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domingo, 18 de março de 2012

Velha Guarda da Portela

‘O NEGÓCIO É NA BASE DO VAI QUE VAI’ (O GLOBO – Segundo Caderno – 07/09/05)

Na coxia do Teatro Rival, a Velha Guarda da Portela espera a hora de entrar no palco. Casimiro da Cuíca, Timbira, Cabelinho, Marquinho do Pandeiro, Casquinha, Monarco e David do Pandeiro não aquecem o gogó nem ensaiam. “Isso a gente não precisa fazer. Nem passar o som. O negócio aqui é na base do vai que vai”, contava Monarco, entre um e outro gole no guaraná. Quente. Por ali, nada de álcool. Pelo menos na frente dos repórteres. Para comer, sanduíches de presunto no pão francês. O show era de Jair do Cavaquinho, mas Marisa Monte, Teresa Cristina, Gabrielzinho do Irajá e a Velha Guarda fariam apresentações especiais.

Tia Surica, a entidade portelense por trás da feijoada que anima a quadra da escola uma vez por mês, contava que terceirizou seus serviços. “Agora tem 20 pessoas pra fazer o feijão”, dizia, acrescentando que amor é o ingrediente fundamental. Mesmo que seja uma feijoada para mil pessoas. “Tem que ter amor, tem que ter amor”, insistia, pouco antes de dar o rosto para Marisa Monte pintar. “Tá bonita, tia”, disse Marisa ao ver tia Surica de gloss nos lábios.

“Obrigada por me convidar, seu Jair”, agradeceu Marisa ao subir no palco. Os “maravilhosa” de praxe foram gritados pelo público várias vezes. Até um “sua pele tá ótima” foi ouvido na platéia por uma voz fininha que veio lá de trás. “Tamos aí/ como vocês estão vendo/ estamos velhos, mas ainda não morremos”, cantava a Velha Guarda, com parte da platéia sambando em pé nas mesas do Rival.

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