Majestade do Samba

PORTELA é FATO E FOCO



terça-feira, 25 de agosto de 2020

Dodô da PORTELA (90 Anos)

DODÔ DA PORTELA COMPLETA 90 ANOS E PODE ENTRAR PARA O LIVRO DOS RECORDES (O DIA – 06/01/10)

Maior símbolo portelense em atividade, ex-porta-bandeira recebe homenagem de sambistas e revela o segredo da longevidade. 

Sempre que alguém pensa na gloriosa história da Portela, os primeiros nomes que surgem na mente são os de Paulo da Portela, Monarco e Paulinho da Viola. Quando se fala da ala feminina, os corações se enchem de saudade para reverenciar o canto de Clara Nunes e o feijão de Tia Vicentina. No entanto, muito antes de diversas figuras importantes como essas chegarem a Oswaldo Cruz, Maria das Dores Rodrigues já estava lá. 

Dodô, como ficou conhecida, se tornou porta-bandeira da azul-e-branco através das mãos de Paulo da Portela em 1935, e agora, aos 90 anos de idade, pode entrar para o Livro dos Recordes.


Da esquerda para a direita Squel, Rute, Dodô, Alessandra e Lucinha Nobre


Homenagem e almoço para celebrar os 90 anos

Para homenagear Dodô em seu aniversário, que ocorreu no último domingo, amigos e seis porta-bandeiras do Grupo Especial fizeram questão de ir até sua casa, no alto do Morro da Providência, no Centro. Ao chegarem de surpresa, bambas como Manoel Dionísio, Carlinhos Brilhante, Odaléa Rosa Negra, Selminha Sorriso (Beija-Flor), Lucinha Nobre (Portela), Alessandra (Porto da Pedra), Rute (Vila Isabel), Squel (Grande Rio) e Verônica (Imperatriz) se preparavam para cantar o 'Parabéns' quando receberam o aviso de uma pessoa mais íntima da aniversariante: 'Ela não gosta de 'Parabéns'. 

Ao aparecer na sala, após longa preparação, Dodô usava um vestido azul e sorriu ao ver os convidados. 'Não gosto de surpresa. Eu odeio surpresas', brincou. Dodô também não quis bolo de aniversário e nem vela. Ofereceu então um almoço caprichado, um angu à baiana. Para a eterna porta-bandeira, foi apenas mais um dia festivo. Para os convidados, foi a oportunidade de dar as flores em vida para uma das maiores personalidades da história do samba e do Carnaval. Que venha o centenário. 

Leia entrevista exclusiva com Dodô da Portela:

O Dia na Folia: Ao completar 90 anos, a senhora se sente uma pessoa realizada?

Dodô: Nem Deus pode falar que é uma pessoa realizada. Sempre aparece alguma coisa que a gente tem vontade de fazer. 

Qual foi o momento mais importante e especial em sua trajetória?

Tive a maior felicidade da minha vida quando fui madrinha de bateria da Portela em 2004. Isso virou notícia no mundo inteiro e muita gente veio falar comigo. Se pudesse, eu até queria continuar no posto, mas não quiseram.

O Carnaval rendeu dinheiro à senhora?

Nunca levei dinheiro com o samba. A gente mesmo fazia a nossa roupa e não ganhava nada. A coisa só mudou quando ganhei a minha loja na quadra através do Carlinhos Maracanã (ex-presidente) porque aí pude vender minhas camisas e ganhar um dinheirinho. Vivo mesmo com a minha pensão.

A senhora mora no Morro da Providência. Não sente dificuldade para se locomover e ir aos ensaios em Madureira?

Adoro o meu morro e não saio por nada. Fui criada aqui. Nunca pedi nada a ninguém e sou feliz. Sou favela mesmo, mas faço questão de me vestir bem.

Alguma das porta-bandeiras em atividade chama sua atenção?

A Selminha (Sorriso, da Beija-Flor) é rainha de todas elas. Ela é perfeita e não fica nas costas do presidente. Tem casa, tem filho e só quer saber de trabalhar. Gosto muito dela.

Qual a sua opinião sobre os casais de mestre-sala e porta-bandeira que têm coreógrafos e buscam novidades?

Se é samba, não pode ter balé e nem inventar muito. Sou contra.

Qual é o segredo para se chegar bem aos 90 anos?

Vivo bem porque sou a Dodô da Portela. O segredo é trabalhar. Como tudo o que tenho vontade, não bebo e não fumo. Meu negócio é samba e não quero saber de mais nada.

Tem medo da morte?

Não tenho medo nenhum. Já estou preparada para isso. Mas não fico pensando na morte. Quem sabe eu não chego aos 100 anos?

Portelenses

SAMBISTAS INSATISFEITOS (O Globo - 04/01/2010) 


Os sambistas cariocas estão revoltados. Segundo Noca da Portela, os sambistas estão sendo preteridos nos eventos organizados pela Prefeitura. A gota d´água foi o show do réveillon, quando somente as baterias de escolas de samba participaram do evento. Nenhum sambista foi convidado. O prefeito Eduardo Paes prometeu receber os sambistas na próxima quinta-feira. 

A verdade é que está faltando respeito com o samba. Estamos sendo marginalizados, parece que o samba não é cultura — reclamou Noca. 

PORTELA (Feijoada)

PORTELA LOTOU EM TARDE DE FEIJOADA (04/01/10)


O Pagode da Família Portelense, comandado pela Velha Guarda da Portela, recebeu no último sábado, 3, a bateria da Mocidade Independente, liderada por mestre Bereco, como convidada especial. 

A apresentadora Adriana Lessa, do TV Fama, da Rede TV!, também marcou presença na quadra da escola, em Madureira. 

Além do repertório de Monarco e outros bambas da Velha Guarda portelense, quem esteve no Portelão caiu no samba ao som de clássicos da escola de Padre Miguel e da azul-e-branco.

sábado, 15 de agosto de 2020

Candeia (Quilombo, 34 anos)

ESCOLA DE SAMBA CRIADA POR CANDEIA COMEMORA 34 ANOS, SÁBADO ( Jornal Extra – 09/12/09)


Candeia, fundador da Quilombo

O aniversário foi nesta terça-feira, mas a tradicional roda de samba que vai comemorar os 34 anos do Grêmio Recreativo de Arte Negra e Escola de Samba Quilombo (Granes Quilombo), idealizado pelo compositor Antônio Candeia Filho, acontece no sábado, a partir das 15h. 

Os grupos Galocantô, Uto Tombo e Jongo da Serrinha, além de Gabrielzinho do Irajá, estão entre as atrações da festa. A sede do Quilombo fica na Rua Ouseley, 810, na Fazenda Botafogo, em frente à estação do metrô. A entrada é franca. 

O Granes Quilombo foi criado em 8 de dezembro de 1975 por Candeia e compositores como Nei Lopes e Wilson Moreira. Eles não aceitavam o gigantismo das escolas de samba tradicionais, nas quais os sambistas estavam perdendo a voz para pessoas estranhas ao meio. 

Relembre o manifesto de criação da nova escola, escrito pelo compositor portelense: 

“Estou chegando... 

Venho com fé. Respeito mitos e tradições. Trago um canto negro. Busco a liberdade. Não admito moldes. 

As forças contrárias são muitas. Não faz mal... Meus pés estão no chão. Tenho certeza da vitória. 
Minhas portas estão abertas. Entre com cuidado. Aqui, todos podem colaborar. Ninguém pode imperar. 

Teorias, deixo de lado. Dou vazão à riqueza de um mundo ideal. O amor é meu princípio. A imaginação é minha bandeira. 

Não sou radical. Pretendo, apenas, salvaguardar o que resta de uma cultura. Gritarei bem alto explicando um sistema que cala vozes importantes e permite que outras totalmente alheias falem quando bem entendem. Sou franco atirador. Não almejo glórias. Faço questão de não virar academia. Tampouco palácio. Não atribua a meu nome o desgastado sufixo –ão. Nada de forjadas e mal feitas especulações literárias. Deixo os complexos temas à observação dos verdadeiros intelectuais. Eu sou povo. Basta de complicações. Extraio o belo das coisas simples que me seduzem. 

Quero sair pelas ruas dos subúrbios, com minhas baianas rendadas sambando sem parar. Com minha comissão de frente digna de respeito. Intimamente ligado às minhas origens. 
Artistas plásticos, figurinistas, coreógrafos, departamentos culturais, profissionais: não me incomodem, por favor. 

Sintetizo um mundo mágico. 

Estou chegando...”

sábado, 8 de agosto de 2020

Juliana Portela (Rainha da Tabajara 2010)



"Sofri preconceito por ser uma passista branca', revela a nova Rainha da Portela"

Desde 2004 na briga para ser Rainha de Bateria da Portela, Juliana Portela é a nova majestade da azul e branca. A vocalista do grupo de funk Jaula das Gostosudas tem o desafio de substituir a deusa Luma de Oliveira. "Espero que eu consiga agradá-la e não decepcione ninguém", diz. 

Como é substituir Luma de Oliveira no posto de rainha?

É muita responsabilidade. Luma é um ídolo. Vou tentar segui-la na postura e no carisma e tentar apresentar a bateria na Avenida, divinamente, como só ela faz. Uma vez, na quadra, eu a chamei de linda e ela disse que eu que era. Luma é meu exemplo. Espero que eu consiga agradá-la e não decepcione ninguém.

Há nove anos você desfila na Portela e há cinco tenta ser Rainha. Pensou em desistir?

Nunca. Já chorei muito na quadra. A bateria sempre me chamou de Rainha. E eu sambava à frente dos ritmistas nos ensaios. Durante esse tempo, eu vi Dodô, Adriana Bombom e Luma serem Rainhas. Quando a Bombom foi coroada, me disseram que eu desfilaria ao lado dela. Mas ela não quis ninguém com ela. Fiquei dois dias deprimida. Enfim, é a minha vez, mas ainda não caiu a ficha. Não choro mais, só sorrio. Eu chorei demais. Agora, eu quero que me vejam de cabeça erguida. É como dizem, os humilhados serão exaltados.

Mas se sentia humilhada?

Eu sofri preconceito por ser uma passista branca, baixinha e que não aprendeu a sambar com as passistas de lá. 

Você disputou o posto com Vânia Love e Jéssica Maia. O que fez para vencê-las? 

Elas são lindas e talentosas. Acho que sou a Rainha porque batalhei por anos para isso e porque também fizeram um abaixo-assinado com mais de três mil assinaturas pedindo para que eu fosse Rainha de 2010.

Como se cuida?

Eu malho, mas para ficar definida, com corpo natural. E faço carboxiterapia e bronzeamento a jato. Para manter o peso, eu faço a dieta da clara de ovo com batata. É rica em carboidrato e albumina. É assim: como sete claras de ovo, sem gema, por dia, e mais purê de batata. E pela manhã, queijo minas com pão integral. 

O que mais gosta no corpo?

Gosto dos meus seios, porque não têm silicone. Os caras elogiam as pernas e meu sorriso.

Samba-enredo?

"Lendas e Mistérios da Amazônia" (Portela, 1970).

Exemplo de Rainha?

Luma de Oliveira e Raíssa de Oliveira (Beija-Flor), que foi eleita pela comunidade.

PORTELA (Feijoada Dez/2009)

SÁBADO DE FEIJOADA NA PORTELA (o carnavalesco – 04/12/09)


Neste sábado, será realizada a Feijoada da Família Portelense. A programação musical terá início com a roda de samba do Grupo Nossa Fé, que traz em seu repertório muito samba de raiz, com a participação dos cantores Anderson Bombom, Celi e Andrea Café, acompanhados do grupo Som Verdadeiro. 

O ponto alto do evento será a apresentação da tradicional e ilustre Velha Guarda Show da Portela, relembrando grandes clássicos do mundo do samba, exaltando ainda mais o evento, que reúne mensalmente centenas de pessoas, atingindo assim o sucesso esperado a cada edição. 

Como convidado especial o grupo Exporta Samba (foto), que comemorando seus 40 anos de carreira, subirá ao palco do Portelão, para apresentar músicas inéditas do seu novo CD. Ainda estarão presentes diversos segmentos da agremiação e a nova rainha de bateria da escola Juliana Portela, abrilhantando a quadra da azul-e-branca de Oswaldo Cruz e Madureira. 

Serviço:

Local: Quadra da Portela - Rua Clara Nunes, Nº 81- Madureira
Horário: 13h
Data: 05 de Dezembro
Entrada: R$ 7 ( Preço único)
Prato: R$ 10 
Informações: 21- 2489-6440

PORTELA 2010 (Protótipos)

PORTELA ENTREGA PROTÓTIPOS NA SEXTA (DEZ/09)
A Portela vai entregar, na próxima sexta-feira, aos presidentes das 14 alas comerciais, os protótipos das fantasias criadas pelos carnavalescos Amauri Santos e Alex de Oliveira para o desfile de 2010. 

A diretoria da azul-e-branco de Madureira foi mais uma, entre as escolas do Grupo Especial, que decidiu não promover festa para mostrar o que seus componentes vestirão no desfile de Segunda-Feira de Carnaval na Marquês de Sapucaí. 


O enredo "Derrubando fronteiras, conquistando a liberdade. Um Rio de paz, em estado de graça" será descrito em 35 alas, sendo 21 da comunidade e 15 comerciais. As fotos das fantasias que serão comercializadas estarão disponívies em breve no site oficial da Escola.

Trem do Samba (Cultura)

DE OSWALDO CRUZ PARA A FRIA SIBÉRIA (JORNAL EXTRA - 02/12/2009) 


Para se ter uma ideia da importância desse trem de Oswaldo Cruz, basta percorrer a velha guarda de cada escola de samba. Se antes os grandes nomes viviam esquecidos, hoje desembarcam na estação do sucesso.

- O trem gerou uma repercussão muito grande. Só se conhecia o mundo do samba no carnaval e pelas grandes estrelas do meio artístico. Para a velha guarda, isso significou tudo. Antigamente, só se falava em Mangueira e Portela e, agora, cada escola forma a sua velha guarda. O trem trouxe um renascer para a carreira de quem estava para se aposentar — conta Adilson Pereira, da Vila Isabel. 

Os louros do sucesso têm sido colhidos hoje em lugares impensáveis no exterior, bem longe dos trópicos. 

- Depois da exposição que tivemos com o Dia do Samba, fizemos até viagens internacionais,. Fomos até a Sibéria, na Rússia, para abrir um show do U2 para 250 mil pessoas. Fomos à Olimpíada de Pequim e, há duas semanas, viemos do Líbano, onde assinamos um contrato de três anos. O trem foi o elo para essa visibilidade toda — revela Adilson.

Marquinhos destaca a difusão cultural. 

- Meu desejo é sempre permitir que quem vive ou esteja de passagem pelo Rio possa saborear e difundir a história desse lugar tão repleto de memórias culturais — conclui Marquinhos de Oswaldo Cruz.