Majestade do Samba

PORTELA é FATO E FOCO



terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Surica (Uma Portelense)

BÊNÇÃO, TIA SURICA (O DIA – 08/06)
 
São 62 anos de Portela na veia. Quando chegou em 1944, tinha apenas quatro anos de idade e foi acompanhada dos pais. Iranette Ferreira Barcellos, na quadra da Portela, responde pelo nome carinhoso de Tia Surica. 
 
Ela chegou na escola de Madureira carregada no colo dos pais e viu uma bateria ser formada e desfilar com quarenta ritmistas e baianas desfilarem nas laterais da Avenida. 
 
Pela Portela, Tia Surica já desfilou na ala das baianas, bateria (tocando chocalho) e na velha-guarda. 
 
As lembranças de carnavais antigos não foram esquecidas. Os sambas na Praça Onze e os templos de glória da Portela foram eternizados na memória. "Vivi uma época, que desfilávamos por amor. O samba era feito só com negros. Não é preconceito, mas os brancos tomaram o espaço. O que é meu ninguém tira", disse Surica. 
 
A convivência com Natal, fundador da Portela, trouxe alguns ensinamentos. "Ele e o Paulo tinham um amor verdadeiro pela Portela. A escola desfilava com confiança. Tinha uma rivalidade boa com as outras agremiações. Hoje em dia, o carnaval tem esse negócio de escola co-irmã", contou. 
 
Os títulos da Portela não serão esquecidos. "Em 84, nós ganhamos e a Mangueira também. Eu quero vencer sozinha. Sou portelense. Apesar de considerarem a Mangueira, super-campeã, eu considero essa estrela de 84 para Portela", afirmou. 
 
Quem também não será esquecido dentro do coração de Surica é Carlinhos Maracanã, ex-presidente da Portela, que ficou 30 anos no comando da agremiação. "Ele foi tudo pra mim. Agradeço a minha carreira, que ele foi o criador. Não tenho que reclamar nada", disse. 
 
Sobre o atual presidente da Portela, Nilo Figueiredo, Surica diz que tem uma bom relacionamento. A confusão do Carnaval 2005, quando a escola fechou o portão de entrada da Sapucaí e não permitiu que a velha-guarda desfilasse, já passou e foi apagada. "Não quero mais falar sobre isso. O Carnaval de 2006 superou a tragédia de 2005". 
 
Virar enredo da Portela não passa pela cabeça de Surica. "Não gostaria. Não tenho passado pra isso", diz a humilde portelense. O torcedor da escola de Madureira não esconde a admiração por Surica. "Muitos pedem bênção. O valor principal da Portela são os torcedores. O resto superamos", disse. 
 
Para manter o espírito feliz, a receita de Surica é a famosa feijoada portelense. "Estou realizada. Tenho fé em São Braz. Sou Portela e isso já me basta". É uma verdadeira declaração de amor para uma escola de samba, que preserva suas raízes e colhe os frutos da sabedoria dos baluartes portelenses. 

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