Majestade do Samba

PORTELA é FATO E FOCO



quarta-feira, 2 de março de 2016

Vilma Nascimento (Porta Bandeira)

ELA MERECE! (Blog Extra – 25/08/07)


Vilma e Delegado

Nos últimos dias, surgiu a possibilidade de a Tradição homenagear Vilma Nascimento em seu enredo. A escola já até avisou que o enredo não vai rolar, mas fiquei com água na boca. Seria lindo homenagear Vilma. Uma história de amor ao samba, com componentes fundamentais para qualquer folhetim que se preze: amor, ódio, brigas, paixão, idas-e-vindas, reconciliações... Acima de tudo, uma trajetória de glórias, que coroou a vida da maior porta-bandeira que o carnaval carioca já viu.
 
Algumas de minhas maiores emoções no carnaval tive com Vilma Nascimento. Numa noite de quinta-feira perdida no passado, na quadra da Beija-Flor, as lágrimas quase caíram ao vê-la dançar com Delegado (foto), Selminha e Claudinho - e, rodeando os quatro, as crianças que se formavam na escolinha da azul-e-branco. Presente e passado juntos numa mesma dança. Às vezes Wilma dançava com Delegado, em outros momentos era cortejada por Claudinho, numa troca de passos linda, à altura da categoria dos quatro dançarinos, que marcaram época na história do nosso carnaval.
 
Por diversas vezes, vi Vilma na quadra da Tradição, coordenando os mestres-salas e as porta-bandeiras mirins da escola, num trabalho de puro amor ao samba. Em outras ocasiões, era lindo vê-la entrando majestosa, abrindo o desfile da Tradição, como destaque de chão, o Cisne da Passarela. Mas a mágoa com a Portela aparecia sempre. Em cada papo meu com ela, ressurgia essa história mal resolvida com a águia de Madureira. Parecia sem volta.
 
Mas nada como um carnaval após o outro - com um ano inteiro no meio. Em 21 de dezembro de 2006, anunciei em primeira mão em minha coluna no EXTRA que Vilma estava de volta à Portela: ela apresentaria o casal de mestre-sala e porta-bandeira na Avenida. É daquelas notícias que a gente dá de coração apertado, meio desconfiado: e se ela desistir?, e se voltar atrás? Confiei no meu feeling e cravei a volta da rainha.
 
E, em fevereiro, meu coração bateu mais forte de novo. Logo após a comissão de frente portelense, vinham o casal da escola e Vilma Nascimento. Linda, elegante, apresentando os responsáveis pelo pavilhão portelense. Mais lágrimas, fazer o quê? A menina Alessandra, aliás, pareceu ter aproveitado aquela energia e não sentiu o peso da estreia. Arrebentou, ganhou prêmios, fez bonito na Avenida, virando promessa de grande porta-bandeira.
 
Na Tradição, Vilma não vem mais como destaque. Agora, só sai com camisa de diretoria, ao lado da filha, Daniele. Ela diz que quer brincar o carnaval, aproveitar, sem grandes responsabilidades. Se perdemos a visão de Wilma de um lado, ganhamos do outro - e espero que ela continue por muito tempo brilhando ao lado do casal portelense. E na Tradição, quem sabe um dia ela volta a sua posição de destaque, mas como enredo da escola? História não lhe falta.

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