PORTELA É (O Globo - 21/05/2006)
Portela é da lira e não pode negar. Bateria já ensaia para levar à Sapucaí 24 ritmistas tocando o instrumento.
Depois de quatro décadas, a lira voltará a ser ouvida na bateria da Portela. Por sugestão de Nilo Sérgio, o mestre que comanda os ritmistas da azul-e-branco de Madureira, o som do instrumento estará no desfile da escola ano que vem.
- Pensei no instrumento, que é exótico e bonito, e decidi incluí-lo novamente no samba — diz Nilo Sérgio, que aposta na novidade para arrancar aplausos na avenida.
Os ensaios já começaram. Sob a batuta do maestro Silvio Sodré, 24 músicos estão se preparando desde o mês passado para se juntar aos ritmistas da escola na Sapucaí.
- É um desafio, pois os músicos terão de tocar durante 80 minutos e acompanhando uma bateria, o que nunca fizeram antes — diz o maestro.
Segundo Sodré, ao trazer de volta a lira, a Portela ganhará em melodia.
- Recebi o convite de Nilo Sérgio logo depois do carnaval deste ano. Achei muito interessante porque a lira dará à bateria a melodia do samba.
Para tanto, músicos de Bangu, Marechal Hermes e Rocha Miranda estarão presentes para garantir a melhor afinação entre surdos, caixa e outros instrumentos com a sonoridade da lira, Nilo Sérgio está tendo aulas com o maestro.
- Ele tem acompanhado os ensaios e já aprendeu algumas notas. É importante porque sempre alguém vai pedir para ele tocar — diz o músico.
Nenhum dos tocadores de lira integrava a bateria da Portela. Parte do grupo já integrava a banda de Silvio Sodré, em Bangu, e outros músicos foram selecionados nos bairros de Marechal Hermes e Rocha Miranda pelo próprio mestre de bateria.
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