Majestade do Samba

PORTELA é FATO E FOCO



terça-feira, 31 de janeiro de 2017

PORTELA (85 Anos)

PORTELA CHEGA AOS SEUS 85 ANOS (O DIA – 10/04/08)

Escola de Madureira, que faz aniversário amanhã, festeja e acredita ter retomado o caminho das glórias perdidas.

São mais de oito décadas de histórias embaladas pelos sons de repiques e tamborins. Maior colecionadora de títulos do Carnaval carioca — foram 21 campeonatos —, a Portela completará amanhã 85 anos de existência. Vai comemorar com festa na quadra em Madureira, onde celebrará também a retomada dos bons resultados na competição: foi a quarta colocada no desfile deste ano após 10 anos de jejum no Sábado das Campeãs.

Personagem histórica, mais velha até do que a agremiação, Maria das Dores Alves Rodrigues, a Dodô, 88 anos, garante ter fôlego para os festejos. Presente em 18 dos títulos e ex-porta-bandeira, a baluarte, que já desfilou até como madrinha de bateria, em 2004, acredita que o último Carnaval foi o da retomada, depois de anos difíceis. “A Portela nunca deixou de ser grande, mas este ano mostrou que tem condições de voltar a brigar para ser campeã”, diz ela.

Dodô afirma ter um motivo a mais para comemorar: “A festa é ainda maior para mim, pois no mesmo dia 11 de abril, em 1934, segurei pela primeira vez a bandeira da Portela”, conta Dodô, que foi porta-bandeira até 1956.

INOVAÇÕES

Saíram de Madureira muitas das inovações nos desfiles das escolas de samba. Se hoje são obrigatórias, as alegorias causaram furor quando foram usadas pela primeira vez, em 1935. A agremiação também foi a pioneira no uso do reco-reco na bateria e na adoção da comissão de frente uniformizada.

É esse tipo de coisa que os veteranos da Portela gostam de lembrar. Nada de recordar, por exemplo, o Carnaval de 2005, quando a Velha Guarda foi impedida de desfilar para não estourar o tempo. O diretor Aluízio Duarte, o Coelho, 83, diariamente reserva algumas horas para ir à quadra relembrar os velhos tempos. 

Viúva do compositor Manacéia, Iolanda Andrade, a Dona Neném, tem a mesma idade de sua escola, na qual começou a desfilar aos 14. “Há 12 anos voltei, depois da morte de meu marido”, conta, acrescentando que o maior orgulho é ver filhos, netos e bisnetos também defendendo o azul e branco.

Quadra ficará ainda melhor

As comemorações do 85° aniversário, que incluem missa em Ação de Graças e shows de grupos de pagode, acontecerão dias antes da quadra da Portela ser fechada para obras. Em maio, serão construídas 20 salas de aula, onde a escola oferecerá cursos de formação profissional para jovens da comunidade. “É aniversário da Portela, mas é a comunidade quem ganha o presente. Ampliaremos ainda mais nossos projetos sociais”, diz o presidente da escola, Nilo Figueiredo, que comemora o aniversário confiante em que a Portela voltará a ser campeã: “Ninguém é mais importante do que a Portela. Somos berços de grandes compositores. E os nossos baluartes estão voltando a freqüentar a quadra”, ressaltou ele.

O último campeonato da Portela foi em 1984, com o enredo ‘Contos de Areia’, dividido com a Mangueira. Desde 1970, a escola não vence o Carnaval sozinha.

PORTELA (Feijoada Original do Mundo do Samba - Abr/08)

PORTELA PROMOVE FEIJOADA E HOMENAGEIA A MEMÓRIA DE CLARA NUNES NESTE SÁBADO (O DIA – 03/04/08)

Azul-e-branco apresentará o novo casal de mestre-sala e porta-bandeira durante o evento.

Neste sábado, dia 5 de abril, a partir das 13h, será realizada mais uma edição da feijoada da Família Portelense. A ocasião servirá para a escola homenagear a memória de Clara Nunes e 25 anos da morte da cantora. A programação começa às 15h com abertura da Velha Guarda Show, e a participação do grupo Sala de Visita.

A Velha Guarda show receberá Dorina, Nilze Carvalho, Luiza Dionísio, Alex Ribeiro e Aninha Portal para relembrar as canções da cantora. O cantor Sombrinha vai encerrar a festividade.

Serviço:
Rua Clara Nunes 81, Madureira. Sábado, às 14h. Entrada: R$ 5 e feijoada ( R$ 10).

domingo, 29 de janeiro de 2017

Clara Nunes (A Guerreira Portelense)

QUAL O SEGREDO DE CLARA NUNES? (O DIA – 01/04/08)
 
 
Clara Nunes na sua PORTELA

“Ouvi três músicas da Clara Nunes no carro, quando ia para o trabalho, e fiquei muito impressionado”, revelou-me o amigo que sempre fizera ouvidos moucos àquele tipo de música.

Por estes dias, em que sua morte completa um quarto de século, recordo não somente este diálogo de duas décadas, mas outro bem mais recente, quando um espetáculo teatral encenado no Teatro de Arena, em Copacabana, relembrou a vida da cantora.

Na plateia, havia pessoas de todas as idades – mas sobretudo jovens, muitos jovens, que cantavam com força as músicas que a consagraram. Dias depois, comentando a peça, ouvi do interlocutor: “Não ouvia suas músicas, não prestava atenção nela; mas, depois da peça, descobri seu valor, vou passar a ouvi-la”.

Que força guarda essa mulher humilde que, em somente quarenta anos de vida, incorporou e traduziu em sons e gestos os signos de nossa nacionalidade, que é capaz de despertar o fascínio de quem nunca a vira no palco.  
 
A presença de Clara Nunes na música popular brasileira encerra a história de uma cantora que, ao morrer precocemente, deixou órfão o Brasil – órfão de quem pudesse cantar seu sincretismo religioso, sua miscigenação, o sofrimento de seus filhos – mas que, a despeito, ainda está por receber o reconhecimento necessário, não do povo brasileiro, que chora sua ausência, mas de parcela significativa da imprensa e do establishment cultural. 
 
Amigos de Clara dizem que ela tinha uma mágoa: não ter recebido ao longo da carreira o mesmo tratamento dedicado às grandes cantoras brasileiras. Quando a morte de Elis Regina completou vinte anos, em 2002, a efeméride teve o destaque merecido – e não poderia ser diferente, pois Elis, que cantou muito samba e foi motivo de carnaval, é uma das glórias nacionais: páginas e páginas de jornais, documentários, entrevistas, programas especiais. Ao passo que espaço dedicado ao vigésimo aniversário de morte de Clara Nunes foi muito tímido, e em alguns órgãos completamente nulo. Como será agora? 

Outra prova do esquecimento a que foi submetida foi a ausência de publicação, até o ano passado, seja biografia, perfil ou trabalho acadêmico, sobre ela. O livro “Clara Nunes – Guerreira da utopia”, escrito pelo jornalista Vágner Fernandes, veio suprir essa lacuna, sem esgotar totalmente o assunto. 
 
Clara expressou as raízes do Brasil com sua maneira de vestir-se, com sua voz de cristal. Cantou jongo, ciranda, baião, coco, modinha, ponto de umbanda e, sobretudo, samba, em suas mais variadas formas. Num momento de divisão da música brasileira causada pelo Tropicalismo, em que se diagnosticava a morte do samba, Clara – tendo como companheiro de empreitada musical Martinho da Vila - devolveu ao samba a posição que o gosto popular nunca lhe tirara. Seus discos bateram recordes de vendagem; nunca uma cantora vendera tanto quanto Clara Nunes naqueles tormentosos anos 70.

O sucesso de Clara abriu espaço para outros cantores de samba: Beth Carvalho, Alcione, Roberto Ribeiro, João Nogueira – este, aliás, está diretamente ligado à carreira de Clara como compositor. Suas músicas foram gravadas por ela nos primeiros discos – e depois, quando formou a bela parceria com Paulo César Pinheiro, continuou emplacando sucessos na voz da Guerreira e no seu próprio vozeirão à Ciro Monteiro. 
 
A referência à Elis Regina não se esgota nas diferenças das láureas póstumas a que cada uma tem direito, tampouco no que se assemelhavam: o carisma, a capacidade de despertar emoção no público. Contemporâneas, ambas começaram a carreira na mesma época, mas com trajetórias, influências e públicos diferentes. Elis, jazzística, filha degenerada da bossa-nova, representava o Brasil sofisticado e efervescente dos anos 60. 
 
Clara, por sua vez - e não ao contrário, como se poderia inferir -, representava o Brasil profundo, o Brasil das três raças, o Brasil das senzalas, dos mucambos, do progresso e das covas rasas – mas também das casas-grandes, dos sobrados, da ordem e dos jazigos. Era, ao mesmo tempo, pré-58 e pós-68: mostrou que a tríade formadora da música brasileira – samba, bossa-nova e MPB – poderia conviver pacificamente. E quão essas classificações eram reducionistas, por desprezar nossa riqueza regional.

quinta-feira, 19 de janeiro de 2017

Fabrício Pires (Mestre Sala)

FABRÍCIO PÍRES: "CHEGAMOS NA PORTELA PARA SOMAR" (site setor1 – 27/03/08)


Surpreso com o anúncio de sua contratação pela Portela, o mestre-sala se mostrou muito motivado em voltar para a Escola:

- Quando começou a campanha para ir para a Portela fiquei muito feliz, pois já tinha dançado na escola em outra época, entre 2002 e 2004 com a Cristiane Caldas, e voltar agora, nessa nova e forte Portela é uma grande satisfação.

Fabrício, mesmo sem escola já ensaiava para o carnaval 2009:

- Não deixei de ensaiar, pensei o tempo inteiro que devia estar preparado para o desafio que aparecesse, e melhor não podia ser. Agora é continuar o trabalho, afinal, a nota é consequência de um trabalho. Chego na Portela para somar, mas não é pra dançar durante um ano, não. Vou ficar na Portela.

quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

PORTELA (Projeto)

PORTELA OFERECE AULAS NO BARRACÃO (Jornal Extra - 25/03/2008)

Escola ensina arte a jovens de 16 a 29 anos

A tradicional escola de samba Portela qualifica jovens em seu barracão, na Cidade do Samba. O projeto “Juventude que samba, trabalha e é feliz”, que existe desde o ano passado, oferece cursos gratuitos nas áreas de adereço e chapelaria, corte e costura, escultura em isopor e laminação, escultura em espuma, modelagem e pintura de arte. Ao todo, são cem vagas disponíveis.

O curso tem duração de três meses e destina-se a jovens de 16 a 29 anos. Os alunos recebem almoço e lanche no local.

Para se inscrever, os interessados devem comparecer ao barracão da escola na Cidade do Samba — na Rua Rivadávia Correia, Barracão 3, no bairro da Saúde —, levando certidão de nascimento, carteira de identidade, CPF, comprovantes de residência e de escolaridade, e declaração escolar original. Mais informações podem ser obtidas pelo telefone (21) 2233-1375, ramal 213.

Aproveitamento

De acordo com a escola de samba, cerca de 80% das pessoas que participaram do projeto, no ano passado, foram admitidas para trabalhar no ateliê nos preparativos para o carnaval 2008. O projeto conta ainda com o apoio da Petrobras.

Clara Nunes (Homenagem)

PORTELA PREPARA HOMENAGEM PARA MARCAR OS 25 ANOS DA MORTE DE CLARA NUNES (O DIA – 25/03/08)

Biografia da cantora foi reimpressa e ganha novo lançamento em livraria do Rio.

Na programação do Centenário da Imigração Japonesa que está sendo promovida pela Embaixada do Brasil no Japão, haverá um show em homenagem à grande Clara Nunes, comandado pelo grupo Sonorosa. Não obstante, uma editora japonesa quer lançar o livro ‘Clara Nunes: Guerreira da Utopia’, de Vagner Fernandes, na Terra do Sol Nascente.

Esgotada no Brasil, a obra foi reimpressa pela Ediouro e tem lançamento nesta terça na FNAC do BarraShopping, por conta dos 25 anos de morte da cantora, que se completarão em abril. No dia 5, a tradicional feijoada da Portela também renderá suas homenagens à cantora.

sábado, 14 de janeiro de 2017

Clara Nunes (Guerreira da Utopia)

PAIXÃO DECLARADA ÀS CLARAS  (O Globo - 23/03/2008 )

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Primeira noite de autógrafos de ‘Clara Nunes: guerreira da utopia’ no Rio será na Fnac

O jornalista Vagner Fernandes, autor de “Clara Nunes: guerreira da utopia” (Ediouro), dá início às comemorações pelos 25 anos da morte da cantora terça-feira, às 19h, na Fnac do BarraShopping, com um bate-papo sobre o livro, seguido de roda de samba comandada por Tia Surica.

Na biografia à qual dedicou quatro anos, e cuja primeira edição já está esgotada, Fernandes mostra, em 20 capítulos, as diversas facetas da diva. Desde o seu sincretismo religioso até os movimentos musicais com os quais flertou. O CD “Mestiça”, cujo repertório foi selecionado pelo jornalista, a pedido da EMI, é um ótimo complemento musical para as belas imagens que ilustram a trajetória das muitas Claras descobertas por ele.

- O que mais me chamou a atenção é que ela era uma pessoa absolutamente brasileira e simples. Outra coisa que me surpreendeu foi ela ter passado pela Jovem Guarda e pela turma do Movimento Artístico Universitário — destaca o autor, cujo único contato com Clara foi na quadra da Portela, quando era um garoto de 9 anos seduzido pela imagem que via nos clipes do “Fantástico”. — Meu tio ia para a Portela e eu me lembro de perturbar minha mãe para ir com ele.

O tio e a mãe tiveram grande influência no interesse de Fernandes por Clara. Entre o encontro do menino com a diva e o início da pesquisa do jornalista amadurecido, passaram-se quase 25 anos marcados pela coleção de vinis mantida pela família. Graças à herança, Clara não foi esquecida pelo autor. O resto são histórias. E todas estão no livro.

Diogo Nogueira (Lapa)

DIOGO NOGUEIRA LEVA SUA ESTRELA PARA A LAPA (O Globo - 22/03/2008)

No repertório, clássicos do samba

O cantor Diogo Nogueira leva seu repertório de sambas clássicos e composições próprias ao palco do Estrela da Lapa, hoje, às 22h30m. Filho do sambista João Nogueira, de quem herdou o timbre e boa parte das músicas que canta, Diogo, aos 26 anos, é uma das mais incensadas atrações do novo samba carioca, vencedor duas vezes da disputa de sambas da Portela e uma das muitas atrações do show do réveillon deste ano, em Copacabana.

Diogo cresceu embalado pelos sambas cantados nas rodas freqüentadas pelo pai, que mais tarde teve o prazer de cantar com o filho em shows pelo Brasil. Ele participou, inclusive, em 1999, do show de lançamento do disco “João de todos os sambas”. No show, ele vai mostrar as músicas de seu primeiro CD e DVD, gravados ao vivo no Teatro João Caetano, e sambas de Nelson Rufino e Almir Guineto.

Diogo sobe ao palco acompanhado dos percussionistas Daniel Felix, Cacau e Carlinhos de Castro, do saxofonista Victor Neto, do cavaquinista Henrique Garcia e do violonista Wallace Peres.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

PORTELA (Trio ABC)

GRUPO ABC DA PORTELA (site grupoabc – 03/08)

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Colombo, Edir e Noca


Origem:

“O primeiro passo de uma criança no mundo mágico das letras é pelo alfabeto, pelo ABC. Dessa forma, somos o Trio ABC da Portela”. Foi dessa forma que Colombo explicava a origem do nome do Trio ABC da Portela, que na primeira formação era composta por JORGE DO VIOLÃO, PICOLINO E COLOMBO, no início dos anos 60.

Com a saída de Jorge do Violão, Colombo convida Noca para compor a nova formação do Trio ABC.

Em 1969 Picolino resolveu investir numa carreira solo, e, então, Colombo convida Edir Gomes para aquela que seria terceira formação do Trio ABC da Portela, que durante anos alcançou grandes sucesso na música popular brasileira.

Em 1977, Noca também deixa o Trio ABC, para também investir em sua carreira. Colombo e Edir Gomes passam assim, a investirem em carreira individual.

Após algum tempo, um grupo de compositores da Portela passa a se reunir na Casa Amarela do compositor Zilmar, com a intenção de formar um novo grupo de Samba de Raiz. Desse grupo faziam parte Edir Gomes, Poli, Zilmar, Paulo César e Marquinho do Pandeiro, todos pertencentes da ala dos compositores da Portela.

Com a finalidade de resgatar a luminosa história do Trio ABC da Portela, Colombo, convida Edir Gomes, Poli, Zilmar, Marquinho do Pandeiro e Wallace do Cavaquinho para comporem o que passará a ser o Grupo ABC da Portela, trazendo em suas composições o verdadeiro samba de raiz.

Em janeiro de 2006 o grupo ABC da Portela grava seu primeiro CD – Semente do Samba – com regravações de sambas antigos, como Portela Querida, Recordar e Viver, O Homem do Pacoval, Hoje tem Marmelada e também gravações inéditas, como Semente do Samba, Esse Cara é Bom, Portela Charmosa, Cortando a Solidão, e A Chama, entre outros sucessos. 

quinta-feira, 5 de janeiro de 2017

Paulinho da Viola (Acústico)

PAULINHO DA VIOLA, O PARCEIRO FIEL (site sambanet – 12/03/08)


Em seu show “acústico”, Paulinho da Viola mostra que é um parceiro fiel. Dedica um bom tempo para exaltar os músicos e cantoras que o acompanham, como Cristina Buarque, e não deixa de citar os compositores que dividem a autoria de alguns dos seus sucessos. Em Belo Horizonte, no último sábado, deu um show à parte contando a história de belas parcerias.

“Um dia, Eduardo Gudin me passou uma melodia e pediu para que eu colocasse a letra. Vira e mexe, ele me ligava perguntando se a música já estava pronta e eu respondia ‘vai sair, vai sair’. Dez anos depois, vi que estava na hora de fazer a letra”, contou Paulinho, arrancando risos da platéia antes de cantar “Ainda mais”.

O mestre volta no tempo e lembra de Mauro Duarte, seu parceiro em “Foi demais”. “Eu já o conhecia de Botafogo, bairro onde morávamos”, diz, interrompido por um grito de “Fogo!” vindo da platéia, o que mostra que eu não devia ser o único carioca ali. Paulinho elogia o companheiro de Portela, fala um pouco sobre a história do compositor e ainda lembra que Cristina lançou um disco só com músicas de Mauro. Depois, começa “sinceramente, não sabia que seria assim…”.

O show prossegue, apesar da insistência de boa parte dos mineiros em conversar durante a apresentação, o que cria uma quase insuportável mistura de sussurros com “shhhhh” de outros pedindo silêncio. No palco, só o calor parece incomodar Paulinho, que pede desculpa por ter que parar sempre para afinar o violão ou o cavaquinho.

Quando fala sobre “Talismã”, uma das inéditas do DVD produzido pela MTV, revela como acabou virando parceiro do roqueiro Arnaldo Antunes. Um belo dia, na casa de Marisa Monte, Paulinho conheceu o ex-Titã. Gostou do cara. Pouco tempo depois, entrou em contato com a cantora novamente.

“Eu tinha uma melodia que lembrava os velhos sambas de terreiro que fazíamos. Deixei com a Marisa e pedi para ela entregar ao Arnaldo, para ele colocar letra. Foi mais de brincadeira, mas ele levou a sério”, conta o sambista.

Em alguns dias, Marisa avisou que o amigo havia terminado o samba e que ela também entrara na parceria. A mistura ficou bacana. “Talismã” é bem-humorada e fala de amor de uma maneira que se encaixa em um bom samba.

Por fim, uma “quase-parceria”. Enquanto a galera ia ao delírio após “Foi um rio que passou em minha vida”, Paulinho revelou que o “laialaiá” do final da música não é invenção dele. “Na gravação original não tinha isso. Quem colocou foi o Jair Rodrigues, quando a gravou em um disco seu”, lembra.

O “laialaiá” pegou e fez até o dono da música render-se a ele. “Quando acabava a letra, eu me preparava para voltar para a primeira parte no show, mas a galera começa a cantar o ‘laialaiá’. Eu me atrapalhava todo, mas ia junto com o pessoal. Até hoje, quando o Jair me encontra fala: ‘E aí, parceiro’”.

segunda-feira, 2 de janeiro de 2017

Jovem Guarda Portelense (Diogo Nogueira)

FAMÍLIA NO CAMINHO DO SAMBA  (Jornal de Bairros – O Globo 09/03/2008)


Enquanto torce para que Estrada da Barra ganhe o nome de João Nogueira, Diogo repete sucesso do pai.

O Clube do Samba fechou suas portas na Estrada da Barra no final da década de 1980, mas a memória musical de João Nogueira, idealizador da casa, continua a ecoar no berço da boemia no bairro, seja na voz de seu filho Diogo Nogueira ou na iniciativa de Cesar Mariano, dono do Bom Sujeito, de mudar o nome de um trecho da via para Estrada Sambista João Nogueira. 

O abaixo-assinado lançado por Cesar no carnaval ganhou o apoio do ex-jogador Júnior e já tem mais de 500 assinaturas. O subprefeito da Barra, André Duarte, diz que a homenagem é justa e aguarda a solicitação formal, com a adesão dos moradores, para encaminhá-la à Comissão de Nomenclatura da prefeitura, que avaliará o pedido. 

Enquanto isso, Diogo segue os passos do pai. Seja no Recreio, onde mora, ou nos palcos da vida, o flamenguista, que chegou a jogar no time profissional do Fluminense mas teve de largar o futebol por causa de uma contusão no joelho, descobriu que sua praia é outra. 

- Freqüentava as rodas de samba desde criança, com meu pai. Até que pintaram os convites para cantar profissionalmente, e eu estava precisando da grana — conta Diogo, que em 2007 lançou um CD e um DVD com sucessos do pai e músicas próprias. 

Apesar do sucesso, Diogo mostra a mesma simplicidade de João por onde passa.

- Ele morreu em meus braços. Tenho o maior orgulho de ser filho dele e de ser comparado a ele. Quer dizer que tenho alguma virtude — brinca o cantor, que traz na voz o mesmo código genético. 

Compositor vencedor dos dois últimos sambas da Portela, Diogo herdou do pai também o amor pela escola. 

- Tinha 5 anos na primeira vez que fui lá. Chorei compulsivamente e depois ri. Era uma energia muito boa.

PORTELA 2009 (Enredo)

PRESIDENTE DA PORTELA TAMBÉM QUER ENREDO SOBRE A FRANÇA (ocarnavalesco – 04/03/08)


A Portela, quarta colocada no carnaval deste ano, vai entrar na disputa por um dos enredos sobre a França, que será patrocinado pela prefeitura do Rio, conforme anunciou o prefeito Cesar Maia alguns dias após o Carnaval 2008.

A ideia de Cesar é oferecer para a Porto da Pedra, décima primeira colocada, e ao Império Serrano, que volta ao Grupo Especial em 2009, a chance de desenvolverem enredos sobre o ano da França no Brasil. Uma das etapas da comemoração seria durante os desfiles das escolas de samba.

No entanto, Nilo Figueiredo, presidente da Portela, afirmou que as agremiações agraciadas com o patrocínio de R$ 2 milhões serão conhecidas após sorteio na sede da Liesa. Entraria na disputa, apenas quem apresente vontade para desenvolver o enredo sobre a França. Assim, a azul-e-branco também estaria no páreo.

Quadra entra em obra e só será reaberta na final de samba

Em conversa com o SRZD-Carnavalesco na feijoada da família portelense, o dirigente prometeu obras na quadra. Segundo ele, o palco principal e o da bateria mudarão de lugar. Toda a cobertura do local também passará por mudanças e serão construídas salas de aula para os projetos sociais da agremiação. O dirigente espera contar com a sede já modernizada na final do concurso de samba-enredo para 2009, no mês de outubro. A realização da modernização será feita pela Emop (Empresa de Obras Públicas do Estado do Rio de Janeiro).