Majestade do Samba

PORTELA é FATO E FOCO



segunda-feira, 11 de julho de 2016

PORTELA (Recife)

PORTELA PROVA QUE É AINDA MAIS QUERIDA (Folha de Pernambuco – 03/12/07)




Integrantes da Tabajara no Recife

A Portela “bombou”. Assim o Jornal Folha de Pernambuco se referiu à apresentação da Portela no dia 1º de dezembro, em Recife. Além do frevo no pé, os pernambucanos mostraram que também são bons de samba. Essa afirmação pode soar estranha, mas quem esteve sábado no Clube Líbano, no bairro do Pina, para acompanhar a quarta edição do projeto Na Roda de Samba sabe que não se trata de exagero. O clube estava completamente lotado. Segundo os jornais, foi a maior platéia desde o início do projeto.

A Águia de Oswaldo Cruz, aliás, era a grande estrela da noite. No entanto, os artistas locais que subiram antes ao palco deram um verdadeiro show. Com destaque para Gerlane Lops, que exibiu muita desenvoltura tocando pandeiro e tamborim, além de presentear o público com clássicos de Clara Nunes, Cartola e Noel Rosa, só para citar alguns. Reforçaram ainda o talento pernambucano para o samba Allexa, Belo Xis e o conjunto Papo de Samba, todos eles grandes anfitriões para a Portela, que mostrou por que o bairro de Madureira, na Zona Norte do Rio de Janeiro, é reduto de samba. 

A bateria nota 10 da Portela entrou no salão depois das nove e meia da noite. Nilo Sérgio tinha os músicos na mão e deu uma aula de como é que se comanda os ritmistas na Sapucaí, com o samba puxado por Gilsinho e a harmonia pelo cavaquinho de Leandro Bastos. 

Se havia alguém que não sabia sambar ou não se empolgou, tudo mudou quando Lisandra, Jana e Natália, passistas da Portela, foram entrando uma a uma no palco. Aí, as atenções se voltaram para elas. As três mulatas deram um show à parte, levantando a platéia do Clube Líbano.

Impossível ficar parado ao ouvir “Portela, eu nunca vi coisa mais bela/Quando ela pisa a passarela/E vai entrando na avenida”. Destaque também para “Das maravilhas do mar, fez-se o esplendor de uma noite”, de 1981, “Contos de Areia”, de 1984, e “Gosto que me enrosco”, de 1995. E como não poderia faltar, Gilsinho cantou os sambas “Linda, eternamente Olinda”, de 1997, e “Cem anos do frevo, é de perder o sapato. Recife mandou me chamar”, que a co-irmã Mangueira levará para a avenida no próximo ano. Enquanto o intérprete Gilsinho cantava “Foi um rio que passou em minha vida”, de Paulinho da Viola, à capela, uma senhora, em pé numa cadeira, chorava copiosamente.

A Portela comprovou, mais uma vez, que é uma das mais queridas agremiações do carnaval brasileiro.

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