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quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Wilson Moreira (Homenagem)

FESTA PARA O MESTRE WILSON MOREIRA (O Globo – 2º Caderno - 13/12/2006) 
 
Sambista comemora 70 anos com os amigos no Teatro Carlos Gomes
 
Neto de jongueiro do Vale do Paraíba, um dos caminhos migratórios mais fortes dos vários que formaram o samba feito na Zona Rural do Rio de Janeiro, Wilson Moreira é uma espécie de reserva de diversas formas rítmicas originais como o jongo, o lundu, o batuque e os calangos. Fundador da Mocidade Independente de Padre Miguel e da Quilombo, Moreira completou ontem 70 anos, mas a festa será hoje, a partir das 20h, no Café Guarany do Teatro Carlos Gomes.
 
Organizada pela pesquisadora Angela Nenzi, a festa contará com a participação de sambistas de várias gerações como Nelson Sargento, Délcio Carvalho, Walter Alfaiate, velhas-guardas da Mangueira e do Salgueiro, Luíza Dionízio, Iracema Monteiro, Casuarina, Batuque na Cozinha, Agenor de Oliveira e Tânia Malheiros.
 
Sambista espera reencontrar antigos parceiros na festa
 
- É impossível dizer o nome de todos os convidados porque a turma do samba é imprevisível. Certamente aparecerão muitos amigos para dar uma canja, prestigiar. Essas datas são importante para revermos os parceiros. Não é todo dia que chegamos aos 70 — diz o aniversariante.
 
Autor de clássicos do samba como “Senhora Liberdade”, “Quintal do céu”, “Gostoso veneno”, “Oloan”, “Goiabada cascão”, “Meu apelo”, “Me alucina”, entre outros, o sambista teve músicas gravadas por Clara Nunes, Elizeth Cardoso, Candeia, Alcione, Beth Carvalho, Jair Rodrigues, Emílio Santiago, Martinho da Vila, Dona Ivone Lara, Zélia Duncan, Dudu Nobre e Elza Soares.
 
Wilson Moreira é a síntese do samba em suas mais diversas vertentes. Do partido-alto ao samba de terreiro, passando pelo primitivo jongo, que ele ouvia ainda criança, em Realengo:
 
— Não cheguei a conhecer meu avô. Mas convivi com a Tia Alice, de Paraíba do Sul, e com mestres como Rufino, Aniceto, Fuleiro e Vovó Tereza. No Estado do Rio, o jongo ainda é tocado em Machado e Dorândia, lá para os lados de Piraí — conta.

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