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quinta-feira, 5 de janeiro de 2017

Paulinho da Viola (Acústico)

PAULINHO DA VIOLA, O PARCEIRO FIEL (site sambanet – 12/03/08)


Em seu show “acústico”, Paulinho da Viola mostra que é um parceiro fiel. Dedica um bom tempo para exaltar os músicos e cantoras que o acompanham, como Cristina Buarque, e não deixa de citar os compositores que dividem a autoria de alguns dos seus sucessos. Em Belo Horizonte, no último sábado, deu um show à parte contando a história de belas parcerias.

“Um dia, Eduardo Gudin me passou uma melodia e pediu para que eu colocasse a letra. Vira e mexe, ele me ligava perguntando se a música já estava pronta e eu respondia ‘vai sair, vai sair’. Dez anos depois, vi que estava na hora de fazer a letra”, contou Paulinho, arrancando risos da platéia antes de cantar “Ainda mais”.

O mestre volta no tempo e lembra de Mauro Duarte, seu parceiro em “Foi demais”. “Eu já o conhecia de Botafogo, bairro onde morávamos”, diz, interrompido por um grito de “Fogo!” vindo da platéia, o que mostra que eu não devia ser o único carioca ali. Paulinho elogia o companheiro de Portela, fala um pouco sobre a história do compositor e ainda lembra que Cristina lançou um disco só com músicas de Mauro. Depois, começa “sinceramente, não sabia que seria assim…”.

O show prossegue, apesar da insistência de boa parte dos mineiros em conversar durante a apresentação, o que cria uma quase insuportável mistura de sussurros com “shhhhh” de outros pedindo silêncio. No palco, só o calor parece incomodar Paulinho, que pede desculpa por ter que parar sempre para afinar o violão ou o cavaquinho.

Quando fala sobre “Talismã”, uma das inéditas do DVD produzido pela MTV, revela como acabou virando parceiro do roqueiro Arnaldo Antunes. Um belo dia, na casa de Marisa Monte, Paulinho conheceu o ex-Titã. Gostou do cara. Pouco tempo depois, entrou em contato com a cantora novamente.

“Eu tinha uma melodia que lembrava os velhos sambas de terreiro que fazíamos. Deixei com a Marisa e pedi para ela entregar ao Arnaldo, para ele colocar letra. Foi mais de brincadeira, mas ele levou a sério”, conta o sambista.

Em alguns dias, Marisa avisou que o amigo havia terminado o samba e que ela também entrara na parceria. A mistura ficou bacana. “Talismã” é bem-humorada e fala de amor de uma maneira que se encaixa em um bom samba.

Por fim, uma “quase-parceria”. Enquanto a galera ia ao delírio após “Foi um rio que passou em minha vida”, Paulinho revelou que o “laialaiá” do final da música não é invenção dele. “Na gravação original não tinha isso. Quem colocou foi o Jair Rodrigues, quando a gravou em um disco seu”, lembra.

O “laialaiá” pegou e fez até o dono da música render-se a ele. “Quando acabava a letra, eu me preparava para voltar para a primeira parte no show, mas a galera começa a cantar o ‘laialaiá’. Eu me atrapalhava todo, mas ia junto com o pessoal. Até hoje, quando o Jair me encontra fala: ‘E aí, parceiro’”.

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