Majestade do Samba

PORTELA é FATO E FOCO



sexta-feira, 8 de julho de 2011

Azul e Branco

Terreiro de samba e de bambas

Portela reedita concurso em sua quadra em Madureira com novos e antigos talentos.

A luz do candeeiro de lata, pendurado na parede, já foi marca registrada dos pagodes cariocas. As festas varavam a madrugada no terreiro das escolas, onde a poeira do chão de terra batida levantava a cada passo do corta-jaca, apanha-o-bago, separa-o-visgo e miudinho. Hoje, não há samba à luz de lampião e nem cabrochas sambando de pé no chão, mas parte dessa tradição vem sendo resgatada pela Portela, que está reeditando as competições de samba de terreiro em sua quadra.

Se pensar que no passado, nessas competições, tornaram-se famosos sambas como “Quantas Lágrimas”, “Doce Melodia”, “Isolado no mundo” e “Lenço”, a disputa promete. A iniciativa, por exemplo, já está servindo para unir três gerações de compositores: Noca da Portela, de 72 anos, Marquinhos de Oswaldo Cruz, de 43, e Diogo Nogueira, de 24, filho do compositor João Nogueira, morto em 2000. Os três estão participando do concurso.

- Sempre sonhei com a volta dessa competição. Quando o Candeia era presidente da ala de compositores, os participantes tinham que mostrar o samba a ele. Se fosse ruim, não entrava — diverte-se Noca, campeão em 1967 com “Portela Querida”.

Responsável pelo resgate do Trem do Samba e da Feijoada da Família Portelense, Marquinhos de Oswaldo Cruz acrescenta:

- Lembro que os sambas de terreiros eram cantados no bloco de sujo de Madureira.

Sendo o mais novo da turma, Diogo acha importante a competição por resgatar uma tradição da escola, mas acrescenta que pensa em vôos mais altos. Ele quer fazer um trabalho solo.

(Jornal Extra - 05/06/05)

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