PORTELA ALIA TÉCNICA E VIBRAÇÃO (o carnavalesco –
17/01/09)
O sentimento de orgulho tomou conta dos corações portelenses que estiveram na Marquês de Sapucaí neste sábado. Muito organizada desde as primeiras alas, a Portela conseguiu ser técnica sem cometer o erro de se deixar levar pela frieza. A agremiação começou a imprimir seu ritmo já com a comissão de frente, que apresentou uma coreografia vibrante e afiada.
Quem também se destacou foi o intérprete Gilsinho, que entoou o samba com a habitual competência, contribuindo para manter o pique dos componentes. Animados, os desfilantes cantaram o samba sem parar e com vontade. Por sinal, o canto e a alegria dos componentes foram decisivos para que a técnica não tirar a animação.
Bateria da Portela entrou mordida
Mesmo debaixo de chuva, a bateria portelense mostrou segurança durante o ensaio técnico deste sábado. A sustentação do ritmo mais uma vez foi a principal característica da Tabajara, como é conhecida a bateria da azul-e-branca. Mas os ritmistas também apresentaram paradinhas e até coreografias, o que até bem pouco tempo não era muito comum na tradicional bateria da Portela.
Os integrantes apresentaram uma coreografia conjunta com uma bossa. No momento da paradinha, todos eles se concentram de um lado da pista e, em seguida, fazem o mesmo no lado oposto. O movimento ficou bonito. Uma ala que passou um pouco mais no início do desfile já havia feito uma coreografia similar, só que levando-a até as últimas consequências. Nessa ala, os componentes se agrupavam no canto da pista, deixando uma espécie de falso buraco na avenida.
Os ritmistas fizeram uma entrada perfeita no segundo recuo. Dentro do box, repetiram a coreografia com tranquilidade. Mas, quando parecia que nada daria errado, a bateria vacilou na hora certa de sair do recuo. O presidente Nilo pediu para bateria deixar o box, mas o sinal teria que ser do mestre Nilo Sérgio. Com a ordem do dirigente, a bateria saiu antes do tempo e os ritmistas ficaram com pouco espaço para avançar, esprimidos e a saída do box foi um pouco conturbada. No entanto, não foi nada que chegasse a arranhar a bela apresentação da Portela.
O ritmo desta vez estava um pouco mais acelerado. Em comparação com o ensaio de dezembro, os ritmistas da agremiação imprimiram uma velocidade um pouco maior para dar "esquentar" o samba-enredo. Se no início do treino o metrônomo registrava 148 batidas por minutos, na metade final o ritmo ficou entre 146 e 147 batidas por minutos, números considerados perfeitos para o Mestre Nilo Sérgio.
- A bateria veio bem mais uma vez, mostrando a sua cadência. As bossas foram bem executadas e o entrosamento com o carro de som foi perfeito. Hoje o ritmo veio um pouquinho mais acelerado pra escola ficar mais quente. A chuva não atrapalhou em nada, só lavou a alma - brincou o diretor de bateria.
A única pessoa que tirou o humor de Nilo Sérgio foi o ex-diretor de bateria da Portela, Mestre Mug. De acordo com o atual comandante da bateria, há quatro anos Mug diz que vai voltar ao comando dos ritmistas portelenses. Ainda segundo Nilo Sérgio, o ex-mestre de bateria teria dito neste sábado, nas proximidades da quadra, que vai tirar Nilo Sérgio do cargo.
- Estou mostrando o meu trabalho, trazendo renovação para a Portela. Hoje desfilei com raiva e a bateria entrou mordida porque só queremos mostrar a nossa capacidade. Ele (Mug) tem que esperar acontecer para depois falar. Há quatro anos ele diz que vai voltar - criticou Nilo Sérgio.
Luma de Oliveira, rainha da bateria, não compareceu. Ela já avisou à presidência que só participará do desfile oficial, se ausentando dos ensaios.
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