Majestade do Samba

PORTELA é FATO E FOCO



domingo, 6 de outubro de 2019

PORTELA 2010 (Análise)

PORTELA DIGITAL (o carnavalesco – 13/10/09) 

Já escrevi por aqui que não sou fã deste enredo portelense. Acho uma propaganda política muito escancarada que mistura a Águia "Backbone" com um clássico de Candeia (deve estar furioso) para exaltar um Rio de "Paz" que na verdade é de "Paes". 

Coube aos excelentes compositores da escola (muitos deles nomes de sucesso fora do carnaval) a tarefa de transformar isto em poesia. Não é fácil. Nada fácil. É como tirar leite de pedra. Por mais talentosos que eles sejam, não conseguiram produzir um samba que se destaque ou que possa entrar para a galeria da escola. Há boas passagens melódicas, como sempre, e alguma inspiração poética. Falta "conexão" do tema com a personalidade da escola. 

Uma coisa une quase todos os concorrentes: o uso excessivo do nome da escola. Ele está em toda parte, na tentativa de sustentar a motivação do componente. 

Ciraninho, Rafael dos Santos, Diogo Nogueira, Naldo e Jr Scafura 

A letra força algumas barras. Fala, por exemplo, que "o dia de graça que o mestre cantou já raiou...". Falta muito para isso...muito. Há expressões como "amor digital" e outras soluções duvidosas. 

A melodia é bem melhor, embora alguns trechos da segunda parte sejam por demais leves e inocentes, previsíveis. 

O refrão final começa bem e atinge seu auge com o "viajar". Mas depois se perde com versos pouco inspirados. Portela - 3 vezes. 


Serginho Procópio, Celso Lopes, Bandeira Brasil, Charles André, João Carlos Filho 

Tem letra mais poética e menos panfletária, contando com serenidade e beleza o enredo. Melodia refinada e bem encadeada, à exceção da passagem da segunda parte para o refrão principal. Há uma quebra muito estranha. O refrão não dá sequência à linha melódica que o antecede. A palavra Portela aparece nestes dois versos seguidos desnecessariamente. 

O primeiro verso do refrão central parece o jingle da emissora de TV que transmite a festa. 
Portela - 2 vezes 


Ary do Cavaco, Ari Jorge, Paulinho Rocha, Felipe Carvalho e Walter Alverca 

Um samba "redondo", mas sem grande brilho. Tem um refrão forte, mas que fala em "dar um link no coração". De resto é fluente, mas sem grande inspiração poética, com letra apenas correta. Portela - 2 vezes 


Wanderley Monteiro, Luiz Carlos Máximo e Carlos Ortiz 

É o samba mais "valente" dentre os finalistas. A melodia tem beleza e vigor, chamando o componente para o canto e a evolução. A letra é correta e traduz com bastante competência a mensagem do enredo. Destaque para os refrões: ambos muito fortes. Também usa "Portela" em versos muito próximos. Portela - 2 vezes 


Neizinho do Cavaco, Flávio Viana, Sdinei Good e Vinícius Ferreira 

Talvez a surpresa da final, pelo nome dos compositores. É um samba bem construído com melodia agradável e letra correta. Usa a expressão "on line" no refrão central. É um ousadia que, a mim, não agrada. De resto cumpre bem o seu papel. Portela – 2 vezes.

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