ÁGUIA FERIDA EM MADUREIRA (Jornal Extra - 20/01/2008)
Briga por verbas causa racha nos mirins da Portela.
Enquanto antigo presidente questiona pleito e atual cobra subvenção, agremiação corre contra o relógio.
A 13 dias da abertura oficial da folia na cidade, uma das escolas mirins que participarão do desfile de abertura na Sapucaí corre o quanto pode para pôr seu carnaval na Avenida. Às voltas com um desentendimento entre a antiga e a nova diretoria por causa da subvenção, a Filhos da Águia, agremiação nascida dentro da Portela, tem que preparar até lá duas alegorias e concluir a confecção de mil fantasias para não ser punida.
O atual presidente, Cláudio Cruz, eleito em outubro, acusa o antecessor, Osni José do Nascimento, o Nil, de não ter repassado à nova diretoria as verbas recebidas para fazer o carnaval. Nil, por sua vez, alega ter investido os R$32 mil (R$26 mil da Prefeitura do Rio e R$6 mil da Riotur) dados à escola em fantasias.
Nil questiona na 1ª Vara Cível de Madureira a eleição do sucessor, alegando que seu mandato só terminaria em 2010. Cláudio fez um registro na 29ª DP )(Madureira) contra Nil por apropriação indébita.
- Até agora, não temos nenhum carro alegórico. Para conseguir fazer todas as fantasias, estamos contando com a ajuda da primeira-dama da Portela, Val Carvalho, que tem nos doado os cortes de tecido que sobram das fantasias da escola — afirma Cláudio Cruz, que também alega não ter encontrado os instrumentos da agremiação mirim.
- A escola tinha 126 instrumentos e não encontrei nenhuma peça.
Sumiço depois do Pan
Osni afirma que a escola mirim só tinha 22 instrumentos e que todos sumiram depois dos Jogos Pan-Americanos, quando algumas crianças da agremiação participaram como voluntárias da festa no Maracanã.
Enquanto aguarda a decisão da Justiça, ele segue confeccionando as fantasias:
- Não me apropriei indevidamente de nada. Quando recebi a subvenção, eu era o presidente da escola. Usei o dinheiro para fazer fantasias. É só eles descerem do pedestal e virem aqui buscá-las.