Majestade do Samba
PORTELA é FATO E FOCO
quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017
domingo, 19 de fevereiro de 2017
Paulinho da Viola (Entrevista)
ENTREVISTA:
A PORÇÃO VERDE-E-ROSA DE PAULINHO DA VIOLA (O DIA – 29/04/08)
A música – uma das mais belas homenagens a uma escola de samba –, defendida por Elza Soares no 4º Festival de Música Brasileira da TV Record, em São Paulo, deixou-o com peso na consciência. Sentindo-se em dívida com a Portela, compôs seu maior sucesso: “Foi um rio que passou em minha vida”, declaração de amor à escola de coração.
Como você compôs "Sei lá, Mangueira"?
Paulinho da Viola – Fui à casa do poeta e parceiro Hermínio Bello de Carvalho, no Catete. Chegando lá, a primeira coisa que ele me disse era que estava preparando um musical que iria se chamar “Fala, Mangueira”, e me mostrou umas quatro ou cinco letras, mas não me deu nenhuma para musicar. Também não queria me envolver na produção do musical, porque o Hermínio tinha um parceiro, Maurício Tapajós, com quem havia composto outros trabalhos desse tipo, como o musical “João, amor e Maria”, e pensei que eles fossem fazer juntos o “Fala Mangueira”. Quando comecei a ler a terceira letra, a música me veio instintivamente. Então disse para o Hermínio: “Essa aqui já tem música”. Ele me deu o violão e um microfone de pé para gravá-la. No total, isso tudo não durou mais do que quinze minutos. O musical acabou não acontecendo, transformou-se num LP, mas o Hermínio inscreveu a música num festival da TV Record em São Paulo.
É verdade que você torceu contra a música no Festival?
Paulinho da Viola – Não torci contra, mas quando soube que o Hermínio tinha inscrito a música no festival, e que a música tinha sido classificada, eu entrei em pânico. Ele até ficou um pouco sentido comigo, esperava que eu dissesse “Que maravilha!”, mas eu lhe disse: “Hermínio, você não está entendendo! Eu sou presidente da ala de compositores da Portela. Como vou aparecer num festival com um samba de exaltação à Mangueira?” Tentei tirar a música do festival, mas me disseram que isso causaria muitos problemas, pois já tinha sido selecionada. Fiquei muito chateado. Não acompanhei o festival. Soube depois que a música fora defendida pela Elza Soares, que depois de receber muitas vaias do público – vaiava-se tudo em festivais – enrolou-se na bandeira do Brasil.
Você sofreu algum tipo de represália dos portelenses por causa do sucesso da música?
Paulinho da Viola – Não. Até o Natal, que dava bronca em compositores que faziam música para outra escola, não disse absolutamente nada, pelo menos para mim. A música fez sucesso, mas não a ponto de criar uma celeuma com a Portela. Mas eu fiquei com uma dívida com a Portela.
Como era a relação entre Mangueira e Portela? Havia muita rivalidade?
Paulinho da Viola – A rivalidade é só no dia do desfile. No meu tempo e mesmo antes, a relação entre mangueirenses e portelenses sempre foi de muita cordialidade. Sempre visitei o morro de Mangueira com Zé Ketti, visitava o Tingüinha, o Pelado, aquela turma toda. E o pessoal da Mangueira também visitava a Portela. A ligação era muito forte.
Você se sentiu na obrigação compor "Foi um rio que passou em minha vida?"
Como você compôs "Sei lá, Mangueira"?
Paulinho da Viola – Fui à casa do poeta e parceiro Hermínio Bello de Carvalho, no Catete. Chegando lá, a primeira coisa que ele me disse era que estava preparando um musical que iria se chamar “Fala, Mangueira”, e me mostrou umas quatro ou cinco letras, mas não me deu nenhuma para musicar. Também não queria me envolver na produção do musical, porque o Hermínio tinha um parceiro, Maurício Tapajós, com quem havia composto outros trabalhos desse tipo, como o musical “João, amor e Maria”, e pensei que eles fossem fazer juntos o “Fala Mangueira”. Quando comecei a ler a terceira letra, a música me veio instintivamente. Então disse para o Hermínio: “Essa aqui já tem música”. Ele me deu o violão e um microfone de pé para gravá-la. No total, isso tudo não durou mais do que quinze minutos. O musical acabou não acontecendo, transformou-se num LP, mas o Hermínio inscreveu a música num festival da TV Record em São Paulo.
É verdade que você torceu contra a música no Festival?
Paulinho da Viola – Não torci contra, mas quando soube que o Hermínio tinha inscrito a música no festival, e que a música tinha sido classificada, eu entrei em pânico. Ele até ficou um pouco sentido comigo, esperava que eu dissesse “Que maravilha!”, mas eu lhe disse: “Hermínio, você não está entendendo! Eu sou presidente da ala de compositores da Portela. Como vou aparecer num festival com um samba de exaltação à Mangueira?” Tentei tirar a música do festival, mas me disseram que isso causaria muitos problemas, pois já tinha sido selecionada. Fiquei muito chateado. Não acompanhei o festival. Soube depois que a música fora defendida pela Elza Soares, que depois de receber muitas vaias do público – vaiava-se tudo em festivais – enrolou-se na bandeira do Brasil.
Você sofreu algum tipo de represália dos portelenses por causa do sucesso da música?
Paulinho da Viola – Não. Até o Natal, que dava bronca em compositores que faziam música para outra escola, não disse absolutamente nada, pelo menos para mim. A música fez sucesso, mas não a ponto de criar uma celeuma com a Portela. Mas eu fiquei com uma dívida com a Portela.
Como era a relação entre Mangueira e Portela? Havia muita rivalidade?
Paulinho da Viola – A rivalidade é só no dia do desfile. No meu tempo e mesmo antes, a relação entre mangueirenses e portelenses sempre foi de muita cordialidade. Sempre visitei o morro de Mangueira com Zé Ketti, visitava o Tingüinha, o Pelado, aquela turma toda. E o pessoal da Mangueira também visitava a Portela. A ligação era muito forte.
Você se sentiu na obrigação compor "Foi um rio que passou em minha vida?"
Paulinho da Viola – Não é uma resposta. É algo que eu buscava de alguma maneira desde que compus “Sei lá, Mangueira.” Volta e meia eu pensava “Pôxa, tenho de fazer um samba para a Portela”. Um dia, passei numa livraria na Rua México e vi um livro com o título “Por onde andou meu coração”, de Maria Helena Cardoso. Não comprei o livro, nem entrei na livraria, mas fiquei com o título na cabeça, como se algo me dissesse: “olha aí, cara.” Foi daí que saiu “Se um dia/Meu coração for consultado/Para saber se andou errado/Será difícil negar”. A idéia era essa, mostrar por onde andou meu coração, que na verdade nunca esteve na Mangueira (risos)
Para terminar: "Sei lá, Mangueira" ou "Foi um rio que passou em minha vida"?Qual é a mais bonita?
Paulinho da Viola – “Foi um Rio que passou em minha vida”. (risos)
PORTELA (Feijoada Original do Mundo do Samba - Mai/2008)
FEIJOADA DA PORTELA É NO PRÓXIMO SÁBADO (site ocarnavalesco – 29/04/08)
No próximo sábado, dia 3 de maio, a Portela realiza mais uma edição da sua tradicional feijoada. O evento acontece na quadra da escola, a partir das 13h. A entrada custa R$ 5 e a feijoada é R$ 10. Será servido um bolo aos aniversariantes do mês.
Abrindo a programação, o grupo de pagode Sala de Visita faz seu show. Depois é a vez da Velha-Guarda Show da Portela, que recebe a participação especial de Diogo Nogueira. O cantor e compositor Serginho Miriti é o encerramento.
A quadra da Portela fica na rua Clara Nunes 81, em Madureira.
terça-feira, 7 de fevereiro de 2017
Valci e Nilce (Concurso de Samba)
PASSISTAS DA PORTELA, NILCE FRAM E VALCI PELÉ ORGANIZAM CONCURSO EM CLUBE NO ROCHA (Jornal Meia Hora – 25/04/08)
Hoje, sexta, é a última eliminatória do concurso de passistas do Grupo Especial, organizado pelos sambistas Nilce Fram e Valci Pelé. A festa acontece no Clube de Subtenentes e Sargentos do Exército, no Rocha, a partir das 21h. Entre as atrações, show de pagode, passistas e até a bateria de uma escola de samba.
quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017
Doca (Roda de Samba)
TIA DOCA VOLTA AO CENTRO (JORNAL DE BAIRROS - 13/04/2008)
Famosa roda de samba de Madureira agora pode ser aplaudida na Estudantina, na Praça Tiradentes.
No Rio, o samba desceu as ruelas dos morros do Centro e se espalhou pela cidade. O ritmo envolvente com gingados da cultura africana fez barracão da Zona Norte à Zona Sul. Décadas e décadas depois, faz o caminho inverso e dá ao Centro um novo espaço para o pandeiro, o cavaco e o tamborim. Dessa vez foi a roda de samba da Família Tia Doca que resolveu voltar à cidade. Agora, o tradicional batuque da portelense, que há 17 anos agita as noites de domingo em Madureira, pode ser aplaudido na Gafieira Estudantina, na Praça Tiradentes, todas as sextas-feiras à noite.
- Vai ser uma batalha. As pessoas não têm costume de frequentar a Praça Tiradentes, mas, para o samba da Tia Doca, nada é impossível — diz, confiante, Nem, filho da portelense e que comanda a roda.
Em 2000, o batuque da Tia Doca ecoou no Largo de São Francisco, quando passou a ser tocado no Centro Cultural Carioca. A cada sexta-feira, o público aumentava e, depois de três anos de festa, foi preciso procurar um lugar maior. A roda, então, passou para o salão na antiga sede do Cordão da Bola Preta, na Cinelândia. Segundo Nem, houve sexta em que a casa recebeu mais de mil pessoas.
- Foram cinco anos de alegria e de casamento perfeito — define o sambista.
Mas, em novembro, o clube, que há anos enfrentava problemas judiciais, perdeu sua sede e a roda de samba ficou sem lugar no Centro.
Mas só por lá mesmo. No Centro Cultural Tia Doca, o agito continuou a todo vapor. Mas Nem e a pastora da Portela não desistiram do público da cidade. Na primeira porta que abriu, quatro meses depois de deixar o Bola Preta, a roda voltou a ter um pezinho no Centro.
- O samba nasceu aqui. De pouco em pouco as pessoas vão chegar. Tenho certeza de que isso aqui vai ficar bonito, igual ao Bola Preta — prevê Tia Doca.
A roda de samba é realizada todas as sextas-feiras, a partir das 21h, e a Estudantina fica na Praça Tiradentes 79.
Público fiel lota Centro Cultural aos domingos
Em Madureira, o quintal do Centro Cultural Tia Doca, na casa 219 da Rua João Vicente, começa a ficar cheio por volta das 18h dos domingos. O público — cerca de 900 por edição — ainda é abençoado pela presença da Tia Doca, que meneia pela roda distribuindo sorrisos.
- Em Madureira, temos um público fiel, que espera a semana inteira e se prepara especialmente para ir à roda. Na Estudantina vemos um público bastante diferente. E essa diferença é interessante — diz.
A receita do sucesso do Pagode da Família Tia Doca é fácil de perceber. O ambiente é familiar, há qualidade no seleto repertório, a estrutura da casa garante a venda de petiscos sem filas grandes e a temperatura da cerveja é ao gosto do cliente: sempre gelada.
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