Majestade do Samba

PORTELA é FATO E FOCO



terça-feira, 29 de julho de 2014

Surica (Roda de Samba)

RODA DE SAMBA (O Globo – Jornal de Bairros – 10/11/06)
 
Na próxima sexta, às 18h, Tia Surica da Portela comanda roda de samba na Estação Barão de Mauá, com o grupo Sintonia de Bamba. O ingresso custa R$5. A estação fica na Avenida Francisco Bicalho s/nº, na Leopoldina. Telefone: 2273-9204.

PORTELA 2007 (Fantasias)

PORTELA MARCA DATA DE APRESENTAÇÃO DAS FANTASIAS PARA 2007 (O DIA – 05/11/06)
 
A Portela escolheu seu barracão, na Cidade do Samba, para apresentar as fantasias criadas pelos carnavalescos Amarildo de Mello e Cahe Rodrigues para o desfile de 2007. A apresentação será na terça-feira, 14 de novembro, às 20h, em um coquetel restrito a convidados, presidentes de alas, representantes de segmentos da escola e jornalistas. 
 
O enredo da azul e branco, que vai ser a quarta agremiação a desfilar na Marquês de Sapucaí, na Segunda-Feira de Carnaval, é: "Os Deuses do Olimpo na terra do Carnaval: uma festa dos esportes, da saúde e da beleza".

PORTELA 2007 (Diogo Nogueira)

DE SURFISTA A COMPOSITOR (Jornal de Bairros – O Globo - 05/11/2006) 

Filho de João Nogueira, Diogo Nogueira pega onda na Barra, onde mora, com a camisa da Portela, já em clima de carnaval, pois é um dos autores do samba da azul-e-branco para 2007. Ele reverencia os mestres da velha-guarda, mas diz que a escola precisa se renovar.
Diogo Nogueira vence a disputa do samba-enredo 2007 da Portela e troca de vez o futebol pela boemia.

Diogo Nogueira tentou o quanto pôde fugir do samba: dedicou-se ao surfe e começou a carreira no futebol. Mas, como cantava seu pai, João Nogueira, “ninguém faz samba só porque prefere, força nenhuma no mundo interfere, sobre o poder da criação”. Poder esse que consagrou o samba de Diogo, em parceria com Ciraninho e Celsinho de Andrade, para a Portela em 2007. Feito que o próprio João Nogueira nunca conseguiu.

O samba-enredo vencedor, “Os deuses do Olimpo na terra do carnaval: uma festa dos esportes, da saúde e da beleza”, desbancou bambas da concorrida ala de compositores da azul-e-branca, como Monarco e Noca da Portela.
 
- A emoção de ganhar na Portela foi indescritível. Ainda mais competindo com meus ídolos e sabendo o quanto meu pai desejou esse título. Mas fizemos um samba vencedor e a Portela merece uma renovação — conta Diogo.
 
A parceria de Diogo, Celsinho de Andrade e Ciraninho (Cirano de Castro) começou no meio do ano. Eles ficaram em segundo lugar no III Concurso Música Popular Brasileira do Sambola, que celebrou em agosto os 30 anos da casa noturna, na Abolição. Para a disputa portelense, o samba foi feito em apenas quatro dias. Diogo desenhou a melodia e, com Ciraninho, burilou a letra. Celsinho de Andrade, que cresceu nos domínios da águia portelense, foi responsável pela pesquisa histórica.
 
- Foram quatro dias intensos, tentando achar o melhor refrão, compor um samba alegre, mas ao mesmo tempo robusto: que enfrentasse bem os 80 minutos de desfile. Fizemos os últimos arranjos já no estúdio — relembra Ciraninho, que veio da União da Ilha e obteve permissão de última hora para entrar na Ala de Compositores da Portela.
 
A vitória, para Diogo, comprovou a escolha profissional pelo samba. Apaixonado por futebol, uma contusão impediu sua estréia na categoria profissional. Há que acredite que tenha sido uma rasteira de seu pai (que morreu em 2000) e não escondia o orgulho em ver o filho cantar.
 
- Eu me lembro bem da primeira vez em que subi num palco. Estava vendo um show do meu pai em Salvador e, assim, de surpresa, ouvi meu nome. Fui tremendo — diz Diogo.
 
A vitória instigou ainda mais a vida boêmia de Diogo, que, aos 25 anos, tem trocado a noite pelo dia em shows, rodas de sambas e apresentações para divulgar o samba da Portela para 2007. As partidas de futebol e as visitas ao mar são cada vez mais raras.
 
- Quero recuperar o apego pelo samba-enredo, mais alegre e com delicadeza na melodia. Além disso, estou organizando um CD com músicas inéditas, em homenagem ao meu pai. Algumas, composições minhas — revela o novo compositor, há 25 anos nas quadras de samba.

Majestade do Samba (29ª Edição - Nov/2006)


segunda-feira, 14 de julho de 2014

PORTELA 2007 (Madureira)

MADUREIRA SONHA COM A PORTELA  (O DIA 04/10/06)
 
Coluna Carnaval pelo DIA relembra o desfile de 95 da Portela. Escola apresentou o enredo Gosto que me enrosco, de autoria do carnavalesco José Félix, e terminou na segunda colocação. 
 
Cláudio Vieira e Luiz Eduardo Rezende (26 de fevereiro de 1995)

Foi covardia. Se a abertura dos envelopes fosse hoje, a Portela chegaria muitos pontos à frente da segunda colocada. O desfile da Águia foi um dos mais perfeitos dos últimos tempos e a escola que quiser ser a campeã de 95 terá que fazer um desfile espetacular, de ver a platéia delirar. 
 
O espetáculo foi fraco. O Salgueiro não repetiu a apresentação dos últimos anos e cometeu muitos erros. A comissão de frente chegou atrasada e teve que trocar de roupa na Passarela. Os carros estavam mal acabados, o samba não funcionou e as fantasias eram pesadas para o tipo de desfile leve e solto da escola tijucana. Mesmo assim foi a que se apresentou melhor, depois da Portela. 
 
A Beija-Flor, que se preparou para homenagear Bidu Sayão, frustou quem estava esperando uma apresentação deslumbrante. Foi repetição durante 80 minutos. Correu do início ao fim. União da Ilha e Tradição, que ficaram entre as seis primeiras do ano passado e alimentavam o sonho do primeiro título, vão continuar esperando. A Ilha, sempre vibrante e comunicativa, foi apática. A Tradição, que apresentou um fenomenal festival de rodas, não conseguiria uma boa colocação no Grupo de Acesso. 
 
Pior que a Tradição só a Grande Rio, que fez a sua pior exibição no Grupo Especial. Um pouquinho melhor foi a São Clemente, que fez a platéia rir com Roberto Baggio chutando pênaltis para fora, na comissão de frente. 
 
O Império Serrano foi salvo pelo bom samba, que garantiu a evolução e harmonia. As alegorias e fantasias, no entanto, deixaram a desejar. 
 
A grata surpresa foi a Unidos da Tijuca que, apesar de ter dois carros quebrados, mostrou que o desfile sem galeras e grupos de fados pode levar a escola a conquistar posições bem melhores. 
 
O grande destaque do primeiro dia foi mesmo a Portela que, confirmando toda a expectativa, fez uma belíssima apresentação, como nos bons tempos dos 21 campeonatos. Não apresentou um defeito sequer e foi a única que levantou a galera dos camarotes, das arquibancadas e do Viaduto São Sebastião. Madureira está com jeito de chorar de novo. Mas, de alegria. 
 
A volta de Paulinho da Viola e Cia.
 
O carnavalesco José Félix idealizou para a Portela o enredo Gosto que me Enrosco, a história do carnaval entre os séculos 17 e 18, com toques de períodos mais recentes como os desfiles das sociedades, ranchos, frevos, blocos e os grandes do Municipal e seus concursos de fantasias. São personagens tradicionais dos festejos que vão desfilar na escola. À frente, a águia - símbolo portelense - entrará na Avenida caracterizada, com guizos no bico e chapéu de pierrô. 
 
Félix explicou que o enredo vai falar da história do carnaval "desde as apresentações dos entrudos, festa que herdamos de Portugal até o maxixe, a polca e os dançarinos de charlestons e a chegada do choro, das marchinhas e a popularização do samba". Zé Pereiras, clóvis, melindrosas, pierrôs, colombinas são figuras que estarão presentes em todo desfile enfeitados de lantejoulas e confetes. 
 
O carnavalesco afirmou que o enredo, embora já tenha sido apresentado vai ser visto este ano com roupagem inédita. Para Félix, o tema tem muito a ver com o clima interno dos sambistas da escola. "Em todos os setores a empolgação é notada pela volta das figuras importantes da agremiação. E, o resgate cultural do enredo é semelhante a isto", garantiu referindo-se a volta de antigos sambistas à Portela como é o caso de Paulinho da Viola, que esteve 20 anos afastado, Zé Ketti, Valdir 59, Manacéa, Tijolo e Nega Pelé. 
 
No último carro, a confraternização de sambistas simbolizada pela participação de Dona Neuma e dona Zica, da Mangueira ao lado da velha guarda da Portela. 
 
Paulinho da Viola arrepia na volta
 
Em sua volta à Portela depois de 18 anos, Paulinho da Viola saiu de sapatão. Por conta de uma topada na bicicleta ergométrica que tem em sua casa na Barra, ele quebrou o dedinho do pé direito. 
 
Fez bonito com o samba-enredo que Noca da Portela, Nelson e Colombo aprontaram para este ano. "Este samba do Noca, como um ritmo de samba mesmo, foi um dos responsáveis por eu ter voltado", elogiou Paulinho, antes de tascar um beijo na testa do compositor, ao fim do desfile. 
 
Parecia até que o enredo era sobre Paulinho. A escola inteira quis lhe mostrar seu carinho na concentração. No fim, ele confessou: "Chorei escondido", disse Paulinho. 

Zeca Pagodinho (MTV Acústico 2006)

ZECA PAGODINHO NO MTV (O GLOBO – 22/10/06)

 
 

“Acústico MTV Zeca Pagodinho 2”: Gravado em agosto no Rio, o show contou com músicas que são comuns no repertório das gafieiras, como “Beija-me” e “Casal sem-vergonha”. Entre os convidados do cantor, Monarco e a Velha Guarda da Portela e as cantoras Dorina, Juliana Diniz e Teresa Cristina. Às 19h, meia hora antes da estréia, será exibido o making of.

PORTELA 2007 (Sonho)

DIOGO NOGUEIRA REALIZA O SONHO DO PAI NA PORTELA (Jornal Extra - 19/10/2006) 

Sexta-feira foi o dia mais importante na vida de Diogo Nogueira. Ao vencer a disputa de samba na Portela, o rapaz de 25 anos realizou um sonho que seu pai, João Nogueira, não conseguiu.
 
O que passou pela sua cabeça quando sua vitória foi anunciada?
 
Eu gritava que nem um louco. Olhava para o céu e dedicava aquele momento ao meu pai, que tentou muitas vezes levar um samba dele para a Avenida pela Portela e não conseguiu.
 
Quando você sentiu que ia ganhar?
 
Eu tinha dúvidas até o fim. Todo mundo dizia que meu samba era o melhor, mas eu fiquei com os pés no chão, respeitando a disputa.
 
Você concorreu com bambas como Noca da Portela e Monarco. Em algum momento achou que eles poderiam ganhar pelo nome?
 
Tenho muito respeito por eles. Noca já ganhou muitos sambas na Portela, e Monarco é um mestre. Mas em disputa de samba tudo pode acontecer. Por isso fiquei apreensivo.
 
Ganhar um samba na Portela ajuda na sua carreira de cantor, fora do carnaval?
 
Muito. Ainda não tenho disco gravado e vou lançar logo depois do carnaval. Em fevereiro, sai um DVD em homenagem a meu pai, no qual canto a obra de João Nogueira. E, em seguida, lanço meu primeiro disco de inéditas.

terça-feira, 1 de julho de 2014

PORTELA (Final 2007)

NOVA GERAÇÃO DO SAMBA VENCE NA PORTELA (O DIA – 10/06)
 
Maior campeã do carnaval carioca com 21 títulos, a Portela apostou na renovação e escolheu o samba dos compositores Diogo Nogueira, Ciraninho e Celsinho de Andrade para representar a escola em 2007. Dez mil pessoas lotaram a quadra da agremiação em Madureira para acompanhar a festa. O resultado foi anunciado por volta das 4h da manhã deste sábado. Compositores da nova geração, Diogo, que tem 25 anos, estava concorrendo pela 2ª vez, e Ciraninho, que entrou na ala a poucos dias da entrega do samba, tem 26.
 


O primeiro samba que se apresentou foi justamente o que mais tarde seria o campeão. Com uma interpretação emocionante de Wantuir (puxador da Unidos da Tijuca), a composição de Diogo Nogueira e parceiros tocou fundo na alma do portelense e arrebatou a quadra, lembrando os bons tempos de finais de samba-enredo da Águia de Madureira.
 


Em seguida veio a parceria de Noca da Portela (atual secretário estadual de cultura), que cumpriu bem seu papel e deixou a competição com um alto nível de qualidade. Trazendo no currículo, a impressionante marca de doze finais e seis vitórias na Portela em mais de 50 anos de carreira, Noca ajudou a defender o próprio samba ao lado de Celino Dias (puxador da Lins Imperial).
 
Logo depois foi a vez de Júnior Scafura (campeão em 2006) e seu grupo incendiarem a torcida com um samba de trazia as assinaturas de dois dos maiores baluartes da escola: Ary do Cavaco (campeão em 69, 71 e 2006) e Monarco (líder da Velha Guarda Show). No papel, o nome dos autores assustava pelos históricos de cada um. Já na quadra, o que se viu foi uma apresentação competente, com destaque para a atuação de Anderson Paz (puxador da Estácio de Sá) mas que não empolgou muito os segmentos da agremiação. Monarco não compareceu devido a um show em São Paulo.
 
Fechando o ciclo dos concorrentes, a última composição da noite também tinha pedigree. Tratava-se do samba de Serginho Procópio e seus amigos. Procópio, que é filho de Osmar do Cavaco (músico da Velha Guarda Show desde a fundação, já falecido), obteve o 2º lugar no concurso de 2006. Com uma bela melodia e considerável torcida, o samba mostrou a que veio e deixou a disputa ainda mais acirrada.
 
Depois do resultado, o presidente da Portela, Nilo Figueiredo fez questão de cumprimentar os compositores campeões. Segundo ele, a obra vitoriosa foi "abraçada" pela comunidade. Alheio às pressões dos compositores pesos-pesados na disputa, o dirigente declarou: "Eu disse durante a minha campanha que a Portela tinha que se renovar. A escola agora vai com o melhor samba para a avenida". Nilo confirmou também a intensão de trocar, ainda nesta semana, a 1ª porta-bandeira, Andréia. "Isso é uma coisa que pretendo definir logo, mas ainda não posso revelar nomes", afirmou.
 
 
Quem também demonstrou satisfação com o resultado foi a veterana porta-bandeira Dodô. Dentro de sua lojinha, na entrada da quadra, a baluarte que tem 86 anos de idade e 71 de Portela comparou: "O samba dos meninos que ganhou é igual ao futebol, para frente. Estou super contente, até porque foi uma dessas ironias da vida. O pai nunca conseguiu e hoje vemos o Diogo comemorar a vitória", exaltou, fazendo referência ao fato de João Nogueira (sambista falecido em 2000), pai de Diogo, nunca ter conseguido emplacar um samba-enredo na sua escola de coração.