Majestade do Samba

PORTELA é FATO E FOCO



segunda-feira, 28 de novembro de 2016

PORTELA (Pressão)

LINHA DURA (Jornal de Bairros – O Globo – 17/02/08) 

Muita gente não entendeu por que a Portela assistiu a uma debandada (porta-bandeira, carnavalesco e puxador, entre outros) no ano em que voltou ao Desfile das Campeãs, o que não acontecia desde 1998. 

Subordinados ao presidente Nilo Figueiredo dizem que ele jogou duro demais com todos, e uma parte não suportou mais a pressão. 


Mauro Duarte (Homenagem)

GERAÇÕES DE BAMBAS LOUVAM BOLACHA (O Globo – 16/02/08) 

Autor de sambas como ‘Portela na avenida’, Mauro Duarte ganha tributo idealizado por Alfredo Del-Penho. 

Quem foi Mauro Duarte, mineiro que é nome de praça em Botafogo, lembrado com saudade quase 20 anos depois de sua morte (em 1989, aos 59 anos), figura de destaque de uma notável geração de sambistas do bairro, favorito de nove entre dez cultores da melhor música carioca, melodista raro e compositor de “Canto das três raças”, “Portela na Avenida”, “Menino-Deus”, “Lama” e de vários outros sucessos que se incluem entre os mais cantados nas rodas de samba, não só do Rio, mas de todo o país? 

Se os amigos e parceiros pudessem responder em coro, talvez dissessem: “Mauro Duarte, o Bolacha, foi um sambista genial, muito menos conhecido do que sua obra”. Paulo César Pinheiro, velho amigo e o mais constante parceiro, fala com autoridade: 

- Criador de obra poderosa, invejável, atemporal, Mauro levou para seus sambas em tom menor, no que era um craque, toda a sua vivência das ruas, dos blocos, da boemia. Se era triste? Não o homem. Acredito que tenha passado para a música, para o lamento de seus sambas, toda a vida sofrida que teve. 

Disco será lançado dia 3 de março, no CCC 

Quem ainda não conhece a obra deste mestre do tom menor — e mesmo aqueles que se orgulham de conhecê-la — deve se preparar para “O samba informal de Mauro Duarte”, CD duplo que a Deckdisc vai lançar na noite de 3 de março, no Centro Cultural Carioca. São 30 faixas, 19 inéditas e 11 com músicas já gravadas, mas pouco conhecidas. O resultado é definido por Pinheiro como “o mais importante trabalho dedicado ao samba nos últimos dez anos”. 

Dez anos? Se se considerar o tipo de inventário que foi feito, visando a tornar mais conhecido um compositor da grandeza de Mauro Duarte, é possível suspeitar que não há trabalho semelhante sobre samba em toda a discografia brasileira, recente ou não. 

Muitos são os envolvidos no projeto, mas, a citar um, idealizador e realizador, ele é o compositor, cantor, violonista e obstinado pesquisador Alfredo Del-Penho. 

- Não conheci Mauro Duarte - diz. - Tinha 8 anos quando ele morreu. Mas, graças ao pesquisador Paulo César Andrade, a quem esse projeto deve muito, fiquei sabendo de seus sambas, os mais conhecidos, gravados por gente como Clara Nunes, Roberto Ribeiro, Paulinho da Viola. 

Del-Penho já estava definitivamente envolvido com a música. Com o bandolinista Pedro Amorim, outro antenado com o samba, o choro e outras riquezas, passou a tocar em bares, um deles o Partitura, já pensando na formação de um grupo compacto, onde todos cantassem, tocassem e tivessem repertório. Isso resultou na criação no quarteto Samba de Fato: Del-Penho e Amorim, mais os cantores e ritmistas Pedro Miranda, um dos mais brilhantes egressos da geração Lapa, e Paulino Dias, diretor musical da Companhia Folclórica da UFRJ. Passaram a ensaiar e tocar em almoços de domingo, na casa um do outro, com o anfitrião sendo o cozinheiro, no que, segundo opinião unânime, Amorim era o mais competente. 

Pois é o Samba de Fato que está nas 30 faixas do CD duplo, produção de Del-Penho. Há, claro, artistas convidados, um deles Pinheiro. Outra, Cristina Buarque, amiga de Bolacha e profunda conhecedora de sua obra, inclusive a inédita (Cristina, na verdade, é das maiores colecionadoras de fitas cassete com raridades do samba, de todas as épocas e lugares, devendo-se à sua generosidade muitas das descobertas e agora gravadas). 

Antigos fragmentos viraram músicas completas. 

As 30 faixas foram colhidas em várias fontes. “Acerto de contas”, “Mineiro pau”, “O samba que eu lhe fiz”, “Engano”, “Compaixão”, “Falou demais”, “Começo errado”, “Lamento negro”, “Samba de botequim” e “Sublime primavera” tiveram melodia ou letra trabalhadas por Pinheiro a partir de primeiras partes, fragmentos, frases soltas, idéias deixadas com ele pelo amigo. “A água rolou”, “Caprichosos de Pilares” e “Reza, meu bem”, também são inéditas, mas já estavam inteiramente prontas em 1989. 

- Mauro costumava chegar em casa tarde, já com uma idéia na cabeça, e a passava para o papel ou para o gravador — conta Pinheiro. — Depois, esquecia. Mas os filhos tiveram o cuidado de guardar alguns desses esboços, como eu guardei os nossos no meu arquivo (uma coleção preciosa, que reúne as cerca de mil músicas gravadas de Pinheiro, as quase 500 inéditas e as 150 que ele, letrista consagrado, também musicou). 

Das demais faixas, já foram gravadas “Lenha na fogueira” (por Walter Alfaiate, com a letra alterada), “Desde que me abandonou” (pelo próprio Mauro, no Projeto Brahma Extra de 1988), “Sofro tanto” (Cláudia Savaget), “A água rolou” (pelo sambista Portella, de São Paulo), “Não sei” (Sônia Santos, em 1975), “Mais consideração” ( Mart’nália, em seu LP de estréia), “Sonho de criança” (Noca da Portela, co-autor), “Tempo de amigo” (Ataulfo Alves Jr.) e “Morro”, única parceria com Ivone Lara (Elza Soares). 

Outras descobertas devem-se a Élton Medeiros, de cujo baú saíram sambas feitos com Mauro: “A mulher do pedreiro” e “Malandro não tem medo” (as vozes e a batucada dos dois autores, gravadas numa fita, são usadas como vinhetas no início de cada faixa); a Walter Alfaiate, que se lembrava de música e letra de “Eu não quero sofrer”; a Cristina e aos filhos de Mauro, que costumam cantar, nas noites do bar Bip Bip, em Copacabana o samba “Carnaval”, parceria com o falecido Adélcio de Carvalho, também de Botafogo. É ainda com Adélcio a inédita “Samba do eleitor”. “Sonho e realidade” é a única parceria com o baiano Edil Pacheco. 

- A turma que está chegando precisa conhecer os sambas do Mauro, para saber como é que se faz — afirma Pinheiro — São sambas ancestrais, de outro tempo, um tempo em que as linhas melódicas tinham de ser, necessariamente, bonitas. Quem faz samba assim, hoje, vive em guetos, está escondido, não aparece. Talvez por isso Mauro seja um dos parceiros de quem sinto mais falta. 

Os arranjos dos CDs foram feito coletivamente pelos quatro componentes do Samba de Fato, que se apresentam toda quarta-feira no Trapiche Gamboa. A fidelidade ao estilo de Bolacha, aquela ancestralidade ressaltada por Pinheiro, foi a palavra de ordem. Depois disso, quem sabe não chega a vez dos sambas mais conhecidos? 

segunda-feira, 21 de novembro de 2016

PORTELA (França)

AZUL-E-BRANCO ESTÁ COM O PÉ NA FRANÇA (JB online – 13/02/08) 
 
O carnaval mal acabou, mas as escolas de samba já pensam na festa do ano que vem. Na corrida pelo patrocínio, a Portela largou na frente e está com o pé na França. Uma reunião entre o presidente da escola, Nilo Figueiredo, e o cônsul francês Hugues Goiseault já está agendada para discutir o samba-enredo de 2009, ano da França no Brasil. 
 
Surgiu uma oportunidade e o cônsul francês foi apresentado ao presidente Nilo. Eles marcaram uma conversa, o cônsul quer conversar - declarou Agnaldo Dias, vice-presidente financeiro da Portela. 
 
A assessoria de imprensa do consulado revelou que a escola mostrou interesse pelo enredo. A primeira aproximação entre a Portela e o consulado francês aconteceu essa semana, quando as mulatas da azul-e-branco de Madureira foram a atração de um coquetel promovido no navio de guerra da marinha francesa Joana D´Arc. 
 
Vantagem nas cores 
 
Se o apoio for mesmo confirmado, a Portela tem uma vantagem para a elaboração das alegorias e adereços, as cores da escola. Bastaria acrescentar o vermelho para homenagear o país europeu. Essa facilidade da escola agrada os representantes franceses no Brasil, que já mostraram preferência por uma escola de tradição. 
 
Na semana passada, o prefeito Cesar Maia divulgou o patrocínio de R$ 2 milhões para as agremiações que escolherem a França como enredo. De 21 de abril a 15 de novembro, o Brasil comemora o ano da França no país, com atrações artísticas e acordos políticos, acadêmicos e econômicos. 

Gilsinho (Renovação)

GILSINHO PERMANECE NA PORTELA. NILO SÉRGIO AGUARDA DECISÃO DA PRESIDÊNCIA (site ocarnavalesco – 12/02/08)

O intérprete Gilsinho, da Portela, renovou na noite de terça o seu contrato com a escola de Madureira. Segundo o cantor, o presidente Nilo Figueiredo aceitou um acordo financeiro pedido por ele.
 
Já o diretor de bateria, Nilo Sérgio, aguarda uma decisão da presidência da Azul e Branca para decidir o seu futuro no carnaval. Ele tem proposta da Porto da Pedra, que substituirá Mestre Louro, por problema de saúde.

PORTELA 2009 (Mudanças)

CARNAVALESCO DA PORTELA DEIXA A ESCOLA (O DIA – 10/02/08)

Quarta colocada, a Portela vibrou com sua apresentação. Afinal de contas, foram precisos dez anos para que a escola conseguisse voltar no sábado das campeãs. A festa, no entanto, não foi tão especial para alguns. Depois da saída da porta-bandeira Alessandra Bessa foi a vez do carnavalesco Cahê Rodrigues dar adeus à Portela. Neste sábado, ele afirmou que não continuará na azul-e-branco.

Decidi que não quero mais ficar. Ainda não comuniquei ao presidente, mas já me decidi. Amo a Portela e aprendi a amar o portelense, mas acho que já completei meu ciclo na escola. Sem explicar os motivos de sua saída, o carnavalesco disse também que ainda não recebeu convite de nenhuma outra agremiação.

Outro que também pode deixar a escola é o intérprete Gilsinho. Segundo o cantor, uma reunião com o presidente da escola, Nilo Figueiredo, decidirá o seu futuro. A insatisfação com a diretoria é grande. A premiada bateria da Portela também deverá ter um novo comandante. Nos bastidores, cogita-se a ida de Mestre Nilo Sérgio para a Porto da Pedra, para assumir o posto de Mestre Louro, que terá que se afastar por problemas de saúde.

terça-feira, 15 de novembro de 2016

PORTELA (Porta-Bandeira)

PORTA-BANDEIRA DA PORTELA PEDE DEMISSÃO E NÃO ESTARÁ NO DESFILE DAS CAMPEÃS (O DIA – 08/02/02)


Baixa na Portela. A porta-bandeira Alessandra Bessa pediu demissão nesta quarta-feira e já não estará no desfile das campeãs. Segundo Alessandra, sua saída se deu por "problemas internos na escola". "Fiquei feliz com o quarto lugar da escola e acho até que ela merecia uma posição melhor. Mas resolvi pedir demissão por causa de uns problemas internos que estavam acontecendo na Portela", explicou. 

Procurado, o presidente da azul-e-branco, Nilo Figueiredo, confirmou que a porta-bandeira lhe telefonou para pedir demissão. "Ela pediu para sair e não seria eu que iria prendê-la", disse. O dirigente, no entanto, negou que o motivo da saída fossem "problemas internos". "Ela simplesmente não entendeu a importância de ser porta-bandeira da Portela aos 20 anos, sendo que foi chamada quando tinha 19. O próprio mestre-sala (Diego) me disse que não concordou com a decisão dela". No desfile das campeãs, neste sábado, Diego dançará com a segunda porta-bandeira, Kátia Paz.

terça-feira, 8 de novembro de 2016

PORTELA 2008 (Desfile das Campeãs)

PORTELA DESFILARÁ ENTRE AS CAMPEÃS APÓS 10 ANOS (Terra – 02/08)


A Águia, enfim, mostrou as garras na Avenida. Depois de 10 anos, a Portela - que apresentou o enredo Reconstruindo a natureza, recriando a vida: o sonho vira realidade - vai se apresentar entre as campeãs. O quarto lugar levou uma multidão à quadra, em Madureira, como há muito tempo não se via. "Foi uma luta muito grande. Se Deus quiser, vamos melhorar ano que vem", desabafou o presidente Nilo Figueiredo, saudado como herói.

A última vez que a agremiação desfilou no sábado foi com o enredo Os olhos da noite, de Ilvamar Magalhães, em 1998. Depois, foi só bordoada. O máximo que conseguira fora o sétimo lugar em 2004 e 2006. Chegou a flertar com o Grupo de Acesso A, depois da pífia apresentação em 2005, quando a Velha Guarda foi barrada para não estourar o tempo de desfile. Mesmo assim, ficou em 13º lugar. 

Mais de mil pessoas compareceram à quadra - considerada a melhor em levantamento de O Dia - para acompanhar a apuração. As boas notas eram comemoradas entusiasmadamente. A vibração era grande também com as notas baixas dadas à Imperatriz.

Quando a escola figurou em terceiro lugar no decorrer da apuração, a bateria subiu ao palco e iniciou apresentação. Mas bastou uma nota baixa para os ritmistas pararem de tocar para aguardar o resultado final. "Seremos recebidos como heróis na quadra", previu Marcelo Jacob, um dos três diretores da Comissão de Harmonia, ao deixar o Sambódromo.

"A Portela saiu com garra. O empenho do portelense foi muito importante", avaliou o mestre-sala Diego Falcão. "Queria o primeiro lugar, é claro, mas estou satisfeita. Pelo menos estaremos no Desfile das Campeãs", festeja a passista Vanessa Martins da Silva, 27 anos. Para a coordenadora de ala, Nilce Fran, 40 anos, que desfila desde os 10, voltar no Sábado das Campeãs fortalece a escola: "Vir brigando pau a pau foi lindo". O ginasta Diego Hipólito também estava na quadra: "O desfile foi muito bonito. Deu para sentir que desfilamos muito bem".

Os portelenses reconheceram os méritos do título da Beija-Flor, mas reclamaram o vice-campeonato. "A Portela poderia ter ficado com o segundo lugar. Não digo que foi uma injustiça, mas há notas discutíveis", observou Nilo Figueiredo. 

Modernização e busca por patrocinadores

A Águia quer voar mais alto no próximo Carnaval. O presidente Nilo Figueiredo promete continuar o plano de modernização e já acena para patrocinadores. "Ser parceiro da Portela é bom negócio. A escola é rica", convida. "É impossível fazer Carnaval sem nenhuma ajuda. Gasta-se R$ 6 milhões num desfile", completa. 

Novidades estão a caminho. "Vamos analisar ponto a ponto e, aí sim, vou decidir mudanças. O coração já está calejado. Vamos melhorar, corrigir tudo", promete. A escola testou o GPS na Harmonia. "Foi positivo. Fizemos experiência e vamos aperfeiçoar", disse Marcelo Jacob, diretor de Harmonia. 

O carnavalesco Cahe Rodrigues vê novos tempos. "O público viu uma nova Portela: carros maiores, mais efeitos especiais e fantasias volumosas e modernas. A escola rejuvenesceu sem perder a tradição", explicou ele. 

Classificação Final 2008

 

quarta-feira, 2 de novembro de 2016

PORTELA 2008 (Leitores)

PORTELA É CONSIDERADA A MELHOR DO CARNAVAL PELOS LEITORES DO GLOBO ONLINE




Comissão de Frente da Portela

A Portela mostrou a força da sua torcida e foi considerada a melhor escola do carnaval segundo o Eu-Jurado, a inédita apuração participativa, promovida pelo Globo Online, em que os internautas puderam dar notas para as agremiações do Grupo Especial em todos os quesitos, da mesma forma que fazem os jurados oficiais na avenida.

A Azul-e-Branco de Oswaldo Cruz teve um total de 93,16 pontos, considerando a média de todas as notas dadas pelos 2.539 leitores que participaram do julgamento.

Em segundo lugar veio a Viradouro (nota média de 93,02), do carnavalesco Paulo Barros, que segue encantando e surpreendendo o público, mas ainda não conseguiu ser campeão.

Em terceiro, os leitores escolheram o Salgueiro (92,96), que levou para a Avenida um enredo sobre a cidade do Rio. A Mocidade (92,75), escola que conquistou a maior quantidade de prêmios no Estandarte de Ouro, ficou em quarto, seguida da Unidos da Tijuca (91,93), que levou o Estandarte de melhor escola.