito bonito, simples e real. Marisa (Monte) e Paulinho (da Viola) vêm fazendo com a Velha Guarda uma coisa tão sincera, tão honesta. Não deixando morrer os sambas que eram feitos ali na comunidade, cantados sem se pensar em gravar, em sucesso”, avalia. 

O show de lançamento, também no Circo Voador, há três semanas, quando se apresentou ainda debilitado, está na lembrança. “Fui lá atrás na memória. Lutei tanto pela Portela, fico tão triste quando fazem alguma coisa contra ela. Senti emoção tão grande que não consegui me conter. Junto com o problema de saúde, uma mistura de felicidade e tristeza, o Circo gritando nosso nome”, diz, comovido. 

Emoção que novamente tomará a grande lona da Lapa, quando o líder da Velha Guarda entoar sucessos como ‘Tudo Menos Amor’, ‘Corri Pra Ver’, ‘Vai Vadiar’ e ‘Esta Melodia’ — um samba de terreiro, composto por Jamelão e Bubu da Portela, gravado por Marisa Monte e que também está no novo disco de Zeca Pagodinho.

Memória da Portela com 300 pessoas

Conversar com Monarco é mergulhar no universo que seduziu Marisa Monte. “Naquele tempo não tinha dinheiro como tem hoje, mas havia uma coisa mais sincera, sabe? Quando cheguei à Portela, o contigente da escola era de 300 pessoas, todos se conheciam”, lembra. 

“Seu Rufino, o primeiro tesoureiro, pagou 90 passagens de trem na estação de Oswaldo Cruz para os compontes da escola num desfile. Essa era a Portela em 1929... A gente sente essa saudade”.

Outros companheiros também ficaram na lembrança. “João da Gente, Vicentino, Ventura, Alvaiade, Manacéa, foram todos embora. Daquela turma, quem está aí somos eu e o Casquinha”, diz, saudoso. Mas existe renovação na Velha Guarda: Serginho Procópio, Áurea Maria, Neide Santana e Timbira dão expediente no grupo. 

“Mas só veste o fardão quem tem um passado, não é qualquer um”, avisa o guardião da azul-e-branco. “Todo mundo fala que o Brasil é um país sem memória, não quero a minha escola sem memória. Quero que os jovens saibam quem era Paulo da Portela”. Muitos já sabem, Monarco.

segunda-feira, 18 de setembro de 2017

Feira das Yabás (Dorina)

DORINA SERÁ A ATRAÇÃO DA FEIRA GASTRONÔMICA DO SAMBA NESTE DOMINGO (O DIA – 12/09/08)


No evento, marcado para este domingo, dia 14, na Praça Paulo da Portela, em Oswaldo Cruz, a sambista vai lembrar sucessos da azul de branco de Madureira, cantando clássicos como "Portela na Avenida". Também estão no repertório "Estrela de Madureira" e "Zé tambozeiro".

O público, além de curtir o samba de qualidade, vai poder saborear as comidas típicas de sambista, ao visitar as barracas de cozinheiras famosas, como Tia Doca, nas quais os mais variados pratos são vendidos a preços populares. Angu à baiana, caldo de mocotó, galinha com quiabo, rabada, roupa velha e a tradicional feijoada serão algumas das opções servidas na Feira, que acontece sempre no segundo domingo de cada mês e começa ao meio-dia.

Quem for ao evento ainda será contemplado com uma animada roda de samba comandada por Marquinhos de Oswaldo Cruz e, quase tudo, de graça. Com patrocínio do Ministério do Turismo, da Prefeitura do Rio e da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres e apoio do Sebrae, da Caixa Econômica Federal, da Fundação Palmares e do Mercadão de Madureira, o público não paga ingresso para curtir os shows e a Feira. É cobrado apenas o que é consumido nas barracas, com pratos caprichados, a partir de R$ 3.

Serviço:
Feira Gastronômicado Samba, a Feira das Yabás. 
Data: 14 de setembro. Todo segundo domingo de cada mês. 
Horário: Meio-dia (Início da Feira) – 14h (Início da Roda de Samba). 
Atrações: Roda de Samba com Marquinhos de Oswaldo Cruz – 
Convidada: Dorina. 
Entrada: Gratuita. 
Pratos: Os valores das comidas terão preços populares (a partir de R$ 3). 
Local: Praça Paulo da Portela, em Oswaldo Cruz. 
Classificação etária: Livre.

sábado, 16 de setembro de 2017

Teresa Cristina (E a Lapa)

A VIDA FEZ ELA ASSIM (Jornal Extra - 10/09/2008 ) 


Teresa Cristina festeja dez anos de carreira e conta que viu o bairro crescer e virar ponto turístico, mas lamenta seu abandono.

Caminhar pela Lapa com Teresa Cristina é como fazer uma radiografia do bairro. A cantora conhece cada pedaço, cumprimenta as pessoas, conta a história da escadaria de azulejos, aponta os problemas, lembra “causos”... E ela não conhece o local tão bem à toa: há exatos dez anos Teresa começava ali sua trajetória artística, cantando no Bar Semente. Mas a comemoração pela primeira década de carreira não tem só sorrisos. A cantora se entristece ao ver que, em todo esse tempo, a Lapa mudou muito artisticamente, mas continua abandonada.

- De 1998 pra cá, a Lapa se tornou um dos maiores cartões-postais do Rio. Hoje, atrai turistas de todas as partes do mundo e gente da cidade toda. Mas continua cheia de criança cheirando cola, sujeira, esgoto a céu aberto, ladrões. Não sei de quem é a culpa, eu só vejo o resultado desse abandono — conta Teresa, que diz que apenas os próprios donos das casas de show locais fazem alguma coisa para manter a ordem ali: — Os Arcos, por exemplo, são imundos. Dá pra imaginar o Cristo Redentor todo sujo?

Mesmo cantando por ali há tanto tempo, o amor pela Lapa não diminui. Com uma carreira consolidada aos 40 anos, com quatro discos lançados, e já tendo feito shows por todo o Brasil e no exterior, Teresa Cristina sabe que o bairro é seu porto seguro:

- Eu sempre volto pra Lapa. No dia seguinte de fazer o Canecão lotado, cantei aqui. Depois de voltar de shows em Buenos Aires, na África do Sul e na Europa, também estava aqui novamente. Isso ajuda a manter os pés no chão — diz Teresa, que canta todas as sextas no Carioca da Gema e todas as quintas no Centro Cultural Carioca: — A noite é cansativa, te expõe muito, mas faz você ser mais humilde e entender os problemas dos outros. Minha maior alegria é ver alguém chegar triste, sem nenhuma vontade de ver o show, e sair dali com um sorriso no rosto.

Essa humildade vem da infância. Criada na Vila da Penha com cinco irmãos, filha de feirante, Teresa cresceu vendo os vizinhos pedindo tomate em sua casa. E o pai sempre atendia. A pureza da vida do subúrbio ela foi reencontrar anos depois, ao conhecer a Velha Guarda da Portela. Então vistoriadora do Detran, ela estava pesquisando a obra de Candeia, porque queria fazer um show sobre o compositor portelense — Teresa ainda não era cantora, mas mesmo assim queria fazer o tal show. Ela conheceu os bambas portelenses, começou a freqüentar as rodas de samba, a casa de Tia Surica, até que Guaracy 7 Cordas a indicou para cantar no Semente, numa temporada que ele não poderia fazer. Nascia ali a carreira da mais promissora das sambistas da nova geração.

- Eu sou portelense desde pequena, mas ao conhecer a Velha Guarda se abriu um novo mundo para mim. Eles são de um tempo inocente, de fazer música por amor. E o que o Brasil dá em troca para eles? Eles plantaram a semente. A Velha Guarda recebe todo mundo bem. O abraço deles é de verdade.

quinta-feira, 14 de setembro de 2017

Monarco (Recuperação)

MONARCO TERMINA FISIOTERAPIA, RECUPERA MOVIMENTOS NAS PERNAS E DIZ QUE ESTÁ 'PRONTO PARA OUTRA (O DIA – 09/09/08)


Menos de um mês após deixar o hospital onde ficou internado durante quase 15 dias, Hildemar Diniz, o compositor Monarco da Portela, de 74 anos, está mais animado do que nunca. Curado depois de ser diagnosticado com a Síndrome de Guillain-Barré, uma doença pouco comum na qual os nervos periféricos se deterioram, o baluarte conversou com o Dia na Folia sobre sua saúde e a recuperação. 

No bate-papo, o líder da Velha Guarda Show falou também de sua felicidade com a realização do filme "O Mistério do Samba", cujos parceiros bambas são os protagonistas, e da parceria de sucesso com a cantora Marisa Monte, que co-produziu o documentário e desde 1998, com o disco "Tudo Azul", está em contato com os sambistas. 

Cheio de disposição, o autor de clássicos como "Passado de Glória" e "Tudo menos amor" ressaltou sobre seu amor pela azul-e-branco de Oswaldo Cruz e o prazer de desfilar. O enredo do Carnaval 2009, que falará sobre o amor", foi exaltado pelo mestre. Viva Monarco.

Como está a saúde do senhor hoje?

"Estou bem. Larguei o tal do andador e estou usando uma bengala de leve. Fiquei feliz porque recuperei a força nas pernas. A fisioterapia terminou hoje (terça). Fui até comprar jornal sozinho. Estou pronto para outra. Os médicos só pediram para eu não me empolgar muito, porque fui no show do Circo Voador para lançar o filme e cantei sentado"

O que aconteceu realmente quando descobriu que tinha a Síndrome de Guillain-Barré?

"No princípio de julho, comecei a perder a força nas pernas, mas não tinha a noção do que era. Cheguei a tentar tratar com bolsa de água quente e remédio de reumatismo. Só que o problema era muito maior. Foi aí que os médicos tiraram um líquido da minha coluna e descobriram meu problema. Depois tomei 32 doses de imunoglobulina e fui melhorando".

Teve medo de morrer?

"Não, porque essa doença ainda não registrou nenhum óbito. Mas o grande risco é ficar aleijado e disso tive receio sim".

O que achou do filme "O Mistério do Samba" que homenageia a Velha Guarda?

"Não consegui ver o filme ainda. Só um pedaço bem pequeno ainda na produtora, mas mesmo assim fiquei feliz com o resultado. O filme resgata sambas antigos nossos e lembra de integrantes da Velha Guarda que já se foram como Seu Jair e Argemiro. Foi bom para todo mundo, para o samba e para nós".

Como o senhor avalia a relação de Marisa Monte com os sambistas da Portela?

"A Marisa sempre gostou a gente. Além de ser filha de portelense, ela nasceu para a música. Hoje, virou uma estrela nacional e sabe procurar o que é bom. Ela sabe da importância da Velha Guarda da Portela"

No filme, aparece uma caixa do senhor com mais de 50 fitas de sambas. Todo esse materia é inédito?

"Meu baú é precioso (risos). Tem muita coisa boa ali. Agora mesmo, o Zeca gravou "Não há mais jeito", uma música que só tinha a primeira parte. Dei para meu filho Mauro e ele fez a segunda. Realmente, o material daria para fazer vários discos"

O enredo da Portela de 2009 fala sobre o amor. É do seu agrado o tema?

"O amor é a luz do mundo. Desejo sorte aos carnavalescos pois é um tema que ajuda tanto o samba-enredo quando o desfile. É um ótimo enredo"

Como se sente quando chega o carnaval e a Velha Guarda é chamada para o desfile?

"Faço sempre o meu dever na Portela e espero que todos façam a sua parte. De qualquer forma, meu maior prazer na vida é defender a Portela na Avenida ao lado dos meus filhos e minha esposa".

sábado, 9 de setembro de 2017

Candeia (Homenagem)

TODAS AS MÍDIAS LEMBRAM O REI DA QUILOMBO (O Globo – SEGUNDO CADERNO - 07/09/2008 )


Ao completar 30 anos de morto, Candeia é homenageado em filme, peça, livro, CD e pelo Trem do Samba.

Um dos melhores compositores do samba, líder natural que cantou e brigou pelos direitos do negro e contra a descaracterização das escolas e do carnaval, Antônio Candeia Filho é cultuado em todas as rodas da cidade. Mesmo assim, talvez ele seja, do seleto grupo de gênios do samba, no qual se incluem Cartola, Nélson Cavaquinho, Zé Kéti, Martinho da Vila, Paulinho da Viola, Elton Medeiros e poucos outros, o mais subestimado e o que tem a história e a obra menos conhecidas. Agora que se completam 30 anos da sua morte, no dia 16 de novembro, o fundador do Grêmio Recreativo de Arte Negra e Escola de Samba Quilombo, o ex-policial que — reza a lenda — perseguia até os sambistas amigos e viveu seus últimos 13 anos numa cadeira de rodas, aleijado por um tiro numa discussão de trânsito, terá sua trajetória revista em livro, filme, shows, um musical no Centro Cultural Banco do Brasil e a homenagem no Trem do Samba.

“Ela era o Zumbi dos anos 60 e 70”, diz Noca.  A comunidade do samba aplaude a lembrança.

- Candeia era um gênio — diz Noca da Portela, que compôs “Mil réis” em parceria com ele e guarda outra inédita da dupla, “Se o rei mandou” (“Se o rei mandou, está mandado/ Se o rei falou, está falado/ O rei me deixou de canto chorado”). — Além do poder da musicalidade, da poesia, era um líder, o Zumbi daqueles anos 60 e 70. Tinha um poder de domínio sobre as pessoas. Quando ele cantava, era emocionante, sua voz ecoava em qualquer lugar. Era muito politizado. Tem uma frase na música que é a cara dele: “Liberdade demais dá cadeia”. 

Noca lembra que, quando chegou à Portela, em 1966, Candeia era o presidente da Ala dos Compositores:

-  Cheguei recomendado pelo Paulinho da Viola e pelo Picolino, meu parceiro do Trio ABC. Ele disse que eu estava bem apresentado, mas que na Portela ninguém caía de pára-quedas. Disse que eu tinha a tarde inteira para fazer um samba. Em meia hora voltei com dois. Um deles era “Portela querida”.

Candeia nasceu em 17 de agosto de 1935, em berço de sambista, e sempre lembrava que suas festas de criança eram regadas a feijão, cerveja, cachaça e música, enquanto as de outras crianças tinham bolo e guaraná. Mas, se faltaram os doces na infância, o samba impregnou-lhe a alma. A tal ponto que, com 17 anos, vencia a primeira das muitas disputas que ganharia na Portela. E logo do mestre Manacéia, campeoníssimo na época. Aos 24 anos, para sustentar a família, fez concurso para a polícia e se tornou detetive. Mas não um detetive qualquer. Negro, alto, forte, destemido e bom de briga, o policial Candeia era temido até pelos amigos do samba.

- A figura dele era controversa. Muitos sambistas antigos reclamavam que ele chegava cobrando identidade e levando em cana quem estava em situação irregular. Consta que chegou a prender o próprio irmão. Mas outros dizem que ele estava certo, já que era a função dele — conta João Baptista Vargens, biógrafo do sambista.

Ainda menino, Vargens se tornou amigo de Candeia. Após a morte do sambista, ele resolveu participar do concurso de monografias da Funarte. O resultado é o ótimo livro “Candeia — Luz da inspiração”, cuja terceira edição será lançada no dia 2 de dezembro, Dia Nacional do Samba, na Central e em Oswaldo Cruz.

Nesse dia também, ele será homenageado no principal palco sobre trilhos do Trem do Samba, a festa organizada por Marquinhos de Oswaldo Cruz. Sambas como “Dia de graça”, “Minhas madrugadas”, “Luz da inspiração”, “Pintura sem arte”, “Filosofia do samba” e outros serão entoados em todos os vagões.

- Haverá também um show no Rival e outro na Uerj, este simbolizando o fato de ele ter sido o primeiro a cantar e a falar sobre a presença do negro na universidade. Candeia tinha uma visão acima de todo mundo, além do próprio movimento negro que existe hoje — conta Marquinhos. — Há cinco anos, conheci um senador americano que visitava o Brasil e tinha vivido o movimento negro americano, conhecido Martin Luther King. E ele sabia de toda a vida do Candeia. E se emocionava ao ouvir o samba dele e de Dona Ivone Lara: “Eu não sou africano/ Nem norte-americano/ Ao som da viola e pandeiro/ sou mais o samba brasileiro”.

Ao voltar de uma noitada, já na manhã de 13 de dezembro de 1965, Candeia se envolveu em uma briga de trânsito no Centro do Rio. Depois de bater em dois passageiros e esvaziar seu revólver nos pneus do caminhão que se chocara com seu carro, ele levou cinco tiros do motorista. 

- Das várias histórias que rondam esse acidente, uma diz que ele tinha batido em uma prostituta na Lapa, que lhe rogou uma praga — conta Vargens. — Mas acho que ali ele viu que a vida não era aquilo que ele pensava. Então, usou todo o seu talento para fazer a melhor parte de sua obra. Ele era completo. Excelente nas três vertentes do samba: o samba-enredo, o de terreiro e o partido-alto. 

Documentário e peça no CCBB retratam o mestre.

Candeia ainda é tema central do documentário “Eu sou o povo”, de Bruno Bacellar, Regina Rocha e Luís Fernando Couto, e da peça “Samba na veia, é Candeia”, de Eduardo Ceschin Rieche, que será encenada no Centro Cultural Banco do Brasil, em outubro e novembro. Estão ainda programados uma exposição de fotos na Central e um CD comemorativo da data com arranjos de Paulão 7 Cordas. 

Candeia morreu pouco antes do lançamento de seu melhor disco, “Axé”, produzido por João de Aquino. Ali estavam imortalizados os versos da música-símbolo de sua obra, “Dia de graça”, em que, antes de qualquer discussão de cotas, evocava a ida do negro do samba para a sala de aula: “Deixa de ser rei só na folia/ Faça de sua Maria uma rainha todos os dias/ E canta o samba na universidade/ E verás que seu filho será príncipe de verdade”.

quarta-feira, 6 de setembro de 2017

PORTELA (Feijoada Original do Mundo do Samba - Set/08)

 



 

Feijoada Original do Mundo do Samba (Set/08)

PAULINHO DA VIOLA SERÁ ATRAÇÃO DA FEIJOADA DA PORTELA NESSE SÁBADO (O DIA – 02/09/08)

A Velha Guarda Show da Portela receberá neste sábado como seu convidado especial, Paulinho da Viola. A roda de samba no Pagode da Família Portelense começa às 13h, com os pagodeiros do Sala de Visita. 

Em seguida, os grande astro da MPB sobe ao palco para entoar clássicos como "Argumento" e "Coração Leviano" ao lado dos padrinhos ilustres.

No encerramento da programação, o intérprete Gilsinho receberá Wantuir e Tinga para o Grito de Carnaval da Portela. Jeferson Souza e Kátia Paz, segundo casal de mestre-sala e porta-bandeira, e os integrantes da ala de passistas também vão participar da festa. 

A quadra da azul-e-branco fica na rua Clara Nunes, 81, em Madureira. A entrada custará R$ 8 e a feijoada, R$ 12.

terça-feira, 5 de setembro de 2017

O Mistério do Samba (Sambanet)

O MISTÉRIO DO SAMBA EM AZUL E BRANCO (sambanet – Set/08)


Na última sexta-feira estreou “O mistério do samba”, longa de Lula Buarque de Holanda e Carolina Jabor sobre o cotidiano e a riqueza arística da Velha Guarda da Portela. Além dos imortais portelenses Jair do Cavaquinho, Monarco e Tia Surica, o filme traz depoimentos de Zeca Pagodinho, Paulinho da Viola e Marisa Monte, todos destacando a importância da Velha Guarda em suas formações musicais.

Por e-mail, o blog entrevistou o diretor Lula Buarque de Holanda, que nos falou, entre outras coisas, do plano de uma possível exibição do longa no bairro de Oswaldo Cruz. 

Produzido em conjunto pela Conspiração Filmes e Phonomotor, “O mistério do samba” é fruto de quase 10 anos de pesquisa e 200 horas de filmagem. Alguns críticos brasileiros já se anteciparam em apontar o documentário como o “Buena Vista Social Club Brasileiro”. Lula Buarque, no entanto, avisa: “Quando fizemos as primeira filmagens o Buena Vista ainda não tinha sido filmado.” 

1 - Vocês colheram material junto aos bambas da Portela por quase 10 anos. Como foi organizar tudo e montar em pouco mais de uma hora de filme? 

Nós começamos as filmagens sem um roteiro, filmando intuitivamente o que nos parecia mais emocionante. Quando conseguimos o patrocínio da Natura para finalizar o projeto, ficamos cinco meses limpando o material na ilha e reduzimos para oito horas de material num primeiro momento até chegar a três horas de bruto. Neste momento começamos a definir o roteiro e as novas cenas que seriam filmadas. Com mais 30 horas de material , ficamos mais quatro meses até chegar ao corte final.

2 - No total, foram mais de 200 horas de gravação, o que nos deixa curioso a respeito do material que ficou de fora. Certamente há muita preciosidade no baú. A respeito desse material inédito e de valor histórico, há planos para levá-lo ao conhecimento do público? Quais?

Um dos pecados mais comuns no cinema é o excesso. Nos preocupamos em fazer um filme com um ritmo instigante e não podíamos usar tudo. No DVD vamos usar bastante coisa que ficou de fora. O resto do material vai ficar na “adega” da Conspiração.

3 - A imprensa vem apontando o “Mistério do samba” como uma espécie brasileira de “Buena Vista Social Club”, de Win Wenders. Até que ponto a comparação procede? Essa necessidade de comparar produções nacionais à estrangeiras te incomoda?

Na verdade os dois filmes são primos. Quando fizemos as primeira filmagens o Buena Vista ainda não tinha sido filmado. O fato de filmar mestres das duas culturas foi uma sincronicidade. A comparação é natural

4 - O samba atravessou o século passando por diversas transformações: do namoro com o Jazz, na bossa nova, até as recentes fusões com a música eletrônica e até com o hip hop. Qual seria o mistério dessa música que se faz cada vez mais atemporal e universal?

No caso do nosso filme o mistério que sugerimos revelar é a simplicidade. Como aquele cotidiano de Oswaldo Cruz se transforma em poesia. O samba tem uma força de raiz , de base da nossa cultura. Nada parece ser capaz de exterminá-lo. A fusão com outros ritmos faz parte do seu poder transformador.

5 - Por que um gênero musical que é a base da música brasileira ainda é marginalizado a ponto de não haver, como mostra o filme, o registro de muitas das canções pesquisadas?

A Marisa fala que fazer a produção de um disco como o Tudo Azul faz parte de sua missão como cidadã. Não podemos esperar que o estado resolva todas as nossas deficiências. O filme, esperamos, vai estimular em muitas pessoas, este desejo de preservar o que está quase esquecido.

6-Vocês têm em mente expor o filme em Oswaldo Cruz, para as pessoas que moram lá? 

Num futuro próximo vamos exibir o filme no Portelão para a comunidade portelense. Possivelmente em um Domingo logo após a feira das Iabás, organizada pelo Marquinhos de Oswaldo Cruz.